Utilize o conteúdo da aula, designado por "Subsídio para o Evangelizador", para desenvolver palestras espíritas para jovens e adultos.

Aula 13 - Reencarnação: Pluralidade das existências

Ciclo 1 - História: Trocando de Roupinha -  Atividade: LE - L2 - Cap. 2 - 1- Objetivo da encarnação.

Ciclo 2 - História: A benção da fé -  Atividade: ESE - Cap. 4 - 1- Ressurreição e Reencarnação.

Ciclo 3 - História: A estrada da vida -  Atividade: LE - L2 - Cap. 4 - 1 - A Reencarnação  e/ou  4 - Transmigrações progressivas.

Mocidade - História: A reencarnação de Segismundo  - Atividade: 2 - Dinâmica de grupo: Reencarnação.

 

Dinâmicas: Processo de ReencarnaçãoTrocando de recipiente;   As encarnações de Emmanuel.

Sugestão de vídeos:

- Animação em 3D Espírita - A Turma do Allan (Dica: pesquise no Youtube).

- Música Espírita - Trocando de roupa (Dica: pesquise no Youtube).

- Música Espírita - A ciranda da reencarnação (Dica: pesquise no Youtube)

- História ilustrada: A grande viagem (Dica: pesquise no Youtube)

Mensagens Espíritas: Reencarnação; Escola.

Sugestão de livros infantis:  - O retorno de Chuvita. Sandra Regina R. S. Pizarro. Editora Aliança.

- Frederico Reencarna. Rute Villas Boas. Editora EME.

 

Leitura da Bíblia: João - Capítulo 3


3.1   E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.


3.2   Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.


3.3   Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.


3.4   Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?


3.5   Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.


3.6   O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.


3.7   Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.


3.8   O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.


3.9   Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso?


3.10   Jesus respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não sabes isso?


3.11   Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos, e não aceitais o nosso testemunho.


3.12   Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?


 

Isaias - Capítulo 26


26.19   Aquele do vosso povo que se tenham feito morrer, viverão de novo; aqueles que estavam mortos ao redor de mim, ressuscitarão. Despertai do vosso sono e cantai os louvores de Deus, vós que habitais na poeira; porque o orvalho que cai sobre vós é um orvalho de luz, e porque arruinareis a terra e o reino dos gigantes.


 

Tópicos a serem abordados:

- O objetivo da nossa existência é evoluir para alcançarmos  a perfeição.  Um Espírito para ser perfeito precisa possuir todas as virtudes (por exemplo: amor, respeito, paciência, fé, perdão etc..) e saber aplicá-las; precisa também conhecer todas as ciências e todas as artes e utilizá-las para o bem. Uma única encarnação não é suficiente para que alcancemos toda sabedoria e todo conhecimento necessário para nos tornarmos um Espírito puro (perfeito).

- Então Deus nos concede a possibilidade de reencarnamos muitas vezes até que tenhamos alcançado o grau de Espíritos puros. Atingida a perfeição, não será mais necessário renascer.

- Jesus disse: ''Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo''.  Reencarnar significa nascer de novo. A reencarnação é  a  volta  do Espírito à vida material, mas  em  outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. Ou seja, se hoje eu sou branco, num próxima existência posso renascer negro.

-  Em cada encarnação podemos aprender um pouquinho mais e ao mesmo tempo corrigimos os erros de nossas encarnações anteriores.

- As nossas encarnações não se passam todas no planeta Terra. Quando tivermos cumprido as tarefas necessárias para o nosso aprendizado neste mundo, poderemos encarnar em mundos mais adiantados. Entretanto, poderemos  viver muitas vezes no mesmo mundo, se não aprendermos o suficiente  para passar a um mundo mais adiantado.

- Após a morte, algumas vezes o espírito reencarna imediatamente, porém, com  mais  frequência, só faz depois de intervalos mais ou menos longos. Estes intervalos podem durar horas ou séculos.

- Deus permite que muitos espíritos fiquem um determinado período no plano espiritual, para estudarem e se prepararem para a próxima reencarnação. Nas colônias (cidades) espirituais existem setores de planejamento das reencarnações.

-  Antes de reencarnar, a maioria dos espíritos são auxiliados  por benfeitores espirituais na escolha do seu corpo e o gênero de vida (tarefas que deverá realizar) que vai lhe servir de provas. Mas nem todos os reencarnantes podem fazer suas escolhas e permanecer o tempo que quiserem no plano espiritual. Deus pode impor a reencarnação para aqueles insistentes no mal e desequilibrados (1).

- Quando nascemos nosso corpo espiritual se une a um corpo material. A união da alma  e do  corpo começa na  concepção, mas  não se completa senão após o nascimento.

- O espírito sofre uma redução  no seu  perispírito (corpo espiritual) e prende-se a matéria por um cordão fluídico. Neste processo de miniaturização a sua forma se assemelha-se a de uma criança.

- O momento da  encarnação  é  acompanhado  de uma  perturbação, muito maior  e  mais longa que da desencarnação. Essa perturbação vai crescendo até o nascimento. A maioria dos Espíritos são conduzidos ao templo maternal de carne (útero) como crianças adormecidas.

-  O Planeta Terra é uma escola divina e a reencarnação é o curso repetido de lições necessárias. O número de reencarnações para cada espírito não é o mesmo, pois uns podem se aperfeiçoar mais rapidamente do que outro, de acordo com sua vontade. Se o Espírito é esforçado, abrevia o caminho, no qual, então, menos espinhos encontra. No entanto, não acontece o mesmo para  àquele a quem a negligência e a preguiça obrigam a passar duplamente por certas classes.

 

Comentário: (1): Vide: Nos domínios da mediunidade. Cap.25. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier.    

 

Perguntas para fixação:

1. Qual é o objetivo da nossa existência?

2. O que é necessário adquirir para nos tornarmos perfeitos?

3. O que quer dizer reencarnar-se?

4. Por que é necessário reencarnar?

5. Por que não reencarnamos sempre no planeta Terra?

6. Após desencarnar o Espírito reencarna imediatamente?

7. Em que momento a alma se une ao corpo físico?

8. O que ocorre com o perispírito no processo de reencarnação?

9. O número de encarnações é igual para todos os Espíritos? Por quê?

10. Qual é o grau de evolução em que o Espírito não necessita mais reencarnar?

 

Subsídio para o Evangelizador:

            A reencarnação é o retorno da alma ou Espírito à vida corporal, mas em um outro corpo, formado novamente para ele, e que não tem nada em comum com o que se desintegrou. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 4. Item 4. Allan Kardec).

            A alma passa então por muitas existências corporais?

            Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse o desejo deles. ( O Livro dos Espíritos. Questão 166. Item B. Allan Kardec).

            Se essa crença fosse um erro, Jesus não teria deixado de combatê-la, como combateu tantas outras. Longe disso, Jesus a confirmou com toda a sua autoridade e colocou-a como ensinamento e como uma condição necessária quando disse: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo. E insistiu, acrescentando: Não vos espanteis se vos digo que é preciso que nasçais de novo. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 4. Item 4. Allan Kardec).

            Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos? (Vide: O Livro dos Espíritos. Questão 167).

            Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada minuto, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta. ( O Livro dos Espíritos. Questão 132. Allan Kardec).

            É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito reencarna perpetuamente?

            A cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante na senda do progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas, não tem mais necessidade das provas da vida corporal. (O Livro dos Espíritos. Questão 168. Allan Kardec)

             É invariável o número das encarnações para todos os Espíritos?

            Não; aquele que caminha depressa, a muitas provas se forra. Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porquanto o progresso é quase infinito. (O Livro dos Espíritos. Questão 169. Allan Kardec)

            O que fica sendo o Espírito depois da sua última encarnação?

            Espírito bem-aventurado; puro Espírito.( O Livro dos Espíritos. Questão 170. Allan Kardec).

            As nossas diversas existências corporais se verificam todas na Terra?

            Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras, nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição. (O Livro dos Espíritos. Questão 172. Allan Kardec).

            A cada nova existência corporal a alma passa de um mundo para o outro, ou pode ter muitas no mesmo globo?

            Pode viver muitas vezes no mesmo globo, se não se adiantou bastante para passar a um mundo superior. ( O Livro dos Espíritos. Questão 173. Allan Kardec).

            A vida do Espírito, pois, se compõe de um série de existências corpóreas, cada uma das quais representa para ele uma ocasião de progredir, do mesmo modo que cada existência corporal se compõe de uma série de dias, em cada um dos quais o homem obtém um acréscimo de experiência e de instrução. Mas, assim como, na vida do homem, há dias que nenhum fruto produzem, na do Espírito há existências corporais de que nenhum resultado colhe, porque não as soube aproveitar.( O Livro dos Espíritos. Observação da questão 188. Allan Kardec). 

            Uma comparação vulgar fará se compreenda melhor essa diferença. O escolar não chega aos estudos superiores da Ciência, senão depois de haver percorrido a série das classes que até lá o conduzirão. Essas classes, qualquer que seja o trabalho que exijam, são um meio de o estudante alcançar o fim e não um castigo que se lhe inflige. Se ele é esforçado, abrevia o caminho, no qual, então, menos espinhos encontra. Outro tanto não sucede àquele a quem a negligência e a preguiça obrigam a passar duplamente por certas classes. Não é o trabalho da classe que constitui a punição; esta se acha na obrigação de recomeçar o mesmo trabalho.

            Assim acontece com o homem na Terra. Para o Espírito do selvagem, que está apenas no início da vida espiritual, a encarnação é um meio de ele desenvolver a sua inteligência; contudo, para o homem esclarecido, em quem o senso moral se acha largamente desenvolvido e que é obrigado a percorrer de novo as etapas de uma vida corpórea cheia de angústias, quando já poderia ter chegado ao fim, é um castigo, pela necessidade em que se vê de prolongar sua permanência em mundos inferiores e desgraçados. Aquele que, ao contrário, trabalha ativamente pelo seu progresso moral, além de abreviar o tempo da encarnação material, pode também transpor de uma só vez os degraus intermédios que o separam dos mundos superiores. ( O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 4. Item 26. Allan Kardec).

            Tem o Espírito a faculdade de escolher o mundo onde passe a habitar?

Nem sempre. Pode pedir que lhe seja permitido ir para este ou aquele e pode obtê-lo, se o merecer, porquanto a acessibilidade dos mundos, para os Espíritos, depende do grau da elevação destes. (O Livro dos Espíritos. Questão 184. Allan Kardec).

            A alma reencarna logo depois de se haver separado do corpo?

            Algumas vezes reencarna imediatamente, porém, de ordinário só o faz depois de intervalos mais ou menos longos. Nos mundos superiores, a reencarnação é quase sempre imediata. Sendo aí menos grosseira a matéria corporal, o Espírito, quando encarnado nesses mundos, goza quase que de todas as suas faculdades de Espírito, sendo o seu estado normal o dos sonâmbulos lúcidos entre vós. (O Livro dos Espíritos. Questão 223. Allan Kardec).

            Quanto podem durar esses intervalos?

            Desde algumas horas até alguns milhares de séculos. Propriamente falando, não há extremo limite estabelecido para o estado de erraticidade, que pode prolongar-se muitíssimo, mas que nunca é perpétuo. Cedo ou tarde, o Espírito terá que recomeçar a uma existência apropriada a purificá-lo das máculas de suas existências anteriores.

             Essa duração depende da vontade do Espírito, ou lhe pode ser imposta como expiação?

            É uma conseqüência do livre-arbítrio. Os Espíritos sabem perfeitamente o que fazem. Mas, também, para alguns, constitui uma punição que Deus lhes inflige. Outros pedem que ela se prolongue, a fim de continuarem estudos que só na condição de Espírito livre podem efetuar-se com proveito. (O Livro dos Espíritos. Questão 224-A e B. Allan Kardec).

            O Espírito reencarnante, fora os casos menores comuns de compulsória (forçada, obrigatória) (1), passa por um longo preparo antes de voltar à carne.

            Para cada filho de Deus, os instrutores da Esfera Superior preparam um roteiro ou programa de vida, no qual estão especificados os serviços a prestar e os lances mais importantes para a evolução espiritual. Cônjugue, filhos, profissão, doenças, dia da morte e coisas assim estão previstas e relacionadas com o passado.  (Evolução para o terceiro milênio. Cap. 4. item 13. Carlos Toledo Rizzini).

            Tais projetos envolvem complexidades que mal podemos imaginar, tais como pesquisas do passado, avaliação de possibilidades futuras, identificação e localização de pessoas com as quais devam ser negociadas futuras atividades, atento exame de condições sob as quais os espíritos programados para uma tarefa coletiva tenham de renascer, como deverão ser encaminhados, que tendências estimular, desestimular ou combater, que virtudes enfatizar, que erros corrigir, até onde poderão suportar pressões corretivas, que  problemas devem “ficar para mais tarde”, em outras existências ( Nossos filhos são Espíritos. Cap. 20. Hermínio C. Miranda).

            Existe um programa de tarefas edificantes a serem cumpridas por aquele que reencarna, onde os dirigentes da alma fixam a cota aproximada de valores eternos que o reencarnante é suscetível de adquirir na existência transitória. E o Espírito que torna à esfera de carne pode melhorar essa cota de valores, ultrapassando a previsão superior, pelo esforço próprio intensivo, ou distanciar-se dela, enterrando-se ainda mais nos débitos para com o próximo, menosprezando as santas oportunidades que lhe foram conferidas (Missionários da Luz. Cap. 13. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier).

            Grande percentagem de reencarnações na Crosta se processa em moldes padronizados para todos, no campo de manifestações puramente evolutivas. Mas outra percentagem não obedece ao mesmo pro­grama. Elevando-se a alma em cultura e conheci­mentos, e, conseqüentemente, em responsabilidade, o processo reencarnacionista individual é mais com­plexo, fugindo à expressão geral, como é lógico. Em vista disso, as colônias espirituais mais elevadas mantêm serviços especiais para a reencarnação de trabalhadores (2) e missionários. (Missionários da Luz. Cap. 12. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier).

         Em que momento a alma se une ao corpo?

            “A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus.” ( O Livro dos Espíritos. Questão 344. Allan Kardec).

            A partir do instante da concepção, começa o Espírito tomado de perturbação, que o adverte de que lhe soou o momento de começar nova existência corpórea. Essa perturbação cresce de contínuo até ao nascimento, Nesse intervalo, seu estado é quase idêntico ao de um Espírito encarnado durante o sono. À medida que a hora do nascimento se aproxima, suas idéias se apagam, assim como a lembrança do passado, do qual deixa de ter consciência na condição, de homem, logo que entra na vida. Essa lembrança, porém, lhe volta pouco a pouco ao retornar ao estado de Espírito. ( O Livro dos Espíritos. Questão 351. Allan Kardec). 

         Na época em que deve o Espírito ligar-se à matéria, isto é, logo após a fecundação, ele sofre uma miniaturização no perispírito e prende-se por um cordão fluídico.   (Evolução para o terceiro milênio. Cap. 4. item 13. Carlos Toledo Rizzini).

            Existem aqueles que reencarnam inconsciente do ato que realizam?

          Certamente . Assim também como desencarna diariamente na Crosta milhares de pessoas sem a menor noção do ato que experimentam. Somente as almas educadas têm compreensão real da verdadeira situação que se lhes apresenta em frente da morte do corpo. Do mesmo modo, aqui. A maioria dos que retomam a existência corporal na  esfera do Globo é magnetizada pelos benfeitores espirituais, que lhe organizam novas tarefas redentoras, e quantos recebem semelhantes auxilio são conduzidos ao templo maternal de carne como crianças adormecidas. (Missionários da Luz. Cap. 13. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier).

            Os Espíritos cooperam no desenvolvimento do embrião do corpo em que se vão reencarnar? E, em caso afirmativo, chegam a operar nos complexos celulares da herança física, para que os corpos futuros sejam dotados de certos elementos aptos a satisfazerem as circunstâncias da prova ou missão que hajam de cumprir?

         -No caso dos espíritos envolvidos, senhores de realizações próprias, inalienáveis, essa cooperação quase sempre se verifica, junto ao esforço dos prepostos de Jesus, que operam nesse sentido, com vistas ao porvir de suas lutas no ambiente material. Temos de considerar, todavia, que os espíritos rebeldes, ou indiferentes, desprovidos dos valores próprios indispensáveis, têm de aceitar a deliberação dos prepostos referidos, os quais escolhem as substâncias que merecem ou que lhes são imprescindíveis no processo de resgate ou de evolução. (O Consolador. Questão 29. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)

         Quando o embrião está sendo formado, existe uma interpenetração de fluídos entre a gestante e a entidade então ligada ao feto? Existem conseqüências verificáveis?

         -Essa interpenetração de fluídos é natural e justa, ocasionando, não raras vezes, fenômenos sutilíssimos, como os chamados “sinais de nascença” que somente mais tarde, poderão ser entendidos pela ciência do mundo, enriquecendo o quadro de valores da Biologia, no estudo profundo das origens. (O Consolador. Questão 32. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)

        No caso da reencarnação de Segismundo, o Espírito André Luiz relata o seguinte: ''(...) Desde a semana passada, está em processo de ligação fluídica com os futuros pais. Herculano (Espírito protetor)  está encarregado de ajudá-lo nesse trabalho. À medida que se intensifica semelhante aproximação, ele vai perdendo os pontos de contacto com os veículos que consolidou em nossa esfera, através da assimilação dos elementos de nosso plano. (...) Ao influxo magnético de Alexandre (instrutor espiritual) e dos Construtores Espirituais (3), a forma perispiritual de Segismundo tornava-se reduzida. A operação não foi curta, nem simples. Por fim, com grande assombro meu, verifiquei que a forma de nosso amigo assemelhava-se à de uma criança''.

            '' (...) A forma física futura de nosso amigo Segismundo dependerá dos cromossomos paternos e maternos; adicione, porém, a esse fator primordial, a influência dos moldes mentais de Raquel (a mãe), a atuação do próprio interessado, o concurso dos Espíritos Construtores , que agirão como funcionários da natureza divina, invisíveis ao olhar terrestre, o auxilio afetuoso das entidades amigas que visitarão constantemente o reencarnante, nos meses de formação do novo corpo, e poderá fazer uma idéia do que vem a ser o templo físico que ele possuirá, por algum tempo, como dádiva da Superior Autoridade de Deus, a fim de que se valha da bendita oportunidade de redenção do passado e iluminação para o futuro, no tempo e no espaço. Alguns fisiologistas da Crosta concordam em asseverar que a vida humana é uma resultante de conflitos biológicos, esquecidos de que, muitas vezes, o conflito aparente das forças orgânicas não é senão a prática avançada da lei de cooperação espiritual''.

            ''(...) Meus amigos, o nosso Herculano permanecerá em definitivo junto de Segismundo, na nova experiência, até que ele atinja os sete anos, após o renascimento, ocasião em que o processo reencarnacionista estará consolidado. Depois desse período, a sua tarefa de amigo e orientador será amenizada, visto que seguirá o nosso irmão em sentido mais distante. Sei que o devotado companheiro tomará todas as providências indispensáveis à harmoniosa organização fetal, seja auxiliando o reencarnante, seja defendendo o templo maternal contra o assédio de forças menos dignas''.

            Os processos de reencarnação, tanto quanto os da morte física, diferem ao infinito, não existindo, segundo cremos, dois absolutamente iguais. Há companheiros de grande elevação que, ao voltarem à esfera mais densa em apostolado de serviço e iluminação, quase dispensam o concurso dos benfeitores espirituais  . Outros irmãos, contudo, procedentes de zonas inferiores, necessitam de cooperação muito mais complexa.

            A reencarnação é o curso repetido de lições necessárias. A esfera da Crosta é uma escola divina. E o amor, por intermédio das atividades «intercessórias», reconduz diariamente ao banco escolar da carne milhões de aprendizes (Missionários da Luz. Cap. 13. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier).

            Desde tempos imemoriais até onde o pensamento possa recuar, as evidências sobre a imortalidade da alma, sua comunicabilidade e a reencarnação se fazem presentes em quase todos os povos e culturas, raças e grupamentos sociais, constituindo um dos mais antigos demonstrativos da realidade do ser, que não se circunscreve apenas ao amontoado  de células e de cartilagens na sua constituição molecular.

            (...) Através das comunicações espirituais foram ministradas as instruções a respeito da preexistência e da sobrevivência da vida aos fenômenos do nascimento e da morte, insculpindo o mecanismo evolutivo do ir-e-vir ininterrupto, graças ao qual, da ganga bruta da matéria se libera o anjo que nela jaz adormecido pela reencarnação.

            Nas culturas mais primitivas, em conceitos de metempsicose (4), a reencarnação esplende, mesmo que em moldes agressivos, típicos do período em que aquelas se desenvolviam, demonstrando a inexorável Lei de Justiça, que premia e que disciplina a cada um conforme as atitudes que haja mantido em relação a si mesmo e aos Códigos Soberanos da Vida.

            Em inumeráveis tribos bárbaras, o conceito da metempsicose apresentava-se como forma inexorável do processo de conquista dos valores de crescimento, libertando-as da agressividade e do primarismo, enquanto insculpia a doçura e a harmonia.

            (...) A crença na reencarnação está tão arraigada na história do pensamento, que alguns arqueólogos acreditam que na Nova Idade da Pedra, aproximadamente 10.000 a 5.000 anos a. C. os cadáveres eram enterrados em posição fetal, a fim de facilitar-se o próximo renascimento dos seres que os habitaram.

            Essa crença se firmava na suposição de que aqueles povos, com tais costumes funerários, haviam sido elaborados para facultar os renascimentos em uma outra vida.

            Como consequência dessa crença, também se acredita hoje que o asseio e a preparação proporcionados ao cadáver são, de alguma forma, a aceitação de que o ser irá renascer.

            Muitas tribos, ainda na fase primitiva da evolução, acreditavam que o renascimento dependeria muito da forma como fora inumado o corpo anterior, no que resultavam cuidados especiais que passaram à posteridade, terminando pelos atuais processos de preservação e embelezamento antes da cremação ou mesmo do sepultamento.

            Não obstante, o pensamento egípcio se apresentava díspar: para uns estudiosos, a mumificação tinha por meta pre-servar a forma e evitar a imediata reencarnação; enquanto que, para outros, tratava-se exatamente do oposto, facultando ao ser no retorno encontrar alimentos, objetos e pertences anteriores, facilitando-lhe o prosseguimento dos compromissos.

            Superando a fase mitológica propriamente dita, característica desses povos primitivos, a reencarnação ressurgiu em conteúdos filosófico-religiosos muito bem definidos através do Zoroastrismo - doutrina derivada do pensamento de Zoroastro - nome dado a diversos mestres, havendo sido o último da série aquele que viveu nos anos setecentos a. C. e que ensinou serem as almas humanas Espíritos imortais, que desceram do Alto para atravessar inumeráveis existências terrenas em larga sucessão de corpos materiais, com o objetivo de adquirirem conhecimentos e experiências, para logo retornarem felizes ao seio da Divindade pela qual foram criadas.

            Posteriormente, Heródoto, Platão e Plutarco afirmaram que a reencarnação era a crença geral do Egito, não obstante houvesse também a proposta da metempsicose, que se tratava de um método severo e grave para atemorizar os exotéricos, incapazes, segundo a crença geral, de penetrar o sentido oculto da revelação espiritual.

            Já aí se percebem as claras informações concernentes ao esquecimento do passado, da existência anterior, quando o processo se dá no renascimento, proporcionando mecanismo impeditivo de aflições desnecessárias para maior facilidade ascensional.

            As Obras Herméticas são um repositório de informações a respeito dos renascimentos terrestres como fundamentais para a autoiluminação, em razão da impossibilidade do Espírito alcançar os degraus elevados da transcendência de uma única vez, bem como o conhecimento profundo em somente uma existência terrena.

            O Hinduísmo, por sua vez, na condição de religião mais antiga de que se tem conhecimento em forma organizada, adotou a reencarnação como base para o processo do aperfeiçoamento do ser espiritual, sem o que o mesmo seria impossível.

            O Budismo, seguindo a mesma linha de comportamento ancestral do pensamento hindu, fundamenta-se, essencialmente, na reencarnação, que faculta o desdobramento dos valores inatos no ser profundo, propiciando-lhe a libertação do mundo das ilusões e a perfeita integração na plenitude que lhe está reservada desde o momento da sua criação.

            A recordação das existências passadas deixa de ter qualquer significado nessa Doutrina, em face do próximo despertar do Espírito após o fenômeno da desencarnação.

            A sua meta, que é o encontro com Brahma, constitui o estímulo essencial para o renascimento, sendo de secundária importância saber o que haja ocorrido anteriormente.

            O carma, por sua vez, é a causalidade universal, de modo que cada ação traz um efeito inevitável que deve ser reparado — quando negativa a atitude - ou estimulador e progressista - quando se fundamenta em edificações morais, artísticas, intelectuais e tudo quanto promova o indivíduo e a sociedade.

            Desde o século IV a. C. o Taoísmo, que é um caminho, complementando o confucionismo e o budismo chinês, afirma que o Tao sempre existiu, antes mesmo que o céu e a terra, e que continuará existindo, sem forma, solitário, sem mudanças, chegando a toda parte sem sofrer danos de qualquer natureza, eterno, como a mãe do universo. Tudo mais é um fluxo contínuo.

            Afirmava o eminente Chuang Tzu, aproximadamente 300 anos a.C, um dos seus primeiros filósofos que: Haver alcançado a forma humana deve ser sempre uma maneira de possuir alegria, para depois passar por incontáveis transições, tendo pela frente unicamente o infinito... que bênção tão incomparável!

            Algumas escolas muçulmanas admitem a reencarnação e propõem-na como método edificante para alcançar o Paraíso, afirmando o retorno de Mohammed al Muntazar (Maomé), que houvera desaparecido no ano de 878, e que prossegue vivo, devendo retornar para salvar o mundo...

            De alguma forma se assemelha ao Consolador prometido por Jesus, que se encontra vivo no Espiritismo.

            O Sikismo, de origem mais recente, por volta do aparecimento de Nanak, que nasceu no ano de 1466 — ele próprio afirmava haver renascido antes inúmeras vezes, havendo realizado muitos atos bons e maus — propõe a roda do samsara, da qual se deve desvencilhar o Espírito, a fim de crescer e desenvolver os valores divinos nele jacentes, por meio de ações boas, do respeito às Leis de Deus, mediante a oração, todos eles métodos eficazes para o desiderato libertador.

            Na Grécia, Ferécides foi o primeiro pensador a referir-se à reencarnação em sua Teologia conhecida como Sete Adyta, havendo sido o mestre de Pitágoras, que reproduziu essa crença na sua Escola de Crotona.

            O próprio Pitágoras acreditava haver sido também Euforbus, ferido por Menelau em Tróia, como também Hermotimo que, estando em um templo de Apolo, reconheceu o escudo de Euforbus, e, mais tarde, Pirro, um pescador da Délia...

            Píndaro, e principalmente Platão, não apenas acreditavam na reencarnação como a divulgaram, este último especialmente inspirado no seu mestre Sócrates, deixando clara a sua crença nas memoráveis Obras A República, Fédon, Menón, Timeu e As Leis, nelas ensinando a imortalidade da alma, assim como o seu trânsito em um número ilimitado de renascimentos, para retornar ao mundo das ideias, após conquistadas a beleza, a verdade e a bondade, que se adquirem no transcurso das experiências evolutivas.

            Segundo Platão, a eleição de antigos amigos, parentes e afetos resulta da determinação de suas próprias realizações, sabedoria e conquistas morais.

            Em Roma, a reencarnação gozou de alto respeito entre os muitos filósofos, dentre os quais Possidônio e Virgílio, este último estabelecendo que as almas depois de peregrinarem pelos abismos sorvem a água do Letes - rio do esquecimento - para retornarem ao corpo. Salústio, por exemplo, ensinava que as aflições atuais congênitas são decorrência natural das experiências passadas...

            Mais tarde Fílon, judeu de Alexandria, confirmou a reencarnação, explicando que Deus criou as almas puras e que elas passaram a eleger entre a bondade e a maldade - livre-arbítrio - dando início ao ciclo reencarnacionista.

            Com o advento do Cristianismo, a reencarnação encontrou fundamentos admiráveis nos enunciados de Cristo, particularmente no seu encontro com Nicodemos; na revelação a respeito do retorno de Elias como João Batista; nas referências ao resgate das dívidas e suas consequências; no caso do nado cego e noutros exemplos fecundos.

            As promessas de Jesus se fundamentam na Justiça Divina, na qual se encontra presente a doutrina dos renascimentos, facultando a reabilitação dos equívocos - autoperdão - e a autopromoção pelas ações nobilitantes, que constituem a grande demonstração do amor de Deus a todas as Suas criaturas.

            Em momento algum, nos Seus ensinamentos, se encontra qualquer reproche aos renascimentos orgânicos, nos quais o Espírito assume a oportunidade de crescimento e autoiluminação.

            Prosseguindo com os testemunhos favoráveis à reencarnação, o neoplatonismo, que surgiu no ano de 193 d.C, fundado por Amônio Saccas, ofereceu grande número de pensadores e pais da Igreja, que demonstraram teologicamente a sua realidade.

            Pode-se citar, por exemplo, Orígenes, que afirmava viverem as almas sem os corpos, que teriam esses últimos uma existência secundária, considerando que a vida verdadeira é aquela de natureza espiritual.

            Plotino, por sua vez, igualmente discípulo de Ammônio Saccas, confirmava ser a reencarnação o processo depurador para aqueles que se equivocam e tombam em erros. No entanto, influenciado pela metempsicose, procurava elucidar que os maus retornam em formas inferiores, de plantas e animais, o que não corresponde à legitimidade do processo de evolução. Talvez esse conceito esotérico tivesse como objetivo convidar os exotéricos a temerem a justiça, ante a falta de maturidade psicológica para entenderem as soberanas diretrizes do amor...

            Porfírio, consciente da multiplicidade das existências físicas, esclarecia, explícito, que o ser que experimentou as diferentes vidas (existências) melhores e piores, se torna um juiz mais vigoroso do que aquele que somente conheceu uma... Aquele que vive - prossegue informando - de acordo com o intelecto... passou através da vida irracional... Também informava que as almas dos filósofos depois da sua peregrinação estavam libertadas para sempre, porque depuradas pela reencarnação.

            Jâmblico, por sua vez, explicava que as aparentes injustiças decorrem da conduta mantida em experiências anteriores, porque os deuses veem tudo e tomam as providências compatíveis para o processo da evolução irrefragável, no qual estão mergulhadas as criaturas.

            São Gregório Nazianzeno confirmou a progressão dos Espíritos através da reencarnação, o mesmo ocorrendo com São Jerônimo, na sua Carta a Avitus, afirmando, ademais, que a mesma era praticada e aceita pelos cristãos primitivos.

            Macróbio apresentou a alma como um ser puro, ao ser criada, que desce para experimentar a contingência da matéria e retornar ao seio de onde se originou, novamente purificada de qualquer imperfeição.

            Próclus, demonstrando esse processo de crescimento espiritual, afirmou que o Espírito pode renascer em um ser bruto, porém nunca na condição de bruto.

            Celtas e gauleses deram prosseguimento à crença na reencarnação, através dos ensinamentos druídicos, prosseguindo nos gnósticos, tais os cátaros ou albigenses.

            A partir do Concílio de Constantinopla, a reencarnação tornou-se doutrina herética, graças à petulância do imperador Justiniano que convocou a assembléia, abrindo espaço para as perseguições que tiveram lugar mais tarde através da Inquisição e de todos os mecanismos da intolerância medieval, que se prolongaram até a idade Moderna.

            No entanto, não existe qualquer condenação promulgada contra a crença na reencarnação na Igreja Católica, em Concílios ou mesmo através de Encíclicas, ou outros documentos oficiais do seu credo, senão por meio de opiniões esparsas e periódicas.

            Embora houvesse sempre críticas à reencarnação, por parte de outros pais da Igreja, assim como diferentes filósofos e cépticos, ela permaneceu viva através dos séculos, reaparecendo nas mais diferentes culturas.

            A crença na reencarnação ressurgiu, mesmo durante a Idade Média, sem desaparecer de todo durante o período das perseguições, no pensamento e na poesia de Dante, quando, no Paraíso, afirmou o bardo: — Regressou do Inferno aos seus ossos... a gloriosa alma retorna à carne onde morou por algum tempo.

            A família Medici, graças às traduções realizadas por Marcílio Ficino - que atualizou o pensamento de Plotino, Jâmblico, Sinésio e outros, abrindo espaço para a sua divulgação - muito estimulou a credibilidade na reencarnação.

            Giordano Bruno defendeu-a, passando a aceitá-la.

            Erasmo, o cardeal Nicolau de Cusa e incontestáveis pensadores, dentre os quais, o Conde de Saint-Germain, na corte de Luis XIV, Van Helmont, Leibnitz e Voltaire, asseverando este último que não é mais surpreendente nascer duas vezes que uma, foram defensores da reencarnação.

            Em a Natureza tudo é ressurreição.

            Napoleão afirmava-se a reencarnação de Carlos Magno, enquanto Emanuel Kant comentava que acreditava no processo pelo qual as almas passavam a habitar outros planetas depois de haver concluído o seu ciclo de vidas na Terra.

            Contam-se por centenas os escritores, poetas, pensadores e cientistas que declararam sua crença explícita na reencarnação, em face da justiça do processo evolutivo, dentre os quais, para citar-se apenas alguns: Honoré de Balzac, Emerson, Longfellow, Edgar Allan Poe, Tennyson, Thoreau, Walt Whitman, Bulwer Lytton, George Elliot, James Joyce, Walter Scott, Thomas Carlyle, Lowes Dickinson, Jack London, Soren Kierkegaard, Tolstoi, Gustav Mahler, Robert Browning, Rudyard Kipling, Thomas Moore, Thomas Edison, Victor Hugo, Gustave Flaubert, Edouard Schuré, Oscar Wilde, Francis Thompson, Yeats...

            Sem a reencarnação, como entender-se a diferença de destinos, os comportamentos, as tendências e inclinações, tendo em vista que todas as almas teriam sido criadas no mesmo momento e estavam destinadas à eleição do seu futuro através de uma conduta que não se coaduna com as suas próprias possibilidades? De que recursos disporão um demente, um esquizóide, uma vítima de ocorrência teratológica ou outra qualquer, cuja capacidade de discernimento esteja bloqueada por insuficiência ou degenerescência? Ademais, como conceber-se que o sangue do Justo resgatou todos aqueles que não puderam  ser batizados ou tiveram impossibilidade para filiar-se a este ou àquele culto religioso, no qual encontrariam os elementos salvacionistas?

            As terríveis manifestações dos destinos, em suas desigualdades chocantes, não podem ter início na vontade divina para testar as frágeis criaturas incapazes de eleger o quê e o como agir. Ainda aí consideremos que um ser finito, ao errar, não se pode fazer credor de uma punição infinita, qual ocorre com aquele que vai atirado aos infernos sem remissão.

            Na punição eterna vemos, igualmente, que o infinito amor de Deus falhou, porque não pôde poupar o ser que criou à sua imagem e semelhança, do que seria a fragilidade que conduz em si mesmo, o que implica reconhecer que a perfeição também criou a imperfeição, o amor gerou o desamor, o bem produziu o mal...

            Deus aspira para a Humanidade a perfeição, que lhe reserva, porém facultando que cada qual a consiga a esforço pessoal, o que dá dignidade ao Espírito que luta e se esforça.

            A genialidade precoce, as aspirações do belo e do nobre não podem ter origem igual às expressões degenerativas para o crime, a destruição...

            Criado em sua simplicidade, porém portador de todo um potencial que dorme no cerne, o Espírito avança a esforço próprio, erguendo-se, etapa a etapa, até culminar na glória solar mediante a reencarnação.

            Diante dos conflitos comportamentais e dos dissabores morais, das angústias e dos complexos perturbadores, dos tormentos emocionais e ansiedades, das enfermidades dilaceradoras, degenerativas, irreversíveis, dos ódios e dos amores profundos, das desconfianças injustificáveis, da arrogância, do orgulho, do exacerbado egotismo, do primitivismo e da sabedoria, da delicadeza e da brutalidade, da nobreza e da vilania, dos gestos de santificação e de bestialidade que vigem simultaneamente, como conceber-se que todos esses seres tiveram  uma só e única oportunidade?

            A reencarnação é a chave para explicar, não apenas essas, senão todas as ocorrências que diferenciam os indivíduos, mesmo que se buscando a explicação genética para a maioria dos fenômenos orgânicos, mentais e comportamentais, em razão de ser ela um efeito da eleição do Espírito, que molda, através do seu perispírito, o envoltório de que necessita para resgatar, reparar e crescer.

            O ser é o responsável pelo próprio destino, elaborando, ele próprio, a indumentária carnal indispensável ao seu processo iluminativo, pelo qual todos passam. (Dias Gloriosos. Cap. 21. Espírito Joanna de Ângelis. Psicografado por Divaldo Pereira Franco )

 

Observação (1): O Espírito de Ignácio Ferreira relata que: ''Muitos destes irmãos, reencarnam sem que se reconheçam. (...) Vivem na órbita psíquica daqueles com os quais se afinizam e, de repente caem nas malhas da reencarnação. Não temos como acolher esta gente toda na vida espiritual e nem programar reencarnação para todos; para a esmagadora maioria dos espíritos vinculados ao orbe, o que funciona é a lei. (...) Muitos espíritos passavam colados aos transeuntes encarnados, como se fossem dois ocupando um só corpo -às vezes, três, quatro, ocupando  um só corpo. (...) Não haviam, repito se habilitado a viver fora do corpo, o seu habitar natural de milênios! Em séculos e séculos, viviam mais em função do corpo físico do que de si mesmos. O tempo em que demoravam no mundo espiritual era apenas o suficiente para uma nova existência física, que retomavam de maneira automática. ( Do outro lado do Espelho. Êxito aparente. Espírito Ignácio Ferreira. Psicografia de Carlos Antonio Baccelli)

 

Observação (2): O instrutor espiritual Alexandre explica que: ''Quando me refiro a trabalhadores, falo dos companheiros não completamente bons e redimidos, mas daqueles que apresentam maior soma de qualidades superiores, a caminho da vitória plena sobre as condições e manifestações grosseiras da vida. Em geral, como acontece a nós outros, são entidades em débito, mas com valores de boa Vontade, perseverança e sinceridade, que lhes outorgam o direito de influir sobre os fatores de sua reencarnação, escapando, de certo modo, ao padrão geral'' (Missionários da Luz. Cap. 12. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier).

 

Observação (3): Os abnegados construtores espirituais colaboram na formação básica dos corpos, destinados a servirem às entidades que reencarnam (Missionários da Luz. Cap. 13. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier).

 

Observação (4): (...) Pitágoras, como se sabe, não foi o autor do sistema da metempsicose; ele o colheu dos filósofos indianos e dos egípcios, que o tinham desde tempos imemoriais. A idéia da transmigração das almas formava, pois, uma crença vulgar, aceita pelos homens mais eminentes. De que modo a adquiriram? Por uma revelação, ou por intuição? Ignoramo-lo .Seja, porém, como for, o que não padece dúvida é que uma idéia não atravessa séculos e séculos, nem consegue impor-se a inteligências de escol, se não contiver algo de sério. Assim, a ancianidade desta doutrina, em vez de ser uma objeção, seria prova a seu favor. Contudo, entre a metempsicose dos antigos e a moderna doutrina da reencarnação, há, como também se sabe, profunda diferença, assinalada pelo fato de os Espíritos rejeitarem, de maneira absoluta, a transmigração da alma do homem para os animais e reciprocamente. (O Livro dos Espíritos.  Questão 222. Allan Kardec )
 

Bibliografia:

- O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 4. Item 4. Allan Kardec.

- O Livro dos Espíritos. Questões: 132,  166 - B, 167, 168, 169, 172, 173, 184, 188, 222, 223, 224 -A e B . Allan Kardec.

- Evolução para o terceiro milênio. Cap. 4. item 13. Carlos Toledo Rizzini.

-  Missionários da Luz. Cap. 12 e 13 Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier.

- O Consolador. Questões 29 e 32. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

- Nossos filhos são Espíritos. Cap. 20. Hermínio C. Miranda.

- Dias Gloriosos. Cap. 21. Espírito Joanna de Ângelis. Psicografado por Divaldo Pereira Franco.

- Do outro lado do Espelho. Êxito aparente. Espírito Ignácio Ferreira. Psicografia de Carlos Antonio Baccelli.

- Bíblia: João 3:1-12 

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