Utilize o conteúdo da aula, designado por "Subsídio para o Evangelizador", para desenvolver palestras espíritas para jovens e adultos.

Aula 26 - O orgulho e a humildade

Ciclo 1 - História: Florzinha Cor-de-rosaAtividade: ESE - Cap. 7 - 4 - O orgulho e a humildade.

Ciclo 2 - História: O cavalinho rebelde -  Atividade: ESE - Cap. 7 - 1 - O que se deve entender por pobres de espírito.

Ciclo 3 - História: O carneiro revoltado  -  Atividade: ESE - Cap. 7 - 2 - Aquele que se eleva será rebaixado.

Mocidade - História: O grave equívoco do orgulho   -   Atividade:   2 - Dinâmica de grupo:  Atitudes opostas: Orgulho X Humildade.   

 

Dinâmicas: O orgulho e a humildadeA gangorra: Orgulho X Humildade; No reino das virtudes.

Mensagens Espíritas: Orgulho e humildadeSimplicidade.

Vídeos: - História: A lebre e a tartaruga (Dica: pesquise no Youtube).

- História Espírita: O carneiro revoltado (Dica: pesquise no Youtube).

Sugestão de livros infantis: - Fábulas que ensinam: A Lebre e a Tartaruga. Esopo. Editora Todolivro.

- Fábulas Clássicas: O Carvalho e o Caniço . Adaptação: Milton Beger. Editora DCL. Difusão cultural do livro.

- A vida fala II. O carneiro revoltado. Espírito Neio Lúcio. Chico Xavier. Editora FEB.

 

Leitura da Bíblia: Mateus - Capítulo 20


20.20   Então, se chegou a ele a mulher de Zebedeu, com seus filhos, e, adorando-o, pediu-lhe um favor.


20.21   Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela respondeu: Manda que, no teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita, e o outro à tua esquerda.


20.22   Mas Jesus respondeu: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: Podemos.


20.23   Então, lhes disse: Bebereis o meu cálice; mas o assentar-se à minha direita e à minha esquerda não me compete concedê-lo; é, porém, para aqueles a quem está preparado por meu Pai.


20.24   Ora, ouvindo isto os dez, indignaram-se contra os dois irmãos.


20.25   Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles.


20.26   Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva;


20.27   e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo;


20.28   tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.


 

Lucas - Capítulo 14


14.11   Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado.


 

João - Capítulo 13


13.1   Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim.


13.2   Durante a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que traísse a Jesus,


13.3   sabendo este que o Pai tudo confiara às suas mãos, e que ele viera de Deus, e voltava para Deus,


13.4   levantou-se da ceia, tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela.


13.5   Depois, deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.


13.6   Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, e este lhe disse: Senhor, tu me lavas os pés a mim?


13.7   Respondeu-lhe Jesus: O que eu faço não o sabes agora; compreendê-lo-ás depois.


13.8   Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte comigo.


13.9   Então, Pedro lhe pediu: Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça.


13.10   Declarou-lhe Jesus: Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés; quanto ao mais, está todo limpo. Ora, vós estais limpos, mas não todos.


13.11   Pois ele sabia quem era o traidor. Foi por isso que disse: Nem todos estais limpos.


13.12   Depois de lhes ter lavado os pés, tomou as vestes e, voltando à mesa, perguntou-lhes: Compreendeis o que vos fiz?


13.13   Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou.


13.14   Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros.


13.15   Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.


 

Mateus - Capítulo 5


5.3 Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus.


 

Tópicos a serem abordados:

- Ser orgulhoso significa considerar-se acima dos outros, julgando-se com direitos superiores (privilegiado), ou seja, ser soberbo; ter amor-próprio em exagero.

- A humildade é um sentimento oposto ao orgulho, pois o indivíduo é modesto e reconhece que precisa melhorar-se; e que todos somos iguais perante Deus.

- A humildade é um ato de submissão a vontade de Deus, enquanto o orgulho é uma revolta contra ele.

-  Jesus nasceu em uma condição simples e humilde (na manjedoura, onde os animais comem) e despediu-se na cruz. Ensinou por atitudes e por palavras que para entrar no Reino dos Céus, é necessário a simplicidade de coração e a humildade de espírito.

- Ter simplicidade é compreender o que é essencial para satisfazer as verdadeiras necessidades da vida, adequadas à realidade pessoal e profissional de cada um (1). Aquele que é simples não cria necessidades artificiais, pois  não possui ganância descabida.

- Ter humildade é saber servir ao próximo. Podemos ser humildes em todas as classes sociais, na pobreza ou na riqueza. A humildade não tem relação com a condição financeira, portanto ser humilde não significa ser pobre materialmente.

- Quando Jesus lavou os pés dos seus discípulos, quis nos dar o exemplo supremo da humildade. Naquela época, as pessoas caminhavam por estradas de terra e, pelo fato de usarem sandálias, chegavam aos seus destinos com os pés empoeirados.  E essa tarefa de lavar os pés antes das refeições era feita por escravos. Então, Jesus quis ensinar que o maior para Deus será sempre aquele que se fizer o menor de todos.

- Quando a mãe de dos filhos de Zebedeu  (Tiago e João) se dirigiu ao mestre e solicitou, que seus dois filhos se sentassem em vosso reino, um à vossa direita e outro à vossa esquerda, os demais discípulos se encheram de indignação, pois interpretaram que os dois se consideravam superiores aos demais. Então, Jesus lhes disse: ''Mas aquele que quiser tornar-se o maior, seja vosso servidor''; ensinando que aquele que quiser ser o maior, deve ser humilde, trabalhando em benefício de todos. E disse também: “O filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de muitos”. Foi efetivamente o que fez (2).

- O orgulho  é o maior obstáculo ao nosso aperfeiçoamento. O orgulho desvia-nos não apenas do amor dos nossos semelhantes, mas torna qualquer aperfeiçoamento impossível, enganando-nos sobre nosso valor, cegando-nos sobre nossos defeitos. Apenas um exame rigoroso dos nossos atos e dos nossos pensamentos nos permitirá nos melhorarmos. Mas como o orgulhoso submeter-se-ia a esse exame? De todos os homens, o orgulhoso, é aquele que menos se conhece. 

- O homem simples, humilde de coração (pobre de espírito), rico em qua­lidades morais, chegará mais depressa à verdade, apesar da possível inferioridade intelectual em relação ao orgulhoso, pois ele está disposto a aprender.

 - O ensino dos espíritos nos mostra, sob sua verdadeira claridade, a situação dos orgulhosos na vida de além-túmulo (após a morte). Os humildes e os pequenos desse mundo encontram-se aí elevados ; os orgulhosos e os poderosos são diminuídos, humi­lhados . É isso que Jesus quis dizer com estas palavras: ''Aquele que se humilhar será elevado e aquele que se elevar será rebaixado''.

- Todos os homens que sofrem injustiças, devem perdoar as faltas dos seus irmãos, pois não estamos isentos de erros;  isso é fazer caridade, mas é também humildade. Por exemplo, se alguém lhe colocar um apelido maldoso, não queira se vingar. Suportar com coragem as humilhações dos homens é ser humilde e reconhecer que somente Deus é grande e poderoso.

 

Comentário (1): Site: https://espiritismonocotidiano.com/category/simplicidade/. Data de consulta: 28-07-16 (2): Elucidações Evangélicas.  Cap. 132. Antônio Luiz Sayão.

 

Perguntas para fixação:

1. O que é o orgulho?

2. O que é a humildade?

3. Em quais gestos Jesus exemplificou a humildade?

4. Ser pobre materialmente significa ser humilde? Por quê?

5. O orgulhoso terá a mesma recompensa que o humilde?

6. Qual é a situação dos orgulhosos no mundo espiritual?

7. Quem alcançará mais rápido as verdades espirituais?

8. Quem é o maior no reino dos céus?

 

Subsídio para o Evangelizador:

            Segundo o dicionário Aurélio a palavra ''orgulho'' significa: elevado conceito que alguém faz de si próprio;  Amor-próprio exagerado; Altivez, soberba. (https://www.dicionariodoaurelio.com/Orgulho.html).

            E o termo humildade significa o oposto: ausência completa de orgulho; Modéstia.  (https://www.dicionariodoaurelio.com/Humildade.html).

            Estas máximas (Mateus 18:1-5; 20:20-28; Lucas 14:1, 7-11) decorrem do princípio de humildade que Jesus não cessa de apresentar como condição essencial da felicidade prometida ao s eleitos do Senhor e que ele formulou assim: "Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que o reino dos céus lhes pertence." Ele toma uma criança como tipo da simplicidade de coração e diz: "Será o maior no reino dos céus aquele que se humilhar e se fizer pequeno como uma criança, isto é, que nenhuma pretensão alimentar à superioridade ou à infalibilidade.

            A mesma idéia fundamental se nos depara nesta outra máxima: Seja vosso servidor aquele que quiser tornar-se o maior, e nesta outra: Aquele que se humilhar será exaltado e aquele que se elevar será rebaixado. ( O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 7. Item 6. Allan Kardec).

            Como entender a bem-aventurança conferida por Jesus aos “pobres de espírito?”.

         O ensinamento do Divino Mestre, referia-se às almas simples e singelas, despidas do “espírito de ambição e de egoísmo” que costumam triunfar nas lutas do mundo. Não costumais até hoje denominar os vitoriosos do século, nas questões puramente materiais, de “homens de espírito?” É por essa razão que, em se dirigindo à massa popular, aludia o Senhor aos corações despretensiosos e humildes; aptos a lhes seguirem o ensinamento; sem determinadas preocupações rasteiras da existência material. (O Consolador. Questão 313. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)

         A incredulidade zombou desta máxima: Bem-aventurados os pobres de espírito, como tem zombado de muitas outras coisas que não compreende. Por pobres de espírito Jesus não entende os baldos de inteligência, mas os humildes, tanto que diz ser para estes o reino dos céus e não para os orgulhosos.

            Os homens de saber e de espírito, no entender do mundo, formam geralmente tão alto conceito de si próprios e da sua superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de lhes merecer a atenção. Concentrando sobre si mesmos os seus olhares, eles não os podem elevar até Deus. Essa tendência, de se acreditarem superiores a tudo, muito amiúde os leva a negar aquilo que, estando-lhes acima, os depreciaria, a negar até mesmo a Divindade. Ou, se condescendem em admiti-la, contestam-lhe um dos mais belos atributos: a ação providencial sobre as coisas deste mundo, persuadidos de que eles são suficientes para bem governá-lo. Tomando a inteligência que possuem para medida da inteligência universal, e julgando-se aptos a tudo compreender, não podem crer na possibilidade do que não compreendem. Consideram sem apelação as sentenças que proferem.

            (...) Dizendo que o reino dos céus é dos simples, quis Jesus significar que a ninguém é concedida entrada nesse reino, sem a simplicidade de coração e humildade de espírito; que o ignorante possuidor dessas qualidades será preferido ao sábio que mais crê em si do que em Deus. Em todas as circunstâncias, Jesus põe a humildade na categoria das virtudes que aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura, e isso por uma razão muito natural: a de ser a humildade um ato de submissão a Deus, ao passo que o orgulho é a revolta contra ele. Mais vale, pois, que o homem, para felicidade do seu futuro, seja pobre em espírito, conforme o entende o mundo, e rico em qualidades morais. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 7. Item 2. Allan Kardec).        

            Qual a maior lição que a Humanidade recebeu do Mestre, ao lavrar ele os pés dos seus discípulos?

            Entregando-se a esse ato, queria o Divino Mestre testemunhar para as criaturas humanas a suprema lição da humildade, demonstrando, ainda uma vez, que, na coletividade cristã, o maior para Deus seria sempre aquele que se fizesse o menor de todos. (O Consolador. Questão 314. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Ainda com respeito às nossas observações, com interpretar a humildade?”

           R: Refletindo-a do Céu a Terra, em penhor de redenção e beleza, o Cristo de Deus nasceu na palha da manjedoura e despediu-se dos homens pelos braços da cruz. (Cura. 7 - Perguntas e respostas. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).    

            “Ainda mesmo quando cumprísseis tudo quanto vos foi ordenado, considerai-vos como servos inúteis” (Lucas 17:10). Estas palavras do Cristo vos ensinam a humildade como a primeira base da fé e uma das primeiras condições da caridade. Aquele que tem fé não esquece que Deus conhece todas as imperfeições; em conseqüência, jamais pensa em querer parecer melhor do que é aos olhos do próximo. O que tem humildade sempre acolhe com doçura as censuras que lhe fazem, por mais injustas que sejam, porquanto, sabei-o bem, a injustiça jamais irrita o justo. É pondo o dedo sobre alguma chaga envenenada de vossa alma que se faz subir ao vosso rosto o rubor da vergonha, índice certo de um orgulho mal disfarçado. O orgulho, meus filhos, é o maior obstáculo ao vosso aperfeiçoamento, porque não vos deixa aproveitar as lições que vos dão. É, pois, combatendo-o sem trégua e sem quartel que melhor trabalhareis o vosso adiantamento.  ( Revista Espírita. Março de 1861. Lições familiares de moral. Allan Kardec / Vide: O Livro dos Espíritos. Questão 785. Allan Kardec).

            O egoísmo se origina do orgulho. A exaltação da personalidade leva o homem a considerar-se acima dos outros. Julgando-se com direitos superiores, melindra-se com o que quer que, a seu ver, constitua ofensa a seus direitos. A importância que, por orgulho, atribui à sua pessoa, naturalmente o torna egoísta.

            O egoísmo e o orgulho nascem de um sentimento natural: o instinto de conservação. Todos os instintos têm sua razão de ser e sua utilidade, porquanto Deus nada pode ter feito de inútil. Ele não criou o mal; o homem é quem o produz, abusando dos dons de Deus, em virtude do seu livre-arbítrio. Contido em justos limites, aquele sentimento é bom em si mesmo. A exageração é o que o torna mau e pernicioso. O mesmo acontece com todas as paixões que o homem freqüentemente desvia do seu objetivo providencial. Ele não foi criado egoísta, nem orgulhoso por Deus, que o criou simples e ignorante; o homem é que se fez egoísta e orgulhoso, exagerando o instinto que Deus lhe outorgou para sua conservação. (Revista Espírita. Julho de 1869. O Egoísmo e o orgulho. Allan Kardec).

            Esse vício é o maior flagelo da Humanidade. Dele pro­cedem todas as discórdias da vida social, as rivalidades de classes e de povos, as intrigas, o ódio e a guerra. Inspirador das loucas ambições, o orgulho tem coberto a Terra de sangue e de ruínas; e é ainda ele que causa nossos sofrimentos de além-túmulo, pois seus efeitos estendem-se além da morte, até sobre nossos destinos longínquos.

            O orgulho desvia-nos não apenas do amor dos nossos semelhantes, mas torna qualquer aperfeiçoamento impossível, enganando-nos sobre nosso valor, cegando-nos sobre nossos defeitos. Apenas um exame rigoroso dos nossos atos e dos nossos pensamentos nos permitirá nos reformarmos. Mas como o orgulhoso submeter-se-ia a esse exame? De todos os homens é aquele que menos se conhece. Vaidoso de sua pes­soa, nada pode desenganá-lo, pois afasta, com cuidado, o que poderia esclarecê-lo; odeia a contradição e apenas se compraz no convívio dos aduladores. ( Depois da morte. Cap. 45. Orgulho. Riqueza e pobreza. Leon Denis).

            O “amor-próprio”, o “brio”, o “caráter”, a “honra”, são atitudes que a sociedade humana reclama da personalidade; como proceder em tal caso, quando os fatos colidem com os nossos conhecimentos evangélicos?

            O círculo social exige semelhantes atitudes da personalidade, contudo, essa mesma sociedade ainda não soube entende-las, senão pela pauta das suas convenções, quando o amor-próprio, o brio, o caráter e a honra deveriam ser traços do aperfeiçoamento espiritual e nunca demonstrações de egoísmo, de vaidade e orgulho, quais se manifestam, comumente, na Terra.

            Quando o homem se cristianizar, compreendendo essas posições morais no seu verdadeiro prisma, não mais se verificará qualquer colisão entre os acontecimentos da existência comum e os seus conhecimentos do Evangelho, porquanto o seu esforço será sempre o da cooperação sincera a favor do reerguimento e da elevação espiritual dos semelhantes. (O Consolador. Questão 216. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            O homem simples, humilde de coração, rico em qua­lidades morais, chegará mais depressa à verdade, apesar da possível inferioridade de suas faculdades, do que o presun­çoso, vaidoso de sua ciência terrestre, revoltado contra a lei que o rebaixa e destrói o seu prestígio. ( Depois da morte. Cap. 45. Orgulho. Riqueza e pobreza. Leon Denis).

            O poder e a consideração de que um homem gozou na Terra lhe dão supremacia no mundo dos Espíritos?

            Não; pois que os pequenos serão elevados e os grandes rebaixados. Lê os salmos.

            Como devemos entender essa elevação e esse rebaixamento?

            Não sabes que os Espíritos são de diferentes ordens, conforme seus méritos? Pois bem! O maior da Terra pode pertencer à última categoria entre os Espíritos, ao passo que o seu servo pode estar na primeira. Compreendes isto? Não disse Jesus: aquele que se humilhar será exaltado e aquele que se exaltar será humilhado? ( O Livro dos Espíritos Questão 275. Allan Kardec).

            O ensino dos espíritos nos mostra, sob sua verdadeira claridade, a situação dos orgulhosos na vida de além-túmulo. Os humildes e os pequenos desse mundo encontram-se aí elevados; os vaidosos e os poderosos são diminuídos, humi­lhados. Uns trouxeram com eles aquilo que faz a verdadeira superioridade: as virtudes, as qualidades adquiridas pelo sofrimento enquanto outros tiveram que abandonar, com a morte, títulos, fortuna; é inútil saber. Tudo o que constituía sua glória, sua felicidade, dissipou-se como fumaça. Chegam ao Espaço pobres, despojados, e essa privação súbita, con­trastando com seu passado esplendor, aviva seus cuidados, seus pungentes remorsos. É com uma amargura profunda que veem acima deles, na luz, aqueles que menosprezaram, desprezaram na Terra. Acontece o mesmo para com as reen­carnações futuras. O orgulho, a ambição ávida, não podem atenuar-se ou apagar-se senão por meio de vidas atormenta­das, vidas de trabalho e de renúncia, no decorrer das quais a alma orgulhosa volta-se para si mesma, reconhece sua fraqueza, abre-se para os sentimentos melhores. ( Depois da morte. Cap. 45. Orgulho. Riqueza e pobreza. Leon Denis).

            O Espiritismo sanciona pelo exemplo a teoria, mostrando-nos na posição de grandes no mundo dos Espíritos os que eram pequenos na Terra; e bem pequenos, muitas vezes, os que na Terra eram os maiores e os mais poderosos. E que os primeiros, ao morrerem, levaram consigo aquilo que faz a verdadeira grandeza no céu e que não se perde nunca: as virtudes, ao passo que os outros tiveram de deixar aqui o que lhes constituía a grandeza terrena e que se não leva para a outra vida: a riqueza, os títulos, a glória, a nobreza do nascimento. Nada mais possuindo senão isso, chegam ao outro mundo privados de tudo, como náufragos que tudo perderam, até as próprias roupas. Conservaram apenas o orgulho que mais humilhante lhes torna a nova posição, porquanto vêem colocados acima de si e resplandecentes de glória os que eles na Terra espezinharam.

            O Espiritismo aponta-nos outra aplicação do mesmo princípio nas encarnações sucessivas, mediante as quais os que, numa existência, ocuparam as mais elevadas posições, descem, em existência seguinte, às mais ínfimas condições, desde que os tenham dominado o orgulho e a ambição. Não procureis, pois, na Terra, os primeiros lugares, nem vos colocar acima dos outros, se não quiserdes ser obrigados a descer. Buscai, ao contrário, o lugar mais humilde e mais modesto, porquanto Deus saberá dar-vos um mais elevado no céu, se o merecerdes. ( O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 7. Item 6. Allan Kardec).

            O orgulho é o terrível adversário da humildade. Se o Cristo prometia o reino dos céus aos mais pobres, é porque os grandes da Terra imaginam que os títulos e as riquezas são recompensas deferidas aos seus méritos e se consideram de essência mais pura do que a do pobre. Julgam que os títulos e as riquezas lhes são deferidas; pelo que, quando Deus lhos retira, o acusam de injustiça. Oh! irrisão e cegueira! Pois, então, Deus vos distingue pelos corpos? O envoltório do pobre não é o mesmo que o do rico? Terá o Criador feito duas espécies de homens? Tudo o que Deus faz é grande e sábio; não lhe atribuais nunca as idéias que os vossos cérebros orgulhosos engendram.

            Ó rico! Enquanto dormes sob dourados tetos, ao abrigo do frio, ignoras que jazem sobre a palha milhares de irmãos teus, que valem tanto quanto tu? Não é teu igual o infeliz que passa fome? Ao ouvires isso, bem o sei, revolta-se o teu orgulho. Concordarás em dar-lhe uma esmola, mas em lhe apertar fraternalmente a mão, nunca. "Pois quê! dirás, eu, de sangue nobre, grande da Terra, igual a este miserável coberto de andrajos! Vã utopia de pseudofilósofos! Se fôssemos iguais, por que o teria Deus colocado tão baixo e a mim tão alto?" E exato que as vossas vestes não se assemelham; mas, despi-vos ambos: que diferença haverá entre vós? A nobreza do sangue, dirás; a química, porém, ainda nenhuma diferença descobriu entre o sangue de um grão-senhor e o de um plebeu; entre o do senhor e o do escravo. Quem te garante que também tu já não tenhas sido miserável e desgraçado como ele? Que também não hajas pedido esmola? Que não a pedirás um dia a esse mesmo a quem hoje desprezas? São eternas as riquezas? Não desaparecem quando se extingue o corpo, envoltório perecível do teu Espírito? Ah! lança sobre ti um pouco de humildade! Põe os olhos, afinal, na realidade das coisas deste mundo, sobre o que dá lugar ao engrandecimento e ao rebaixamento no outro; lembra-te de que a morte não te poupará, como a nenhum homem; que os teus títulos não te preservarão do seu golpe; que ela te poderá ferir amanhã, hoje, a qualquer hora. Se te enterras no teu orgulho, oh! quanto então te lamento, pois bem digno de compaixão serás. Orgulhosos! Que éreis antes de serdes nobres e poderosos? Talvez estivésseis abaixo do último dos vossos criados. Curvai, portanto, as vossas frontes altaneiras, que Deus pode fazer se abaixem, justo no momento em que mais as elevardes. Na balança divina, são iguais todos os homens; só as virtudes os distinguem aos olhos de Deus. São da mesma essência todos os Espíritos e formados de igual massa todos os corpos. Em nada os modificam os vossos títulos e os vossos nomes. Eles permanecerão no túmulo e de modo nenhum contribuirão para que gozeis da ventura dos eleitos. Estes, na caridade e na humildade é que tem seus títulos de nobreza. (Lacordaire. Constantina, 1863. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 7. Item 11. Allan Kardec).

            A causa do orgulho está na crença, em que o homem se firma, da sua superioridade individual. Ainda aí se faz sentir a influência da concentração dos pensamentos sobre a vida corpórea. Naquele que nada vê adiante de si, atrás de si, nem acima de si, o sentimento da personalidade sobrepuja e o orgulho fica sem contrapeso.

            A incredulidade não só carece de meios para combater o orgulho, como o estimula e lhe dá razão, negando a existência de um poder superior à Humanidade. O incrédulo apenas crê em si mesmo; é, pois, natural que tenha orgulho. Enquanto que, nos golpes que em Deus e na vida futura é, conseguintemente, a primeira condição para moderar o orgulho; porém, não basta. Juntamente com o futuro, é necessário ver o passado, para fazer idéia exata do presente.

            Para que o orgulhoso deixe de crer na sua superioridade, cumpre se lhe prove que ele não é mais do que os outros e que estes são tanto quanto ele; que a igualdade é um fato e não apenas uma bela teoria filosófica; que estas verdades ressaltam da preexistência da alma e da reencarnação.

            (...) Se levar em conta unicamente a vida planetária, ele vê apenas as desigualdades sociais do momento, que são as que o impressionam; se, porém, deitar os olhos sobre o conjunto da vida do Espírito, sobre o passado e o futuro, desde o ponto de partida até o de chegada, aquelas desigualdades se somem e ele reconhece que Deus nenhuma vantagem concedeu a qualquer de seus filhos em prejuízo dos outros; que deu parte igual a todos e não aplainou o caminho mais para uns do que para outros; que o que se apresenta menos adiantado do que ele na Terra pode tomar-lhe a dianteira, se trabalhar mais do que ele por aperfeiçoar-se; reconhecerá, finalmente, que, nenhum chegando ao termo senão por seus esforços, o princípio da igualdade é um princípio de justiça e uma lei da Natureza, perante a qual cai o orgulho do privilégio.

            Provando que os Espíritos podem renascer em diferentes condições sociais, quer por expiação, quer por provação, a reencarnação ensina que, naquele a quem tratamos com desdém, pode estar um que foi nosso superior ou nosso igual noutra existência, um amigo ou um parente. Se o soubesse, o que com ele se defronta o trataria com atenções, mas, nesse caso, nenhum mérito teria; por outro lado, se soubesse que o seu amigo atual foi seu inimigo, seu servo ou seu  escravo , sem dúvida o repeliria. Ora, não quis Deus que fosse assim, pelo que lançou um véu sobre o passado. Deste modo, o homem é levado a ver, em todos, irmãos seus e seus iguais, donde uma base natural para a fraternidade ; sabendo que pode ser tratado como haja tratado os outros, a caridade se lhe torna um dever e uma necessidade fundados na própria Natureza.  (Obras Póstumas. O egoísmo e o orgulho. Suas causas, seus efeitos e os meios de destruí-los. Allan Kardec).

             Todos vós que dos homens sofreis injustiças, sede indulgentes para as faltas dos vossos irmãos, ponderando que também vós não vos achais isentos de culpas; é isso caridade, mas é igualmente humildade. Se sofreis pelas calúnias, abaixai a cabeça sob essa prova. Que vos importam as calúnias do mundo? Se é puro o vosso proceder, não pode Deus vo-las compensar? Suportar com coragem as humilhações dos homens é ser humilde e reconhecer que somente Deus é grande e poderoso. (Lacordaire. Constantina, 1863. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 7. Item 11. Allan Kardec).

 

 Bibliografia:

- O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 7. Itens 2, 6 e 11 . Allan Kardec.

- O Livro dos Espíritos. Questões: 275,  785. Allan Kardec.

- Obras Póstumas. O egoísmo e o orgulho. Suas causas, seus efeitos e os meios de destruí-los. Allan Kardec.

- Revista Espírita. Março de 1861. Lições familiares de moral. Allan Kardec.

- Revista Espírita. Julho de 1869. O Egoísmo e o orgulho. Allan Kardec. 

- O Consolador. Questão 313 e 314. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

-  Cura. 7 - Perguntas e respostas. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

- Depois da morte. Cap. 45. Orgulho. Riqueza e pobreza. Leon Denis.

- Bíblia: Mateus 18:1-5; 20:20-28; Lucas 14:1, 7-11; 17:10

- Sites: https://www.dicionariodoaurelio.com/Orgulho.html; https://www.dicionariodoaurelio.com/Humildade.html; Data da consulta: 29/09/14.

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