Utilize o conteúdo da aula, designado por "Subsídio para o Evangelizador", para desenvolver palestras espíritas para jovens e adultos.

Aula 64 - Obediência e resignação

Ciclo 1 - História:  Gisa e Arco -  Atividade: ESE - Cap. 9 - 4 - Obediência e resignação.

Ciclo 2 - História:  O burro de carga -  Atividade: ESE - Cap. 5 - 5 - Motivos de resignação ou/e  Cap. 17 - 8 - Os superiores e os inferiores.  

Ciclo 3 - História:  A primeira pérola -  Atividade: PH - Jesus - 34 - Obediência e resignação.

Mocidade - História: Marcel, o menino do n° 4  - Atividade: 7 - Debate de opiniões contrárias: Trecho da música "Toda forma de amor" de Lulu Santos.

 

Dinâmicas: Obediência e resignaçãoObediênciaMamãe mandou

Mensagens Espíritas: ObediênciaResignação.

Sugestão de vídeo: - História Espírita: O Burro de Carga (Dica: pesquise no Youtube).   

Sugestão de livros infantis: - A vida fala II. O Burro de carga. Neio Lúcio. Chico Xavier. Editora FEB.

- Coleção Valores e Virtudes. A inesperada escolha – Humildade. Madalena Parisi Duarte. Editora BrasilLeitura. (Obs.: Semelhante a história do Burro de carga).

 

Leitura da Bíblia: João - Capítulo 6


6.38   Porque eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.


 

Lucas - Capítulo 2



2.42   Quando ele atingiu os doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa.


2.43   Terminados os dias da festa, ao regressarem, permaneceu o menino Jesus em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem.


2.44   Pensando, porém, estar ele entre os companheiros de viagem, foram caminho de um dia e, então, passaram a procurá-lo entre os parentes e os conhecidos;


2.45   e, não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém à sua procura.


2.46   Três dias depois, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.


2.47   E todos os que o ouviam muito se admiravam da sua inteligência e das suas respostas.


2.48   Logo que seus pais o viram, ficaram maravilhados; e sua mãe lhe disse: Filho, por que fizeste assim conosco? Teu pai e eu, aflitos, estamos à tua procura.


2.49   Ele lhes respondeu: Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?


2.50   Não compreenderam, porém, as palavras que lhes dissera.


2.51   E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso. Sua mãe, porém, guardava todas estas coisas no coração.


2.52   E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.


 

Efésios - Capítulo 6


6.1   Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo.


 

Mateus - Capítulo 26


26.39   E, indo um pouco adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.


 

Filipenses - Capítulo 2


2.8   a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.


 

Hebreus - Capítulo 5


5.9   E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem,


5.10   chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.


 

Tópicos a serem abordados:

- Ser obediente significa cumprir as determinações dos pais, professores, chefes e a todos a quem servimos ou devemos respeito, e acima de tudo é observar as leis de Deus e fazer a Sua vontade.  

- Resignação é um sentimento que consiste em aceitar as dificuldades e sofrimentos da vida, que não se pode mudar, pacientemente e sem reclamar. Resignar-se diante das provas e expiações é ser obediente aos decretos divinos.  

- Obedecer não é negar a vontade e o sentimento, mas exercitar o próprio poder de escolha (livre-arbítrio) para cooperar com os outros na produção de algo maior e melhor do que aquilo que se faria sozinho. Por exemplo, quando obedecemos aos nossos pais e professores estamos cooperando nas suas atividades diárias. Aquele que obedece, aceitando o bom conselho, está cumprindo os seus deveres para com a família e sociedade.

- O rebelde não pode ser resignado, do mesmo modo que o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes. A doutrina de Jesus ensina, em todos os seus pontos, a obediência e a resignação, duas virtudes companheiras, que o Divino Mestre possuía.    

- Jesus era obediente aos seus pais desde a sua infância e, acima de tudo, veio fazer a vontade de Deus.  Conta-se que aos doze anos, permaneceu em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. E quando o encontraram, estava sentado no Templo entre os doutores, escutando e fazendo perguntas. Ao vê-lo, seus pais ficaram emocionados e sua mãe lhe disse: Filho, por que você fez isto conosco? Teu pai e eu estávamos aflitos, à tua procura.  Ele lhes respondeu: Por que me procuravam? Não sabiam que eu devo estar na casa do meu Pai? Dizendo estas palavras, quis se referir à missão altíssima de que se achava investido (1). Mas eles não compreenderam o que o menino havia dito. Então, Jesus desceu com seus pais para Nazaré, e permaneceu obediente a eles.

- Jesus disse: ''Pois desci dos céus, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou''. Constantemente o Divino Mestre demonstrava Sua obediência e Seu imenso amor pelo Criador.  Momentos antes da Sua prisão, Ele orou: "Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres". Jesus aqui nos ensina que acima de nossa vontade,  acima de nossos interesses, está a soberana vontade de Deus,diante da qual nos devemos curvar humildemente. E que pela prece, atraímos os Bons Espíritos, que vêm nos ajudar nas dificuldades e nos aconselham bons pensamentos; dá-nos resignação e conforta-nos nas horas de sofrimento.  

- Sendo um Espírito puro, o Divino Mestre não precisava sofrer. No entanto, Ele sofreu para que pudesse mostrar aos homens, por meio de um exemplo prático, a resignação, a obediência e a submissão com que se devem eles comportar, diante das vontades do soberano Senhor.  Nos últimos momentos do seu sacrifício na cruz, limitou-se a dizer em voz alta: ''Tudo está realizado''. E, inclinando a cabeça, entregou o Espírito.

- Devemos sofrer sem reclamar, visto que os sofrimentos deste mundo são necessários ao nosso progresso espiritual. Felizes serão os que sofrerem com paciência e resignação.

- Aqueles que não forem obedientes ou resignados , ou seja, aqueles não cumprirem as suas provas ou não suportarem as  suas expiações,  terão que recomeçá-las.


Comentário (1): Elucidações Evangélicas. Cap. 9. Antônio Luiz Sayão.

 

Perguntas para fixação:

1. O que é ser obediente?

2. O que é ter resignação?

3. Por que devemos ser obedientes?

4. Por que devemos ser resignados?

5. Desde quando Jesus era obediente aos seus pais?

6. Jesus veio fazer a vontade de quem?

7. Por que é importante orar nos momentos de dificuldade?

8. Por que o sofrimento é necessário?

 

Subsídio ao Evangelizador:

         Segundo o dicionário Aurélio o  termo '' obediência'' significa: Cumprimento da vontade alheia;  submissão. (https://dicionariodoaurelio.com/obediencia) .E a  palavra '' resignação'' significa:  Submissão à vontade de Deus;  sujeição paciente às contrariedades da vida. (https://dicionariodoaurelio.com/resignacao).

            A obediência é lei divina, que abrange a existência das criaturas; sendo cristã, dá-nos força, por saber escolher o que se quer, recusando, com tranquilidade, o que não nos convém, sem violência ou desdém. (Chão de Rosa. Espírito Scheilla. João Nunes Maia).

            A resignação é a conformidade ativa nos inevitáveis acontecimentos da vida.

            A resignação nas provas é obediência aos decretos de Deus. (Parábolas e ensinos de Jesus. Resignação e indiferença. Cairbar Schutel).

            A doutrina de Jesus ensina, em todos os seus pontos, a obediência e a resignação, duas virtudes companheiras da doçura e muito ativas, se bem os homens erradamente as confundam com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração, forças ativas ambas, porquanto carregam o fardo das provações que a revolta insensata deixa cair. O pusilânime não pode ser resignado, do mesmo modo que o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes. Jesus foi a encarnação dessas virtudes que a antigüidade material desprezava. Ele veio no momento em que a sociedade romana perecia nos desfalecimentos da corrupção. Veio fazer que, no seio da Humanidade deprimida, brilhassem os triunfos do sacrifico e da renúncia carnal. (Lázaro, Paris 1863. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 9. Item 8. Allan Kardec).

            Obedecer não é negar a vontade e o sentimento, mas exercitar o próprio poder de escolha para cooperar com os outros na produção de algo maior e melhor do que aquilo que se faria sozinho.

            Assim considerando, a obediência deve ser uma postura interna, racional, lógica, compreensiva e a mais consciente possível.

            Os problemas do servilismo ou da subserviência nas criaturas foram gerados em muitas circunstâncias na infância, quando pais instigavam o medo e a ameaça como forma de obter obediência dos filhos. Trata-se de um propósito cômodo e muito rápido, mas contra-indicado na complexa tarefa de educar.

            Adultos que herdaram tal formação familiar, se não forem espíritos maduros e decididos, com farta bagagem espiritual e valores desenvolvidos, poderão viver com essa intrusão educacional.

            Esse modo forçado de obedecer aos outros desenvolve neles uma postura de anulação das próprias metas, pois substitui sua independência pela vontade alheia.

            Outros tantos trazem das vivências anteriores sentimentos de culpa por abandonarem sem nenhuma consideração entes queridos. São verdadeiros  clichês mentais  arquivados no inconsciente profundo, que detonam em forma de obediência e servidão compulsória, para compensar o passado infeliz.

            (...) O ser humano que se sujeita a ordens de comando vive constantemente numa confusão mental, absorvendo na atmosfera íntima uma sensação de não ter agradado o suficiente. Numa tentativa inútil de cumprir e concordar com ordens recebidas, cai quase sempre na decepção, na revolta e na indignação, pois esperava receber amor e consideração pela obediência executada.

            Muitos de nós tivemos pais que nunca se importaram em nos impor limites, fatores indispensáveis para que a criança aprenda a conhecer o não, evitando a ilusão de que terá tudo a seu dispor e que jamais encontrará obstáculos e dificuldades.

            Viver querendo ter sempre nossos desejos realizados e executados é exigir obediência, a qualquer preço, daqueles que nos cercam.

            Paralelamente, com o passar do tempo, essa postura pode se tornar inversa. Ao invés de exigirmos sujeição de todos os nossos pontos de vista, passamos a nunca dizer não, sempre tentando satisfazer os outros, sempre dizendo sim, ainda que precisemos ir às últimas conseqüências.

            Por outro lado, uma pessoa que nunca diz não só pode ser desonesta, porque diz que faz e dá muito mais do que tem e pode, expondo-se sempre ao risco de ser tachada de hipócrita e, além de tudo, de não realizar sua própria missão na Terra, porque se arvorou em correr atrás das realizações dos outros.

            A obediência é o consentimento da razão. Quem consente alguma coisa permite que se faça ou não, conforme achar conveniente à sua maneira de agir e pensar. A resignação é o consentimento do coração, ou melhor, os sentimentos falarão mais alto e a criatura abdicará o seu direito em favor de alguém, ou de uma causa, por livre e espontânea vontade, já que o direito era de sua competência.

            Efetivamente, a obediência e a resignação, virtudes às quais Jesus de Nazaré se referia, não são aquelas que os homens as confundem erradamente com a negação do sentimento e da vontade, conforme bem define o espírito Lázaro no texto em reflexão.

            Lembremo-nos, portanto, de que servir nem sempre será considerado virtude, visto que essa postura de nossa parte pode simplesmente estar camuflando uma obrigação compulsiva de agradar a todos, bem como pode estar desviando-nos de nossa real missão na Terra, que é crescer e amadurecer espiritualmente. (Renovando atitudes. Cap. 15. Espírito Hammed. Francisco do Espírito Santo Neto).

            O discípulo necessita examinar atentamente o campo em que desenvolve a própria tarefa.

             A quem obedeces? Acaso, atendes, em primeiro lugar, às vaidades humanas ou às opiniões alheias antes de observares o conselho do Mestre Divino?

             É justo refletir sempre, quanto a isso, porque somente quando atendemos, em tudo, aos ensinamentos vivos de Jesus, é que podemos quebrar a escravidão do mundo em favor da libertação eterna. (Pão Nosso. A quem Obedeces? Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Na Revista Espírita, um Espírito superior recomenda: '' Tenham confiança em Deus e procurem instruir-se nas verdades imutáveis e eternas que lhes ensina o livro divino da Natureza. Ele contém toda a lei de Deus, e os que sabem ler e o compreendem são os únicos a seguirem o verdadeiro caminho da sabedoria. Que nada do que vejam seja negligenciado, porquanto cada coisa traz em si um ensinamento e deve, pelo uso do raciocínio, elevar a alma para Deus e dele aproximá-la. Em tudo quanto ferir a inteligência, procurem sempre distinguir o bem do mal: o primeiro, para o praticar; o segundo, para o evitar. Antes de formular um julgamento, voltem sempre o pensamento para o ETERNO, que os guiará ao bem, E NÃO OS ENGANARÁ JAMAIS.

            (...)Cada vez que vos for dada uma instrução, perguntai se é justa e se responde às exigências da consciência e da eqüidade. Quando a resposta for afirmativa, não vos inquieteis por saber se concorda com o que vos tiver sido dito. Que vos importa isto!O importante é o justo, o consciencioso e o eqüitativo: tudo quanto reúne essas condições é de Deus. Obedecer a uma boa consciência, não fazer senão coisas úteis, evitar todas quanto, não sendo más, não tenham utilidade – eis o essencial. (Revista Espírita. Janeiro de 1860. Conselhos de família. Allan Kardec).

            Jamais nos esqueçamos de que Jesus se fez o Mestre Divino e o Soberano das Almas, não somente porque tenha vindo ao mundo, consagrado pelos cânticos das Legiões Celestes, mas também por haver transformado a própria vida, em Seu Apostolado de Amor, num cântico de humildade, obedecendo constantemente a Vontade de Deus. (Taça de luz. Item 42.  Espírito Scheilla. Psicografado por Chico Xavier).

            Jesus era obediente aos seus pais desde a sua infância e, acima de tudo, veio fazer a vontade de Deus.  No Evangelho de Lucas, relata que aos 12 anos, Jesus permaneceu em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. E, Três dias depois, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.   E todos os que o ouviam muito se admiravam da sua inteligência e das suas respostas.   Logo que seus pais o viram, ficaram maravilhados; e sua mãe lhe disse: Filho, por que fizeste assim conosco? Teu pai e eu, aflitos, estamos à tua procura.  Ele lhes respondeu: Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?  Não compreenderam, porém, as palavras que lhes dissera.   E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso. Sua mãe, porém, guardava todas estas coisas no coração.  E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens. (Lucas 2:42-52).

            Os filhos estão marcados por divinos deveres, junto daqueles aos quais foram confiados pelo Supremo Senhor, na senda humana. É indispensável prestar obediência aos progenitores, dentro do espírito do Cristo, porque semelhante atitude é justa.

            Se muitas vezes os pais se furtam à claridade do progresso espiritual, escolhendo o estacionamento em zonas inferiores, nem mesmo nas circunstâncias dessa ordem seria razoável relegá-los ao próprio infortúnio. Claro está que os filhos não devem descer ao sorvedouro da insensatez ou do crime por atender-lhes aos venenosos caprichos, mas encontrarão sempre o recurso adequado para retribuírem aos benfeitores os inestimáveis dons que lhes devem. (Vinha de Luz. Item 136. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Obediência para o bem é dever a cumprir. Compromisso com a desordem é subversão. (Espera servindo. Item 22. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Momentos antes da sua prisão, Jesus prostrou-se com o rosto em terra e orou: "Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres".  Depois, voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo. "Vocês não puderam vigiar comigo nem por uma hora?", perguntou ele a Pedro.  "Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca."  E retirou-se outra vez para orar: "Meu Pai, se não for possível afastar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade". (Mateus 26:39-42).

            Jesus aqui nos ensina que acima de nossa vontade, acima de nossas conveniências, acima de nossos interesses, está a soberana vontade de Deus, diante da qual nos devemos curvar humildemente. Notemos aqui a humildade de Jesus perante o Pai, e sua extrema obediência a seus desígnios.

            O desejo de todos nós, encarnados, é nunca sermos atingidos pelo sofrimento e pelas desilusões da vida. Todavia se Deus determinar coisas contrárias ao que esperamos e desejamos, lembremo-nos do exemplo de obediência que Jesus nos deu e como ele digamos: Não se faça a nossa, mas a tua vontade, Pai.

            (...)Acima de tudo, Jesus procura ser um fiel intérprete da vontade divina. Para isto, reveste-se de humildade, mostrando a Deus que estava pronto a obedecê-lo, assim nos ensinando também a obedecer.

            Conquanto seu desejo fosse que as coisas se passassem de outra maneira, nem por isso deixa de submeter-se aos decretos do Altíssimo, exemplificando-nos a submissão ante o poder supremo. Se ele o quisesse, poderia evitar as provas dolorosas; entretanto, permanece no seu posto, aguardando serenamente os acontecimentos. (O Evangelho dos Humildes. Jesus em Gethsemani. Eliseu Rigonatti).

           (...) As amarguras de Jesus no Jardim das Oliveiras despertam na alma do espírita os deveres que lhes são impostos e a necessidade de viver continuamente em vigilância e oração, para que a sua tarefa não periclite e ele não dê acesso ao "espírito do mal", que não perde oportunidade para obscurecer os princípios do Cristianismo, hoje revividas pelo Espiritismo. (O Espírito do Cristianismo. Cap. 40. Cairbar Schutel).

                 Nos últimos momentos do seu sacrifício na cruz, limitou-se a dizer em voz alta: Tudo está consumado, eis-me aqui, Senhor, para mostrar aos homens, por meio de um exemplo prático, a resignação, a obediência e a submissão com que se devem eles comportar, diante das vontades do soberano Senhor. O brado que soltou do cimo do madeiro não foi tampouco um brado de sofri­mento. Deixando-o escapar no momento de “render a alma” (está claro que apenas no entender dos homens), fé-lo com o intuito de lhes chamar a atenção para aquele instante supremo e lhes fazer compreender, por uma expansão de alegria e não de angústia, a felicidade do Espírito que se desprende do seu grosseiro invólucro, para se elevar ao seu Criador. ( Elucidações Evangélicas. Cap. 103. Antônio Luiz Sayão)

            Exemplificando a sua fidelidade a Deus, aceitou serenamente os desígnios do céu, sem que uma expressão menos branda contradissesse a sua tarefa purificadora. (Boa Nova. A oração do horto. Humberto de Campos. Psicografado por Chico Xavier).

            O resignado é santo, porque a resignação nasce da paciência, e a paciência é filha dileta da Caridade. (Parábolas e ensinos de Jesus. Resignação e indiferença. Cairbar Schutel).

            Um Espírito amigo disse: ''Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro.'' (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 9. Item 7. Allan Kardec).

            As vicissitudes da vida corpórea constituem expiação das faltas do passado e, simultaneamente, provas com relação ao futuro. Depuram-nos e elevam-nos, se as suportamos resignados e sem murmurar. (O Livro dos Espíritos. Questão 399. Allan Kardec).

            Nessa vida tudo tem sua razão de ser : não há um só dos vossos sofrimentos, que não corresponda aos sofrimentos por vós causados; não há um só dos vossos excessos que não tenha por conseqüência uma privação; não há uma só lágrima a destilar dos olhos, que não seja destinada a lavar uma falta, um crime qualquer.

            Suportai, portanto, com paciência e resignação as dores físicas e morais, por mais cruéis que elas se vos afigurem. Imaginai o trabalhador que, amortecidos os membros pela fadiga, prossegue no trabalho, porque tem diante de si a dourada espiga, outros tantos frutos da sua perseverança. Assim, a sorte do infeliz que sofre nesse mundo; a aspiração da felicidade, que deve constituir-se em fruto de sua paciência, torná-lo-á resistente às dores efêmeras da Humanidade.

            (...) A falta de resignação esteriliza o sofrimento , que, por isso mesmo, teria de ser recomeçado. Convém-lhe, pois, a coragem e a resignação, e o que se faz preciso é pedir a Deus e aos bons Espíritos que lha concedam. (O Céu e o inferno. 2º parte. Cap. 8. Um sábio ambicioso. Allan Kardec).

             No entanto, segundo o irmão José, "Existe um tipo de resignação inconveniente - a passividade de quem se compraz na prova.  São muitos os que a pretexto de aceitação, se acomodam na situação que lhes proporcione prazer. Referimo-nos aos que não lutam para melhorar, porque se habituaram a usufruir do carma. São os que se queixam do peso do fardo aos ombros, mas estimam carregá-lo, para terem do que se queixar. São os que aprenderam a chantagear emocionalmente os outros, exibindo as suas feridas. São, ainda, os que, ante a fatalidade da prova, se sentem desobrigados de qualquer esforço de autosuperação. Viciando o espírito, semelhantes companheiros demorarão longo tempo para se libertarem do que tiveram interesse em cultivar." (Vigiai e orai. Irmão José. Psicografado por Carlos A. Baccelli)

             Muitos confundem a resignação espírita com o conformismo religioso. (...) A resignação espírita decorre, não de uma sujeição místico-religiosa a forças incontroláveis, mas de uma compreensão do problema da vida. Quando o espírita se resigna, não está se submetendo pelo medo, mas apenas aceitando uma realidade à qual terá de se sujeitar, exatamente para superá-la, para vencê-la. Não é, pois, o conformismo que se manifesta nessa resignação, mas a inteligente compreensão de que a vida é um processo em desenvolvimento, dentro do qual o homem tem que se equilibrar. A resignação ou aceitação é ativa e consciente, enquanto o conformismo é passivo e inconsciente. (O homem novo. Resignação Espírita. J. Herculano Pires)

            Num trecho do livro " Nos bastidores da obsessão " mostra que seremos encaminhados para regiões de luz ou trevas conforme nossa resignação ou revolta diante do sofrimento:

            "Saturnino que nos assistia mais de perto, a mim, a Petitinga e ao médium Morais, informou que nos encontrávamos num Lazareto, que albergava mais de 200 portadores do mal de Hansen. Odor nauseante e forte empestava o ar e densas nuvens originadas pelas vibrações carregadas de revolta e desespero ofereciam o aspecto das regiões infelizes do Mundo Espiritual Inferior, em que muitos se reeducam pelo sofrimento. O irmão Saturnino, interessado em esclarecer-nos, explicou:

            — O sofrimento, sob qualquer forma em que se apresente, é bênção. Para que, no entanto, beneficie aquele que o experimenta, faz-se indispensável ser acompanhado pela resignação, pela humildade, pela valorização da própria dor. Não basta, portanto, sofrer, mas bem sofrer, libertando-se das causas matrizes da aflição. É muito comum encontrar-se o homem experimentando o impositivo do resgate, sob nuvens de ira e desesperação, com as quais aumenta, graças à rebeldia e à queixa injustificáveis, o fardo das dívidas. Por essa razão, há redutos de reeducação no Além da carne, como dentro das paredes carnais: regiões em que se aglutinam os comparsas. dos diversos departamentos do crime para resgatarem, em clima de afinidade, os desastres cometidos contra a Lei e a Justiça Soberanas. E para encerrar os esclarecimentos, concluiu:

            — Nesta Casa, como em outras similares, desfilam os que afrontaram o corpo, desrespeitando-lhe as fontes de vida; os que esmagaram outras vidas, enquanto possuíam nas mãos as rédeas do poder; os que fecharam ouvidos e olhos ao clamor das multidões esfaimadas e enlouquecidas de dor; mãos que ergueram o relho e dilaceraram; corações que se empedraram na indiferença, enquanto fruía o licor da fortuna, da nobreza mentirosa, da beleza em trânsito na forma; os fomentadores do ódio, os soberbos, os orgulhosos, alguns suicidas calcetas inveterados, em constante tentação para desertar do fardo outra vez... Em purgatório carnal, podem transitar para as Regiões da Luz ou para os Abismos da Treva, dependendo da livre escolha de que dispõem os que expungem com resignação ou com revolta...". (Nos bastidores da obsessão.  Cap. 9. Manoel Philomeno de Miranda.  Divaldo P. Franco )
            Felizes serão os que sofreram com paciência e resignação, "porque novas terras e novos céus, onde habita a justiça, ser-lhes-ão dados por herança. ( Interpretação Sintética do Apocalipse. Cairbar Schutel).

             Por estas palavras: Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados, Jesus aponta a compensação que hão de ter os que sofrem e a resignação que leva o padecente a bendizer do sofrimento, como prelúdio da cura. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 5. Item 12. Allan Kardec).

                 

Bibliografia:

 - O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 5, item 12  Cap. 9, itens 7 e 8. Allan Kardec.

- O Livro dos Espíritos. Questão 399. Allan Kardec.

- O Céu e o inferno. 2º parte. Cap. 8. Um sábio ambicioso. Allan Kardec.

- Revista Espírita. Janeiro de 1860. Conselhos de família. Allan Kardec.

- Chão de Rosa. Espírito Scheilla. João Nunes Maia.

- Parábolas e ensinos de Jesus. Resignação e indiferença. Cairbar Schutel.

- Renovando atitudes. Cap. 15. Espírito Hammed. Francisco do Espírito Santo Neto.

- Taça de luz. Item 42.  Espírito Scheilla. Psicografado por Chico Xavier.

- Vinha de Luz. Item 136. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

- Espera servindo. Item 22. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

- O Evangelho dos Humildes. Jesus em Gethsemani. Eliseu Rigonatti.

- O Espírito do Cristianismo. Cap. 40. Cairbar Schutel.

- Elucidações Evangélicas. Cap. 103. Antônio Luiz Sayão.

- Boa Nova. A oração do horto. Humberto de Campos. Psicografado por Chico Xavier.

- Interpretação Sintética do Apocalipse. Cairbar Schutel.

Vigiai e orai. Irmão José. Psicografado por Carlos A. Baccelli.

O homem novo. Resignação Espírita. J. Herculano Pires.

- Bíblia: Lucas 2:42-52; Mateus 26:39-42.

- Nos bastidores da obsessão.  Cap. 9. Manoel Philomeno de Miranda.  Divaldo P. Franco.

- Sites: https://dicionariodoaurelio.com/obediencia; https://dicionariodoaurelio.com/resignacao. Data da consulta: 30/06/15.

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