Utilize o conteúdo da aula, designado por "Subsídio para o Evangelizador", para desenvolver palestras espíritas para jovens e adultos.

Aula 147 - A morte e o desaparecimento do corpo de Jesus

Mocidade - História: Vencedor da morte - Atividade: Pergunte: Como ocorreu o desaparecimento do corpo físico de Jesus, sendo que o sepulcro estava fechado por uma pedra pesada e vigiado por soldados romanos? Escreva as sugestões na lousa e dopois faça: 7 - Debate de opiniões contrárias:  Será que o corpo do Cristo foi roubado, será que era apenas fluídico, como um agênere, será que a matéria se desintegrou e voltou ao estado etério ou será que foi transportado por um Espírito para outro local, tornando-o invisível? Após o debate leia: Corpo de Jesus.
Mensagens espíritas: Desaparecimento do corpo de Jesus.
Sugestão de vídeo:
- Música: O Homem / Elizabete Lacerda (Dica: pesquise no Youtube).

Leitura da Bíblia: João - Capítulo 19

19.26 Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.

19.27 Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.

19.28 Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede.

19.29 Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja, e, pondo-a num hissopo, lha chegaram à boca.

19.30 E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

 

Mateus - Capítulo 27


27.51 E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras;


27.52 E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados;


27.53 E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos.


27.54 E o centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto, e as coisas que haviam sucedido, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era o Filho de Deus.


27.57 E, vinda já a tarde, chegou um homem rico, de Arimatéia, por nome José, que também era discípulo de Jesus.


27.58 Este foi ter com Pilatos, e pediu-lhe o corpo de Jesus. Então Pilatos mandou que o corpo lhe fosse dado.


27.59 E José, tomando o corpo, envolveu-o num fino e limpo lençol,


27.60 E o pôs no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha, e, rodando uma grande pedra para a porta do sepulcro, retirou-se.


27.61 E estavam ali Maria Madalena e a outra Maria, assentadas defronte do sepulcro.


27.62 E no dia seguinte, que é o dia depois da Preparação, reuniram-se os príncipes dos sacerdotes e os fariseus em casa de Pilatos,


27.63 Dizendo: Senhor, lembramo-nos de que aquele enganador, vivendo ainda, disse: Depois de três dias ressuscitarei.


27.64 Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia, não se dê o caso que os seus discípulos vão de noite, e o furtem, e digam ao povo: Ressuscitou dentre os mortos; e assim o último erro será pior do que o primeiro.


27.65 E disse-lhes Pilatos: Tendes a guarda; ide, guardai-o como entenderdes.


27.66 E, indo eles, seguraram o sepulcro com a guarda, selando a pedra.


 

Lucas - Capítulo 24


24.1 E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado, e algumas outras com elas.


24.2 E acharam a pedra revolvida do sepulcro.


24.3 E, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus.


24.4 E aconteceu que, estando elas muito perplexas a esse respeito, eis que pararam junto delas dois homens, com vestes resplandecentes.


24.5 E, estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos?


24.6 Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia,


24.7 Dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite.


24.8 E lembraram-se das suas palavras.


24.9 E, voltando do sepulcro, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os demais.


 

Tópicos a serem abordados:
- A morte de Jesus é um fato constatado pelos quatro Evangelhos. No entanto, quando os Evangelistas Mateus e Marcos atribuíram à Jesus a exclamação: " Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?", diversos espíritos explicam que de fato foi ouvida, porém esta frase não partiu dos lábios de Jesus e; sim, do bom ladrão, crucificado na mesma ocasião que o Senhor e a que este havia prometido consoladoras esperanças, e que morrera depois de Jesus exalar o último suspiro. Jesus não poderia demonstrar falta de fé e desânimo naquele momento difícil, em que deveria dar exemplo de como devemos encarar a morte. Portanto, o apóstolo João relatou que  com coragem e resignação, "Jesus depois de ter tomado vinagre, disse: "está consumado; e inclinando a cabeça rendeu o seu espírito", ou seja, entregou-se ao Pai.
- O Evangelho de Mateus narra vários fenômenos ocorridos por ocasião da morte de Jesus. Diz o apóstolo Mateus que o "véu do santuário rasgou-se em duas partes de alto a baixo, tremeu a terra, fenderam-se as rochas, abriram-se os túmulos e muitos corpos de santos já falecidos foram ressuscitados." Talvez, o que tenha ocorrido foi que um fragmento de rochedo se haja destacado naquele momento, para que pessoas inclinadas ao maravilhoso tenham visto nesse fato algo sobrenatural. Quanto aos mortos que ressuscitaram, possivelmente algumas pessoas tiveram visões ou viram aparições. Entretanto, como então não se conhecia a causa desse fenômeno, pois os homens da época, não sabiam que a alma permanecia  com o corpo espiritual após a morte física, supuseram que as figuras vistas saíam dos sepulcros.
- O corpo de Jesus foi embalsamado, conforme o costume da Palestina,  o Mestre foi colocado no sepulcro envolto em panos de linho com aromas. O túmulo, cavado na rocha, foi fechado por pesada pedra, e selado pelos sacerdotes, ainda era vigiado por soldados romanos. Os discípulos, com medo e desorientados não se atreviam a se apresentar para reclamar o corpo do Mestre e Companheiro, temendo conseqüências terríveis. José de Arimatéia, que possuía influência junto ao governo, e querendo prestar uma singela homenagem a quem lhe trouxera os ensinamentos da vida eterna, reclamou o corpo para dar-lhe uma sepultura decente, no que foi atendido.
-  O desaparecimento do corpo de Jesus após sua morte há sido objeto de inúmeros comentários. Atestam-no os quatro evangelistas, baseados nas narrativas das mulheres que foram ao sepulcro no terceiro dia depois da crucificação e lá não o encontraram. Viram alguns, nesse desaparecimento, um fato milagroso, atribuindo-o outros a uma  apropriação clandestina, ou seja, pensavam que o tinham roubado. Segundo outra opinião, Jesus não teria tido um corpo carnal, mas apenas um corpo fluídico; não teria sido, em toda a sua vida, mais do que uma aparição tangível; numa palavra: uma espécie de agênere.
- O mistério impenetrável  do desaparecimento do corpo de Jesus, só pode ser desvendado em nossos dias, através dos ensinamentos e revelações trazidas pelo Espiritismo. O desaparecimento pode ser explicado pela desagregação da matéria .Tendo por elemento primitivo o fluido cósmico etéreo, é possível que o corpo físico do Mestre tenha se desagregado e voltado ao estado de eterização, do mesmo modo que o diamante, o mais duro dos corpos, pode volatilizar-se em gás impalpável. Outra hipótese, é o fenômeno mediúnico de transporte, no qual um determinado Espírito pode ter evolvido o corpo físico do Cristo com uma parte do seu fluido e o com o fluido animalizado do médium, para torná-lo invisível e ser transportado para outro local. A gravidade é anulada, quando utiliza-se a combinação destes fluídos.
- Acredita-se que o corpo do Cristo deveria desaparecer pelos seguintes motivos: 1º — Tanto os discípulos como os sacerdotes tomavam as palavras de Jesus ao pé da letra; 2º — Como não tinham uma idéia concreta de como o espírito sobrevive à matéria, julgavam que a ressurreição da qual Jesus lhes falava, se processaria mediante o corpo de carne. 3º — Se os discípulos vissem o corpo se dissolvendo no sepulcro e o espírito do Mestre materializado ao lado deles e como não saberiam explicar o fenômeno que hoje o Espiritismo explica muito bem, tomariam o Mestre por uma visão, e não creriam no que tinham visto.
-  Jesus teve, portanto, como todo homem, um corpo carnal e um corpo fluídico, o que é atestado pelos fenômenos materiais e pelos fenômenos psíquicos que lhe assinalaram a existência.  Se as condições de Jesus, durante a sua vida, fossem as dos seres fluídicos, ele não teria experimentado nem a dor, nem as necessidades do corpo. Supor que assim haja sido é tirar-lhe o mérito da vida de privações e de sofrimentos que escolhera, como exemplo de resignação.
- Antes de desencarnar, Jesus profetizou que ressuscitaria no terceiro dia, isto é, apareceria com o seu corpo espiritual. O querido Mestre morreu como todos nós morremos algum dia. A ressurreição do Cristo representa  a vitória sobre a morte do corpo físico, e anuncia, sem sombra de dúvidas, a imortalidade da alma.

Perguntas para fixação:
1. Segundo os Espíritos, quem disse a frase: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?", enquanto estava crucificado?
2. Por que não poderia ser atribuída essa frase a Jesus Cristo?
3. Quem forneceu uma sepultura decente ao corpo do Cristo, que foi embalsamado?
4. Por quem era vigiado o túmulo de Jesus Cristo?
5. O desaparecimento do corpo de Jesus pode ser explicado por quais fenômenos?
6. Por quais motivos acredita-se que o corpo de Jesus precisava desaparecer?
7. Por que a hipótese de que Jesus apenas possuía um corpo espiritual, antes da sua morte, é absurda?
8. Jesus ressuscitou após quantos dias?
9. Jesus apareceu aos apóstolos com seu corpo físico ou com seu corpo espiritual?
10. O que Jesus Cristo provou para a humanidade com a sua ressurreição?

 
Subsídio para o Evangelizador:
            De acordo com Cairbar Schutel, "a Morte de Jesus não é mais do que um preparativo para a sua Ressurreição. Sem o nascimento do Mestre aqui na Terra, sem a sua vida no nosso planeta, e sem a sua morte, não poderia Ele efetuar a Ressurreição, que é o testemunho mais valoroso que tinha para destruir a falsa idéia que se fazia da morte, como sendo o aniquilamento final do ser.
            Baseando-se a sua Doutrina na Vida Eterna, ela só poderia prevalecer com as demonstrações de Imortalidade do seu Fundador.
            Examinando-se os quatro Evangelhos e procurando-se estabelecer as concordâncias dos trechos neles exarados, chegamos à conclusão de que a morte de Jesus é um fato constatado pelos quatro Evangelistas. Nos Evangelhos Sinóticos lemos que o passamento efetuou-se logo após a hora nona. O Evangelho de João não menciona a hora, limitando-se o Evangelista a narrar a morte com a naturalidade que com certeza se deu, e sem aqueles brados de desânimo, atribuídos pelos Evangelistas Mateus e Marcos a Jesus: "Eli, Eli, lama sabactâni? Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"
            Estas exclamações, dizem diversos Espíritos que se encarregaram de elucidar a Doutrina do Mestre, de fato, foram ouvidas, mas não partiram dos lábios de Jesus e; sim, do bom ladrão, crucificado na mesma ocasião que o Senhor e a que este havia prometido consoladoras esperanças, e que morrera depois de Jesus exalar o último suspiro.
            Cremos sinceramente que assim fosse, mesmo porque Lucas e João descrevem a morte de Jesus sem essas notas, encontradas só nos dois primeiros Evangelistas. Além de tudo, um Espírito da têmpera de Jesus não poderia ter desfalecimento naquele momento solene, em que deveria legar ao mundo o juízo que a sua Doutrina faz da morte, e a coragem que nos proporciona para enfrentar aquele transe.
            Diz Lucas: "Jesus clamando em alta voz, disse: Pai, nas tuas mãos rendo o meu espírito. E tendo dito isto expirou." João diz: "Jesus depois de ter tomado vinagre, disse: está consumado; e inclinando a cabeça rendeu o seu espírito."
            Consideramos muito o testemunho deste Apostolo, porque foi o que sempre acompanhou Jesus em todos os seus passos.
            No seu Evangelho ele diz: "Aquele que isto viu deu testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que diz a verdade, para que também vós creais."
            (...) O corpo de Jesus foi embalsamado, conforme o costume da Palestina, gastando José de Arimatéia, para esse fim, segundo diz João, cem libras de mirra e aloés; em seguida, o Mestre foi depositado no sepulcro envolto em panos de linho com aromas.
            A morte de Jesus é a primícia de um fenômeno transcendental que devia servir de base inamovível à sua Religião: a Ressurreição.
            Conhecida a pessoa, testemunhada a morte, verificado o óbito, constatada a ressurreição, quem duvidará da sobrevivência, da imortalidade?
            O escopo de Jesus consistiu justamente nisso: deixar-se matar para demonstrar que a morte não anula o ser, não destrói a individualidade, não extingue o espírito, que é a causa dominante imorredoura, que teve princípio, porém não terá fim, pois é infinito pelos séculos dos séculos.
            (...) O Evangelho de Mateus narra vários fenômenos ocorridos por ocasião da morte de Jesus, fatos, aliás, de ordem espírita, muito prováveis de se terem verificado, mesmo como um solene protesto dos Espíritos contra a idéia da morte que faziam os contemporâneos de Jesus e a título de convite ao estudo da imortalidade para as gerações vindouras.
            Diz Mateus que o "véu do santuário rasgou-se em duas partes de alto a baixo, tremeu a terra, fenderam-se as rochas, abriram-se os túmulos e muitos corpos de santos já falecidos foram ressuscitados."
            Esta narrativa simples indica bem claro que houve fenômenos interessantes, mas cuja descrição vem impregnada das idéias do Apóstolo, como, por exemplo, a ressurreição dos corpos dos santos saídos dos túmulos. Isto indica a idéia errônea que os próprios crentes faziam da outra vida e da imortalidade. Acreditavam na ressurreição dos corpos porque nenhuma noção tinham do perispirito, que é justamente o corpo com que o princípio pensante, o espírito, ressuscita.
            A abertura feita no véu do santuário, de alto a baixo, é um símbolo muito significativo. Quer dizer que aquele santuário, que tinha um véu obscurecido pela morte, separando os homens da vida imortal, não poderia permanecer e só teria vigor se desdobrasse a sua ação do outro lado do túmulo, porque a vida terrena é solidária com a vida espiritual.
            A morte de Jesus vinha provar essa verdade, cuja demonstração tinha como premissa aqueles fenômenos que se estavam verificando, inclusive o fato de "rasgar-se o véu do templo de oito a baixo." "(Espírito do Cristianismo. Cap. 43. Cairbar Schutel)
Segundo Allan Kardec", É singular que tais prodígios, operando-se no momento mesmo em que a atenção da cidade se fixava no suplício de Jesus, que era o acontecimento do dia, não tenham sido notados, pois que nenhum historiador os menciona. Parece impossível que um tremor de terra e o ficar toda a Terra envolta em trevas durante três horas, num país onde o céu é sempre de perfeita limpidez, hajam podido passar despercebidos.
            A duração de tal obscuridade teria sido quase a de um eclipse do Sol, mas os eclipses dessa espécie só se produzem na lua nova, e a morte de Jesus ocorreu em fase de lua cheia, a 14 de Nissan, dia da Páscoa dos judeus.
            O obscurecimento do Sol também pode ser produzido pelas manchas que se lhe notam na superfície. Em tal caso, o brilho da luz se enfraquece sensivelmente, porém, nunca ao ponto de determinar obscuridade e trevas. Admitido que um fenômeno desse gênero se houvesse dado, ele decorreria de uma causa perfeitamente natural.
            Quanto aos mortos que ressuscitaram, possivelmente algumas pessoas tiveram visões ou viram aparições, o que não é excepcional. Entretanto, como então não se conhecia a causa desse fenômeno, supuseram que as figuras vistas saíam dos sepulcros.
            Compungidos com a morte de seu Mestre, os discípulos de Jesus sem dúvida ligaram a essa morte alguns fatos particulares, aos quais noutra ocasião nenhuma atenção houveram prestado. Bastou, talvez, que um fragmento de rochedo se haja destacado naquele momento, para que pessoas inclinadas ao maravilhoso tenham visto nesse fato um prodígio e, ampliando-o, tenham dito que as pedras se fenderam.
            Jesus é grande pelas suas obras e não pelos quadros fantásticos de que um entusiasmo pouco ponderado entendeu de cercá-lo." (A Gênese. Cap. 15. Item 55. Allan Kardec)
            Eliseu Rigonatti analisa este episódio sobre outro ponto de vista e faz a seguinte afirmação: " Os acontecimentos que se passam na terra repercutem no plano espiritual, donde projetam seus efeitos espirituais sobre o planeta.
            A crucificação de Jesus foi um dos pontos culminantes da história espiritual da humanidade. Em vista disso, não devemos estranhar que se processassem fenômenos espirituais de relevância em toda a atmosfera do planeta, principalmente sobre Jerusalém. Estes fenômenos poderão ter sido facilmente percebidos por pessoas portadoras de mediunidade.
            A própria natureza parece ressentir-se dos pensamentos dos encarnados, sofrendo-lhes a influência, e como que se sintoniza com eles; o dia se torna alegre se a maioria dos encarnados emitir pensamentos alegres; sombrio, se os pensamentos da maioria forem de tristeza e de desânimo; revoltado, se os pensamentos forem malévolos e de revolta. É fácil ver como nos dias de Natal e Ano Bom, tudo é alegre, festivo, jovial; é porque a humanidade, nestes dias, esquece das tristezas, e pobres e ricos procuram alegrar-se com o pouco ou com o muito que lhes coube na vida; procuram esquecer as mágoas e perdoam os ressentimentos em nome do Divino Remissor de todos os pecados. Se durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano, nós nos esforçássemos por conservar a mesma disposição de ânimo que temos pelo Natal, o ano inteiro apresentaria dias alegres, festivos, luminosos. E os videntes viram as pesadas nuvens compostas de negros fluidos emitidos pela ignomínia dos homens, cobrirem o céu espiritual de Jerusalém.
            (...) Os discípulos, aterrados e desorientados não se atreviam a se apresentar para reclamar o corpo do Mestre e Companheiro, temendo conseqüências funestas. José de Arimatéia, que gozava de influência junto ao governo, e querendo prestar uma singela homenagem a quem lhe trouxera os ensinamentos da vida eterna, reclamou o corpo para dar-lhe uma sepultura decente, no que foi atendido.
            (...) Sepultado Jesus, lembraram-se os sacerdotes das contínuas afirmações dele, de que ressurgiria dos mortos logo depois de três dias. Ficaram, pois, com receio, e mandaram que se guardasse o túmulo para que os discípulos nada pudessem fazer. Todavia, Jesus não se referia ao ressurgir dos mortos no sentido carnal, mas sim em espírito.
            Como hoje sabemos, no fenômeno do desencarne, sempre decorre algum tempo antes que se desliguem todos os laços que prendem o espírito ao corpo.
            Depois de liberto o espírito, ainda temos de considerar que lhe é preciso mais algum tempo, até que se ambiente no mundo espiritual para o qual voltou. Para a maioria dos espíritos, a transição acarreta perturbações, por vezes prolongadas. Nos espíritos altamente evoluídos, a transição é de conseqüências mínimas.
            (...) O mistério impenetrável que constituiu durante dezenove séculos o desaparecimento do corpo de Jesus, só pôde ser desvendado em nossos dias, através dos ensinamentos e revelações trazidas pelo Espiritismo.
            (...) Consideremos agora porque o corpo deveria desaparecer.
            1º — Tanto os discípulos como os sacerdotes tomavam as palavras de Jesus ao pé da letra; entendiam-lhe apenas a parte material, sem procurar extrair delas o ensinamento moral ou espiritual que continham.
            2º — Como não formavam uma idéia concreta de como o espírito sobrevive à matéria, julgavam que a ressurreição da qual Jesus lhes falava, se processaria mediante o corpo de carne.
            3º — Se os discípulos vissem o corpo se dissolvendo no sepulcro e o espírito do Mestre materializado ao lado deles e como não saberiam explicar o fenômeno que hoje o Espiritismo explica muito bem, tomariam o Mestre por uma visão, e não creriam no que tinham visto. Dariam mais crédito ao corpo que eles sentiam apodrecer no sepulcro, do que ao espírito imortal do Mestre, que se tinha tornado visível para eles. E diante do corpo que se desfazia, julgariam que tudo estava consumado, e não mais cuidariam de pregar a palavra divina.
            Assim, o desaparecimento do corpo de Jesus trouxe duas grandes vantagens:
            1º — Fortificou a fé dos discípulos, que não sabendo o destino do corpo, e vendo o Mestre materializado perante eles, não mais duvidaram da missão divina de Jesus nem de seus ensinamentos nem da tarefa que lhes era confiada.
            2º — Os sacerdotes ficaram sem um documento para contradizer os ensinos dos discípulos de Jesus e, portanto, não puderam semear a confusão no seio do Cristianismo nascente.
            Estas foram as razões pelas quais os Diretores Espirituais do planeta resolveram que o corpo desaparecesse. Mais tarde, quando não houvese mais perigo para o Evangelho, a verdade seria restabelecida, com a explicação racional do ocorrido.
            E o Espiritismo vem restabelecer a verdade. Para compreendermos como se processou o desaparecimento do corpo de Jesus de dentro do túmulo cavado na rocha, e fechado por pesada pedra, e selado pelos sacerdotes, e guardado por soldados romanos, temos de recordar o que é possível fazer-se por meio da mediunidade de efeitos físicos. Sabemos que, utilizando-se desse tipo de mediunidade, os espíritos podem retirar de dentro de um recipiente hermeticamente fechado, qualquer coisa que ali se ache, ou colocar dentro dele o que se queira. (...) Quanto a objetos grandes ou pequenos, leves ou pesados, o transporte deles pelos espíritos é comum em experiências desse gênero. Bem sabemos que os médiuns não precisam estar no local onde se apresenta o fenômeno; podem estar muito longe dele e completamente inconscientes de estarem servindo de instrumentos a fenômenos de efeitos físicos; pois fornecem apenas os fluidos dos quais os espíritos precisam para realizar o trabalho designado.
            Assim sendo, mediante a mediunidade de efeitos físicos que os espíritos utilizaram em alto grau, puderam transportar o corpo de Jesus para algum túmulo distante e desconhecido, onde se desfez, e cuja matéria voltou ao grande reservatório da natureza. (O Evangelho dos Humildes. Cap. 27. Eliseu Rigonatti)
            Em  "O Livro dos Médiuns" existem informações mais detalhadas sobre este fenômeno de transportes (extremamente raro), que é um dos tipos de mediunidade de efeitos físicos. Algumas perguntas que se seguem foram dirigidas a um Espírito que os operara, e esclarecidas pelo Espírito Erasto, vejamos a seguir:
            Poderias fazer que os objetos trazidos nos desaparecessem da vista e levá-los novamente?
            “Assim como os trouxe aqui, posso levá-los, à minha vontade.”
            Como trazes o objeto? Será segurando-o com as mãos?
            “Não; envolvo-o em mim mesmo.”
            Nota de Erasto. A resposta não explica de modo claro a operação. Ele não envolve o objeto com a sua própria personalidade ; mas, como o seu fluido pessoal é dilatável, combina uma parte  desse fluido com o fluido animalizado do médium e é nesta combinação que oculta e transporta o objeto que escolheu para transportar. Ele, pois, não exprime com justeza o fato, dizendo que envolve em si o objeto.
            Trazes com a mesma facilidade um objeto de peso considerável, de 50 quilos, por exemplo?
            “O peso nada é para nós. Trazemos flores, porque agrada mais do que um volume pesado.”
            Nota de Erasto. É exato. Pode trazer objetos de cem ou duzentos quilos, por isso que a gravidade , existente para vós, é anulada para os Espíritos. Mas, ainda aqui, ele não percebe bem o que se passa. A massa dos fluidos combinados é proporcional à dos objetos. Numa palavra, a força deve estar em proporção com a resistência; donde se segue que, se o Espírito apenas traz uma flor ou um objeto leve, é muitas vezes porque não encontra no médium, ou em si mesmo, os elementos necessários para um esforço mais considerável.
            Como conseguiste outro dia introduzir aqueles objetos, estando fechado o aposento?
            “Fi-los entrar comigo, envoltos, por assim dizer, na minha substância. Nada mais posso dizer, por não ser explicável o fato.”
            Como fizeste para tornar visíveis estes objetos que, um momento antes, eram invisíveis?
            “Tirei a matéria que os envolvia.”
            Nota de Erasto. O que os envolve não é matéria propriamente dita, mas um fluido tirado, metade , do perispírito do médium, e, metade , do Espírito que opera.
            (A Erasto.) Pode um objeto ser trazido a um lugar inteiramente fechado? Numa palavra: pode o Espírito espiritualizar um objeto material, de maneira que se torne capaz de penetrar a matéria?
            “É complexa esta questão. O Espírito pode tornar invisíveis, porém, não penetráveis, os objetos que ele   transporte ; não pode quebrar a agregação da matéria, porque seria a  destruição do objeto. Tornando este invisível, o Espírito o pode transportar quando queira e não o libertar senão no momento oportuno, para fazê-lo aparecer. De modo diverso se passam as coisas, com relação aos que compomos. Como nestes só introduzimos os elementos da matéria, como esses elementos são essencialmente penetráveis e, ainda, como nós mesmos penetramos e atravessamos os corpos mais condensados, com a mesma facilidade   com que os raios solares atravessam uma placa de vidro, podemos perfeitamente dizer que introduzimos o objeto num lugar que esteja hermeticamente fechado, mas isso somente neste caso. (O Livro dos Médiuns. Segunda parte. Cap. 5. Item 99. Allan Kardec)
            Pode o Espírito atuar sem o concurso de um médium?
            “Pode atuar à revelia do médium. Quer isto dizer que muitas pessoas, sem que o suspeitem, servem de auxiliares aos Espíritos. Delas haurem os Espíritos, como de uma fonte, o fluido animalizado de que necessitem. Assim é que o concurso de um médium, tal como o entendeis, nem sempre é preciso, o que se verifica principalmente nos fenômenos espontâneos.” (O Livro dos Médiuns. Segunda parte. Cap. 4. Item 74. Espírito São Luís/Allan Kardec)
            Se considerarmos esta hipótese do fenômeno de transporte,  como seria possível transportar o corpo de Jesus, se o sepulcro estava totalmente fechado?
Segundo Léon Denis, "o desaparecimento do corpo de Jesus do sepulcro em que fora depositado, pode explicar-se pela desagregação da matéria"...(Cristianismo e Espiritismo. Cap. 5. Léon Denis)
            "É sabido que todas as matérias animais têm como princípios constituintes o oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono, combinados em diferentes proporções. Ora, como dissemos, esses mesmos corpos simples têm um princípio único, que é o fluido cósmico universal. Por suas diversas combinações eles formam todas as variedades de substâncias que compõem o corpo humano, o único de que aqui falamos, embora ocorra o mesmo em relação aos animais e às plantas. Disto resulta que o corpo humano, na realidade, não passa de uma espécie de concentração, de condensação, ou, se quiserem, de uma solidificação de gás carbônico. Com efeito, suponhamos a  desagregação   completa de todas as moléculas do corpo, e reencontraremos o oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono; em outros termos, o corpo será volatilizado. Esses quatro elementos, voltando ao seu estado primitivo, por uma nova e mais completa decomposição, se os nossos meios de análise o permitissem, dariam o fluido cósmico. Esse fluido, sendo o princípio de toda matéria, é ele mesmo matéria, embora num completo estado de eterização. (Revista Espírita. Março de 1866. Introdução ao estudo dos fluidos espirituais. Item VII. Allan Kardec)
            Tendo por elemento primitivo o fluido cósmico etéreo, à matéria tangível há de ser possível, desagregando-se, voltar ao estado de eterização, do mesmo modo que o diamante, o mais duro dos corpos, pode volatilizar-se em gás impalpável. Na realidade, a solidificação da matéria não é mais do que um estado transitório do fluido universal, que pode volver ao seu estado primitivo, quando deixam de existir as condições de coesão.
            Quem sabe mesmo se, no estado de tangibilidade, a matéria não é suscetível de adquirir uma espécie de eterização que lhe daria propriedades particulares? Certos fenômenos, que parecem autênticos, tenderiam a fazer supô-lo.
Ainda não conhecemos senão as fronteiras do mundo invisível; o porvir, sem dúvida, nos reserva o conhecimento de novas leis, que nos permitirão compreender o que se nos conserva em mistério. (A Gênese. Cap. 14. Item 6. Allan Kardec)
            De acordo com Allan Kardec, "O desaparecimento do corpo de Jesus após sua morte há sido objeto de inúmeros comentários. Atestam-no os quatro evangelistas, baseados nas narrativas das mulheres que foram ao sepulcro no terceiro dia depois da crucificação e lá não o encontraram. Viram alguns, nesse desaparecimento, um fato milagroso, atribuindo-o outros a uma subtração clandestina.
            Segundo outra opinião, Jesus não teria tido um corpo carnal, mas apenas um corpo fluídico; não teria sido, em toda a sua vida, mais do que uma aparição tangível; numa palavra: uma espécie de agênere. Seu nascimento, sua morte e todos os atos materiais de sua vida teriam sido apenas aparentes. Assim foi que, dizem, seu corpo, voltado ao estado fluídico, pode desaparecer do sepulcro e com esse mesmo corpo é que ele se teria mostrado depois de sua morte.
            É fora de dúvida que semelhante fato não se pode considerar radicalmente impossível, dentro do que hoje se sabe acerca das propriedades dos fluidos; mas, seria, pelo menos, inteiramente excepcional e em formal oposição ao caráter dos agêneres.
            Trata-se, pois, de saber se tal hipótese é admissível, se os fatos a confirmam ou contradizem. (A Gênese. Cap. 15. Item 64. Allan Kardec)
            Allan Kardec fez este comentário, pois em 1866,  havia sido publicada a obra "Os Quatros Evangelhos", coordenada por J. B. Roustaing e psicografada apenas por única médium belga, chamada  Émilie Collignon, no qual dizia que o corpo de Jesus seria fluídico e teria o caráter de um agênere. No entanto, nesta mesma época, o codificador fez a seguinte advertência aos leitores sobre o conteúdo desta obra:
            "O autor desta nova obra julgou dever seguir outro caminho; em vez de proceder por gradação, quis atingir o fim de um salto.
            (...) Convém, pois, considerar essas explicações como opiniões pessoais dos Espíritos que as formularam, opiniões que podem ser justas ou falsas, e que, em todo caso, necessitam da sanção do  controle universal , e até mais ampla confirmação, não poderiam ser consideradas como partes integrantes da Doutrina Espírita.
            (...)Já dissemos cem vezes: Para nós a opinião de um Espírito, seja qual for o nome que traga, tem apenas o valor de uma opinião individual; nosso critério está na concordância universal, corroborada por uma lógica rigorosa, para as coisas que não podemos controlar com os próprios olhos.
            (...) por exemplo, (...) ele dá ao Cristo, em vez de um corpo carnal, um corpo fluídico concretizado, tendo todas as aparências da materialidade, e dele faz um agênere. Aos olhos dos homens que então não tivessem podido compreender sua natureza espiritual, deve ter passado em aparência, expressão incessantemente repetida no curso de toda a obra, para todas as vicissitudes da Humanidade. Assim se explicaria o mistério de seu nascimento: Maria não teria tido senão as aparências da gravidez. Este ponto, posto como premissa e pedra angular, é a base sobre a qual ele se apóia para a explicação de todos os fatos extraordinários ou miraculosos da vida de Jesus. Sem dúvida nada há nisso de materialmente impossível para quem quer que conheça as propriedades do invólucro perispiritual. Sem nos pronunciarmos a favor ou contra essa teoria, diremos que ela é, pelo menos, hipotética, e que se um dia fosse reconhecida errônea, faltando a base, o edifício desabaria. "  (Revista Espírita. Junho de 1866. Notícias bibliográficas. Allan Kardec)
            Entretanto, em 1868, após uma análise criteriosa sobre este assunto, Allan Kardec faz o seguinte esclarecimento no livro "A Gênese":
            "Aos fatos materiais juntam-se fortíssimas considerações morais. Se as condições de Jesus, durante a sua vida, fossem as dos seres fluídicos, ele não teria experimentado nem a dor, nem as necessidades do corpo. Supor que assim haja sido é tirar-lhe o mérito da vida de privações e de sofrimentos que escolhera, como exemplo de resignação. Se tudo nele fosse aparente, todos os atos de sua vida, a reiterada predição de sua morte, a cena dolorosa do Jardim das Oliveiras, sua prece a Deus para que lhe afastasse dos lábios o cálice de amarguras, sua paixão, sua agonia, tudo, até ao último brado, no momento de entregar o Espírito, não teria passado de vão simulacro, para enganar com relação à sua natureza e fazer crer num sacrifício ilusório de sua vida, numa comédia indigna de um homem simplesmente honesto, indigna, portanto, e com mais forte razão de um ser tão superior.
            Numa palavra: ele teria abusado da boa-fé dos seus contemporâneos e da posteridade. Tais as conseqüências lógicas desse sistema, conseqüências inadmissíveis, porque o rebaixariam moralmente, em vez de o elevarem.
Jesus, pois, teve, como todo homem, um corpo carnal e um corpo fluídico, o que é atestado pelos fenômenos materiais e pelos fenômenos psíquicos que lhe assinalaram a existência.
            Não é nova essa idéia sobre a natureza do corpo de Jesus. No quarto século, Apolinário, de Laodicéia, chefe da seita dos apolinaristas, pretendia que Jesus não tomara um corpo como o nosso, mas um corpo impassível, que descera do céu ao seio da santa Virgem e que não nascera dela; que, assim, Jesus não nascera, não sofrera e não morrera, senão em aparência. Os apolinaristas foram anatematizados no concílio de Alexandria, em 360; no de Roma, em 374; e no de Constantinopla, em 381.
            Tinham a mesma crença os Docetas (do grego dokein, aparecer), seita numerosa dos Gnósticos, que subsistiu durante os três primeiros séculos. " (A Gênese. Cap. 15. Item 66. Allan Kardec)
            A estada de Jesus na Terra apresenta dois períodos: o que precedeu e o que se seguiu à sua morte. No primeiro, desde o momento da concepção até o nascimento, tudo se passa, pelo que respeita à sua mãe, como nas condições ordinárias da vida.
            Desde o seu nascimento até a sua morte, tudo, em seus atos, na sua linguagem e nas diversas circunstâncias da sua vida, revela os caracteres inequívocos da corporeidade. São acidentais os fenômenos de ordem psíquica que nele se produzem e nada têm de anômalos, pois que se explicam pelas propriedades do perispírito e se dão, em graus diferentes, noutros indivíduos.
            Depois de sua morte, ao contrário, tudo nele revela o ser fluídico. É tão marcada a diferença entre os dois estados, que não podem ser assimilados.
            O corpo carnal tem as propriedades inerentes à matéria propriamente dita, propriedades que diferem essencialmente das dos fluidos etéreos; naquela, a desorganização se opera pela ruptura da coesão molecular. Ao penetrar no corpo material, um instrumento cortante lhe divide os tecidos; se os órgãos essenciais à vida são atacados, cessa-lhes o funcionamento e sobrevém a morte, isto é, a do corpo.
            Não existindo nos corpos fluídicos essa coesão, a vida aí já não repousa no jogo de órgãos especiais e não se podem produzir desordens análogas àquelas. Um instrumento cortante ou outro qualquer penetra num corpo fluídico como se penetrasse numa massa de vapor, sem lhe ocasionar qualquer lesão. Tal a razão por que não podem morrer os corpos dessa espécie e por que os seres fluídicos, designados pelo nome de agêneres, não podem ser mortos.
            Após o suplício de Jesus, seu corpo se conservou inerte e sem vida; foi sepultado como o são de ordinário os corpos e todos o puderam ver e tocar. Após a sua ressurreição, quando quis deixar a Terra, não morreu de novo; seu corpo se elevou, desvaneceu e desapareceu, sem deixar qualquer vestígio, prova evidente de que aquele corpo era de natureza diversa da do que pereceu na cruz; donde forçoso é concluir que, se foi possível que Jesus morresse, é que carnal era o seu corpo.
            Por virtude das suas propriedades materiais, o corpo carnal é a sede das sensações e das dores físicas, que repercutem no centro sensitivo ou Espírito. Quem sofre não é o corpo, é o Espírito recebendo o contragolpe das lesões ou alterações dos tecidos orgânicos. Num corpo sem Espírito, absolutamente nula é a sensação. Pela mesma razão, o Espírito, sem corpo material, não pode experimentar os sofrimentos, visto que estes resultam da alteração da matéria, donde também forçoso é se conclua que, se Jesus sofreu materialmente, do que não se pode duvidar, é que ele tinha um corpo material de natureza semelhante ao de toda gente. (A Gênese. Cap. 15. Item 65. Allan Kardec)

Bibliografia:
- A Gênese. Cap. 14. Item 6/   Cap. 15. Item 55, 64, 65 e 66. Allan Kardec.
- O Livro dos Médiuns. Segunda parte. Cap. 5. Item 99. Allan Kardec.
- Revista Espírita. Março de 1866. Introdução ao estudo dos fluidos espirituais. Item VII. Allan Kardec.
- Revista Espírita. Junho de 1866. Notícias bibliográficas. Allan Kardec.
- Espírito do Cristianismo. Cap. 43. Cairbar Schutel.
- O Evangelho dos Humildes. Cap. 27. Eliseu Rigonatti.
- Cristianismo e Espiritismo. Cap. 5. Léon Denis.

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