TODO SONHO É REAL OU PODE SER FRUTO DA NOSSA IMAGINAÇÃO?

Segundo os Espíritos Superiores, "Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos." (O Livro dos Espíritos. Questão 401. Allan Kardec).

"Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. (...) O sono liberta a alma parcialmente do corpo. (...) O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono. Notai, porém, que nem sempre sonhais. Que quer isso dizer? Que nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que haveis visto, enquanto dormíeis. É que não tendes então a alma no pleno desenvolvimento de suas faculdades. Muitas vezes, apenas vos fica a lembrança da perturbação que o vosso Espírito experimenta à sua partida ou no seu regresso, acrescida da que resulta do que fizestes ou do que vos preocupa quando despertos. A não ser assim, como explicaríeis os sonhos absurdos, que tanto os sábios, quanto as mais humildes e simples criaturas têm? Acontece também que os maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.

(...) Tratai de distinguir essas duas espécies de sonhos nos de que vos lembrais, do contrário cairíeis em contradições e em erros funestos à vossa fé."

Segundo Allan Kardec, "Os sonhos são efeito da emancipação da alma, que mais independente se torna pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de clarividência indefinida que se alonga até aos mais afastados lugares e até mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que traz à memória acontecimentos da precedente existência ou das existências anteriores. As singulares imagens do que se passa ou se passou em mundos desconhecidos, entremeados de coisas do mundo atual, é que formam esses conjuntos estranhos e confusos, que nenhum sentido ou ligação parecem ter.

A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas que apresenta a recordação incompleta que conservamos do que nos apareceu quando sonhávamos. É como se a uma narração se truncassem frases ou trechos ao acaso. Reunidos depois, os fragmentos restantes nenhuma significação racional teriam." (O Livro dos Espíritos. Questão 402. Allan Kardec).

"Necessariamente incompleta e imperfeita é a vista espiritual nos Espíritos encarnados e, por conseguinte, sujeita a aberrações.Tendo por sede a própria alma, o estado desta há de influir nas percepções que aquela vista faculte. Segundo o grau de desenvolvimento, as circunstâncias e o estado moral do indivíduo, pode ela dar, quer durante o sono, quer no estado de vigília:  "1° a percepção de certos fatos materiais e reais, como o conhecimento de alguns que ocorram a grande distância, os detalhes descritivos de uma localidade, as causas de uma enfermidade e os remédios convenientes; 2° a percepção de coisas igualmente reais do mundo espiritual, como a presença dos Espíritos; 3° imagens fantásticas criadas pela imaginação, análogas às criações fluídicas do pensamento. Estas criações se acham sempre em relação com as disposições morais do Espírito que as gera. É assim que o pensamento de pessoas fortemente imbuídas de certas crenças religiosas e com elas preocupadas lhes apresenta o inferno, suas fornalhas, suas torturas e seus demônios... (...)  Os sonhos propriamente ditos apresentam os três caracteres das visões acima descritas. Às duas primeiras categorias dessas visões pertencem os sonhos de previsões, pressentimentos e avisos . Na terceira, isto e, nas criações fluídicas do pensamento, é que se pode deparar com a causa de certas imagens fantásticas, que nada têm de real, com relação à vida corpórea, mas que apresentam às vezes, para o Espírito, uma realidade tal, que o corpo lhe sente o contrachoque, havendo casos em que os cabelos embranquecem sob a impressão de um sonho. Podem essas criações ser provocadas: pela exaltação das crenças; por lembranças retrospectivas; por gostos, desejos, paixões, temor, remorsos; pelas preocupações habituais; pelas necessidades do corpo, ou por um embaraço nas funções do organismo; finalmente, por outros Espíritos, com objetivo benévolo ou maléfico, conforme a sua natureza. "  (A Gênese. Cap. 14. Itens 27 e 28. Allan Kardec).  

Em outras palavras, Eliseu Rigonatti também faz a seguinte explicação sobre os sonhos:

"Há  Espíritos que, parcialmente libertos do corpo pelo sono, conservam toda a lucidez; compreendem que estão no mundo espiritual e dedicam estas horas a estudos e a trabalhos espirituais; assim ganham tempo, porque quando desencarnados encontraram prontos estes trabalhos. Outros Espíritos continuam durante o sono a tratarem de seus negócios e a preocuparem-se com seus problemas materiais, exatamente quando acordados. Esses Espíritos em nada beneficiam dos momentos de liberdade espiritual que o sono lhes concede. Alguns Espíritos ficam perturbados, sonolentos e não se afastam do pé do leito onde repousam seus corpos. Enfim, há Espíritos que dão azo a seus instintos baixos e procuram os lugares do vício e mesmo do crime. O sono favorece o encontro dos Espíritos encarnados com os desencarnados. Assim o encarnado pode encontrar com o seus entes queridos já desencarnados, de cujo encontro lhe advém grande consolo. (....) A nós, Espíritos encarnados desejosos do progresso espiritual, o sono concede excelentes oportunidades. Instrutores espirituais mantém escolas onde congregam, todas as noites, um número considerável de espíritos  encarnados semi-libertos do sono, e lhes ministram lições, ensinamentos  e conselhos." (O Espiritismo Aplicado. Posição do Espírito Encarnado durante o sono. Eliseu Rigonatti).

Segundo o Espírito André Luiz, "Quando o corpo terrestre descansa, nem sempre as almas repousam. Na maioria das ocasiões, seguem o impulso que lhes é próprio. Quem se dedica ao bem, de um modo geral continua trabalhando na sementeira e na seara do amor, e quem se emaranha no mal costuma prolongar no sono físico os pesadelos em que se enreda..."(Nos Domínios da mediunidade. Cap. 24. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier)

"Os Espíritos obsessores, muitos deles, são altamente treinados na técnica de hipnotizar; quase sempre, eles hipnotizam as suas vítimas quando elas se retiram do corpo, no momento do sono... Por este motivo, muita gente acorda mal-humorada e violenta.  Se soubéssemos o que nos espera no Além, não dormiríamos sem recorrer aos benefícios da prece.  Os Espíritos nossos desafetos nos espreitam; se não tivermos defesa, eles farão conosco o que bem entenderem... Há obsessões terríveis que são programadas durante o sono; toda noite é uma sessão de hipnose... De repente, é uma agressão violenta dentro de casa, um crime inexplicável..."(O Evangelho de Chico Xavier. Item 190. Chico Xavier / Carlos A. Baccelli)

Será qualquer pessoa pode interpretar os nossos sonhos, sem conhecer nossas doenças, nossas relações familiares, nossas vidas passadas, nossas preocupações da vida atual?

Este é um assunto complexo, portanto Allan Kardec faz o seguinte alerta: "Os limites deste estudo não comportam o exame de todas as particularidades que os  sonhos podem apresentar. Resumiremos tudo, dizendo que eles podem ser: uma visão atual das coisas presentes, ou ausentes; uma visão retrospectiva do passado e, em alguns casos excepcionais, um pressentimento do futuro. Também muitas vezes são quadros alegóricos que os Espíritos nos põem sob as vistas, para dar-nos úteis avisos e salutares conselhos, se se trata de Espíritos bons; para induzir-nos em erro e nos lisonjear as paixões, se são Espíritos imperfeitos os que no-lo apresentam. "(O Livro dos Médiuns. Cap. 6. Item 101. Allan Kardec)

"José, diz o Evangelho, foi avisado por um anjo, que lhe apareceu em sonho e que lhe aconselhou fugisse para o Egito com o Menino. (Mateus, Cap. 2: 9 - 23.)

 Os avisos por meio de sonhos desempenham grande papel nos livros sagrados de todas as religiões.  Sem garantir a exatidão de todos os fatos narrados e sem os discutir, o fenômeno em si mesmo nada tem de anormal, sabendo-se, como se sabe, que, durante o sono, é quando o Espírito, desprendido dos laços da matéria, entra momentaneamente na vida espiritual, onde se encontra com os que lhe são conhecidos.  É com frequência essa a ocasião que os Espíritos protetores aproveitam para se manifestar a seus protegidos e lhes dar conselhos mais diretos.  São numerosos os casos de avisos em sonho, porém, não se deve inferir daí que todos os sonhos são avisos, nem, ainda menos, que tem uma significação tudo o que se vê em sonho. Cumpre se inclua entre AS CRENÇAS SUPERSTICIOSAS E ABSURDAS A ARTE DE INTERPRETAR OS SONHOS." (A Gênese. Cap. 15. Item 3. Allan Kardec)

Que se deve pensar das significações atribuídas aos sonhos?

" Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledores de buena-dicha, pois fora absurdo crer-se que sonhar com tal coisa anuncia tal outra. São verdadeiros no sentido de que apresentam imagens que para o Espírito têm realidade, porém que, freqüentemente, nenhuma relação guardam com o que se passa na vida corporal. São também, como atrás dissemos, um pressentimento do futuro, permitido por Deus, ou a visão do que no momento ocorre em outro lugar a que a alma se transporta. Não se contam por muitos os casos de pessoas que em sonho aparecem a seus parentes e amigos, a fim de avisá-los do que a elas está acontecendo? Que são essas aparições senão as almas ou Espíritos de tais pessoas a se comunicarem com entes caros? Quando tendes certeza de que o que vistes realmente se deu, não fica provado que a imaginação nenhuma parte tomou na ocorrência, sobretudo se o que observastes não vos passava pela mente quando em vigília?" ( O Livro dos Espíritos. Questão 404. Allan Kardec). 

No livro "Conduta Espírita", o Espírito André Luiz faz as seguintes recomendações perante os sonhos:

"Extrair sempre os objetivos edificantes desse ou daquele painel entrevisto no sonho. Em tudo há sempre uma lição. Repudiar as interpretações supersticiosas que pretendam correlacionar os sonhos com jogos de azar e acontecimentos mundanos, gastando preciosos recursos e oportunidades da existência em preocupação viciosa e fútil."(Conduta Espírita. Cap. 30. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier)

Diante do exposto, saiba que não é possível um indivíduo do grupo espírita interpretar o seu sonho. Você mesmo deve analisar seus próprios sonhos, conforme o conhecimento que adquiriu da Doutrina Espírita, pois há várias hipóteses do que possa ter ocorrido. Aliás,  não é recomendável procurar médiuns para interpretá-los, pois nem todo sonho possui um significado, pode ser fruto da nossa imaginação, além disso, nem tudo pode ser revelado.

Sigamos as recomendações do Espírito  André Luiz, extraindo as boas lições que conseguimos perceber durante o sono e não fiquemos impressionados em demasia com os nossos sonhos estranhos. Isto é perda de tempo! Façamos uma prece todas as noites, para nos prevenir do mal, conforme Jesus Cristo nos recomenda.

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