POR QUE ALGUNS INDIVÍDUOS SE TORNAM ESPIRITUALISTAS UNIVERSALISTAS E FAZEM CRÍTICAS À DOUTRINA ESPÍRITA?

Alguns Espiritualistas Universalistas fazem críticas ao Espiritismo porque discordam da ideia de que exista uma religião ou doutrina que possa trazer progresso moral para a humanidade, além disso, opõem-se a ideia de preservar a pureza doutrinária, revelada pelos Espíritos Superiores e presidida pelo Espírito de Verdade, que é o próprio Cristo, pois não acreditam que as obras publicadas pelo codificador Allan Kardec possuam a verdade absoluta, isto é, as leis divinas (naturais), que são imutáveis. A realidade é que os Espiritualistas Universalistas não aceitam que o Espiritismo possa modificar sua conduta moral pelo estudo e pela prática ensinada pelos Espíritos Superiores, pois pensam, equivocadamente ,que seguindo estes princípios, podem se tornar dependentes de alguns "livros sagrados" ou se transformarão em indivíduos ortodoxos e fanáticos, com crenças limitantes, que se afastam do amor do Cristo. 

Além do mais, devido a falta de conhecimento aprofundado sobre o Espiritismo, intencionalmente ou não, alguns indivíduos fazem muitas confusões dos verdadeiros fundamentos espíritas  com as obras Espiritualistas Universalistas (corrente de pensamento não-religioso e anti-materialista) devido alguns princípios semelhantes, publicadas, principalmente, pelo filósofo Huberto Rohden,  por Hercílio Maes, ditado pelo Espírito Ramatis, por Robson Pinheiro, ditado pelo Espírito Ângelo Inácio, por Wagner Borges, ditado por Ramatís, Rama, Yogananda e Aïvanhov e por Dalton Campos Roque, médiuns continuadores das teorias de Projeciologia e Conscienciologia, criadas por Waldo Vieira, após tornar-se dissidente do Espiritismo. Adversários da doutrina espírita costumam fazer intencionalmente essas confusões e propagam ideias distorcidas, com o fim de afastar o Espiritismo das pessoas que querem realmente estudá-lo de modo sério, pois a Doutrina muitas vezes se contrapõe as ideias antigas ou novas dos Espiritualistas, dentre os quais algumas possuem fins lucrativos e interesses escusos. 

O que é o Espiritualismo Universalista?

Segundo Dalton Campos Roque, " É um espírito de síntese inerente, uma perspicácia, uma visão de conjunto, um estado de consciência despreconceituoso, aberto, positivo, inteligente, sutil, com ampla capacidade de associação de ideias que pode e deve aprender com qualquer conhecimento consciencial, com qualquer opção evolutiva ou mesmo com qualquer filosofia, religião, ou livro sagrado, mas sem depender deles ou de nada.

(...) Opõe-se posturas de sectarismo, exclusivismo, fanatismo e maniqueísmo. Valoriza a liberdade de expressão, o discernimento e a dialética. Não sustenta detenção de posse da verdade relativa e/ou absoluta sobre qualquer desculpa justificativa ou alegação." (Fonte: https://consciencial.org/ciencia-espiritualidade/o-que-e-universalismo-espiritualista/)

Sendo assim, alguns Espiritualistas Universalistas desprezam a VERDADE propagada pela Doutrina Espírita  e seus autores se apoiam nos seguintes argumentos, para rejeitá-la:  

Huberto Rohden dizia: " Há milhares de anos que há religiões no mundo, centenas e centenas, mas nenhuma religião, antiga ou moderna, conseguiu dar paz e felicidade à humanidade como tal, embora alguns homens individuais tenham alcançado essa felicidade.

A experiência de Deus é um fenômeno essencialmente individual, místico, e nunca social; não existe nenhuma religião organizada que possa dar ao homem essa experiência." (A experiência cósmica. Huberto Rohden)

O Espírito Ramatis afirma: " Quantos de vós já tendes mudado de credos e, no entanto, verificais que eles, agora, não vos fazem falta. Quando também abandonardes por concepções mais altas o sistema que agora esposais, igualmente não sentireis a sua ausência, pois o bordão para a caminhada eterna não é a "muleta religiosa" mas, indiscutivelmente, o amor do Cristo!" (...) O conjunto de crenças que não passa de agrupamento de palavras doutrinárias vos leva a discussões anti-fraternas. Criastes o paradoxo de buscar a Verdade - que é, acima de tudo, amor e paz - pelos caminhos tortuosos da discórdia. É, no entanto, o homem que, realmente e de todo o coração, procura a Verdade, não precisa de seitas, de crenças ou de fórmulas escravizantes da consciência. (...)A consciência humana, atuando em vários níveis da vida, é, basicamente, um instrumento de aferição contínuo, tão valioso quanto dinâmico, e o seu melhor aproveitamento será conseguido na mais incessante atividade crística e no menor apego às fórmulas envelhecidas da tradição dogmática. Ela se expande ao registrar e agir, em relação aos novos produtos de sua experimentação, e o seu volume será cada vez mais rico e pródigo tanto quanto o for a grandeza de sua própria experiência. Daí o motivo por que os dogmas religiosos e as doutrinas sectaristas, ou os agrupamentos fanaticamente ciosos de seus postulados estáticos, oferecem menores probabilidades de êxito, pois que se isolam e impede a maior expansão da consciência, ante a menor comprovação das experiências alheias." (Mensagens do astral. Espírito Ramatis. Médium Hercílio Maes)

Segundo Ramatís, Rama, Yogananda e Aïvanhov: "(...) para viajar no tapete cósmico da Evolução, com sabedoria, cada consciência deve buscar a síntese do autoconhecimento exposta nesses três tópicos:

1.Todas as capacidades parapsíquicas, se forem cultivadas com amor e dedicação, são ferramentas evolutivas valiosas no crescimento da consciência. Porém, a nosso ver, a expansão da consciência, a viagem da alma e a intuição são os instrumentos mais eficientes e diretos de contato com as realidades suprafísicas. (...)A viagem da alma (projeção da consciência, projeção astral, experiência fora do corpo, viagem astral, etc.), carrega a consciência para a manifestação "in loco", seja no plano astral ou no plano mental, das realidades espirituais. A intuição é o cabo de ligação da consciência com os valores mais altos que vêm de outras dimensões. É o fio que liga a alma a Deus;

2. Melhoria dos conceitos, através da abertura mental para todas as áreas de  conhecimento, sejam elas humanas ou espirituais;

3. Melhoria dos sentidos espirituais, para captação dos sons cósmicos que viajam pelo Cosmos, emanados pelos seres espirituais avançados, que comunicam suas ideias e vibrações através da inspiração. Esta, por sua vez, só aparece nos corações abençoados pelo amor incondicional e nas mentes iluminadas pelo discernimento." (Viagem Espiritual. Ramatís, Rama, Yogananda e Aïvanhov. Wagner Borges)

O Espírito Ângelo Inácio diz: " Não há um departamento católico, outro espírita, umbandista ou evangélico. Os espíritos esclarecidos, que trabalham sob a orientação maior para a evolução do planeta, já estão além dos títulos e das preferências religiosas, bem como da arrogância de muitos religiosos. Para o enfrentamento da problemática obsessiva, com suas síndromes complexas, é essencial compreender, sobretudo, que a religião do amor está acima da religiosidade: que a espiritualidade de caráter universalista e cósmico está acima da atitude denominacional, partidarista, exclusivista ou sectarista, tão comum à ortodoxia dos movimentos espírita e umbandista. " (Aruanda. Cap.10. Espírito Ângelo Inácio.  Robson Pinheiro) "Aprendi que, no trabalho do bem, ninguém detém a verdade absoluta e para tudo existe uma explicação. " (Tambores de Angola. Cap.15. Espírito Ângelo Inácio.  Robson Pinheiro)

Alguns seguidores do Espiritualismo Universalista, por causa dessas ideias acreditam que a Doutrina Espírita esteja ultrapassada, as obras publicadas por Allan Kardec precisam ser atualizadas, pois proclamam que há ortodoxia,  preconceito e sectarismo no Espiritismo. Além disso, não creem que haja verdade absoluta nas revelações dos Espíritos Superiores, pois afirmam que também podemos aprender individualmente, através da expansão da nossa conciência por outros meios, ou seja, não é necessário ser adepto de uma religião ou doutrina. Rejeitam a ideia de que devemos seguir exclusivamente determinada religião, pois acreditam que podemos evoluir aprendendo com novas ou antigas revelações dos homens ou de espíritos menos avançados. Ainda alegam que existem alguns equívocos escritos pelo Codificador, por isso, a Doutrina Espírita deveria ser modificada, aceitando incluir em suas práticas, novos conceitos, contrários aos seus fundamentos e regulamentos.

No entanto, o Espírito Emmanuel faz o seguinte  esclarecimento: "O que se faz preciso, em vossa época, é estabelecer a diferença entre religião e religiões. A religião é o sentimento divino que prende o homem ao Criador. As religiões são organizações dos homens, falíveis e imperfeitas como eles próprios. "(Livro : Emmanuel. Cap. 4-  Religião e religiões.  Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)  

" Religiões, para todos os homens, deveria compreender-se como sentimento divino que  clarifica o caminho das almas e que cada espírito apreenderá na pauta do seu nível evolutivo. Neste sentido, A RELIGIÃO É SEMPRE A FACE AUGUSTA  E SOBERANA DA VERDADE." (O Consolador. Questão 292. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)

Entretanto, de fato, a maioria das religiões criadas são falíveis, pois os homens imperfeitos misturam conceitos humanos com revelações divinas,  com exceção de Jesus Cristo e da Doutrina Espírita, que surgiu de outro modo.

O que é o Espiritismo?

 Segundo Allan Kardec, "O Espiritismo é a terceira  revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários."  (O Evangelho Segundo o Espiritismo.  Cap. 1. Item 6. Allan Kardec)   

"A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer, e ele só é infeliz quando dela se afasta."(O Livro dos Espíritos. Questão 614. Allan Kardec)

A lei de Deus é eterna e imutável como o próprio Deus. (Texto adaptado. Vide original: O Livro dos Espíritos. Questão 614. Allan Kardec)

 A lei de Deus se acha contida toda no preceito do amor ao próximo, ensinado por Jesus?

"Certamente esse preceito encerra todos os deveres dos homens uns para com os outros. Cumpre, porém, se lhes mostre a aplicação que comporta, do contrário deixarão de cumpri-lo, como o fazem presentemente. Demais, a lei natural abrange todas as circunstâncias da vida e esse preceito compreende só uma parte da lei. Aos homens são necessárias regras precisas; os preceitos gerais e muito vagos deixam grande número de portas abertas à interpretação." ( O Livro dos Espíritos. Questão 647. Allan Kardec)

Disse-lhe Jesus: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim." (João 14:16)

"Sem dúvida nenhuma, Cristo é o divino Messias, enviado para ensinar aos homens a  verdade e mostrar-lhes o bom caminho." (O Céu e o Inferno. Cap. 10. Item 18. Allan Kardec)

"Se o Cristo disse a  verdade, o Espiritismo não podia dizer outra coisa, e em vez de por isso apedrejá-lo, deve-se acolhê-lo como poderoso auxiliar, que vem confirmar, por todas as vozes de além-túmulo, as verdades fundamentais da religião, combatidas pela incredulidade. (...)O Cristo teria dito, teria revelado tudo? Não; visto que ele próprio disse: "Eu teria ainda muitas coisas a dizer-vos, mas vós não podeis compreendê-las, é por isso que eu vos falo em parábolas. O Espiritismo vem hoje, época em que o homem está maduro para compreendê-lo, completar e explicar o que o Cristo propositadamente não fez senão tocar, ou não disse senão sob a forma alegórica." (O que é o Espiritismo. Cap. 1. Allan Kardec)

"(...) o Espiritismo é o restaurador do Cristianismo em sua primitiva e gloriosa pureza e que os espíritas sinceros são, por excelência, na atualidade, os cristãos mais diretamente responsáveis pela substancialização dos ensinamentos que o nosso Divino Mestre legou à Humanidade." ( Instruções Psicofônicas. Cap. 63. Espírito Guillon Ribeiro. Psicografado por Chico Xavier)

"(...) reconhece-se que o Espiritismo realiza todas as promessas do Cristo com respeito ao Consolador anunciado. Ora, como é o Espírito de Verdade que preside ao grande movimento de regeneração, a promessa da sua vinda se acha por essa forma cumprida, porque, de fato, é ele o verdadeiro Consolador." (A Gênese. Cap. 1.Item 42. Allan Kardec)

O Espírito Chateaubriand afirma:  "O próprio Cristo  preside  aos trabalhos de toda sorte que se acham em via de execução, para vos abrirem a era de renovação e de aperfeiçoamento, que os vossos guias espirituais vos predizem." (O Livro dos Médiuns. Cap. 31. Item II. Chateaubriand / Allan Kardec)

O Codificador da Doutrina Espírita, que usa o pseudônimo de Allan Kardec,  utilizou-se principalmente da metodologia científica indutiva para verificar se as revelações dos Espíritos Superiores eram verdadeiras. Entretanto, utilizou-se também do método dedutivo para explicar o conteúdo das premissas.

De acordo com o Codificador, toda teoria revelada pelos Espíritos deve ser passada pela prova do "Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos" (CUEE).

Existem três regras principais para este Controle Universal, que estão descritas na obra "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec, na parte da introdução, sob o título de "Autoridade da Doutrina Espírita". Resumidamente, as três regras são:

- 1. Toda teoria em manifesta contradição com o bom-senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos que se possui, por mais respeitável que seja a sua assinatura, deve ser rejeitada.
- 2. As revelações espontâneas devem ser realizadas por um grande número de médiuns estranhos uns aos outros, de diversos lugares do mundo.
- 3. Deve haver uma concordância universal entre as revelações dos Espíritos que eles façam espontaneamente, ou seja, é necessário comparar as suas respostas e verificar se existe uma unanimidade da voz dos Espíritos.

O Codificador faz a seguinte recomendação no Livro dos Médiuns, diante de uma nova revelação: "Para se discernir do erro a verdade, preciso se faz que as respostas sejam aprofundadas e meditadas longa e seriamente. É um estudo completo a fazer-se. Para isso, é necessário tempo, como para estudar todas as coisas.  ESTUDAI,  COMPARAI,  APROFUNDAI. Incessantemente vos dizemos que o conhecimento da verdade só a esse preço se obtém." (O  Livro dos Médiuns.  Cap.27.  Item  301.  Allan Kardec)

Segundo o biógrafo Henri Sauss, Allan Kardec disse: " mais de dez médiuns prestaram seu concurso a esse trabalho.  E foi da comparação e da fusão de todas essas respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes refeitas no silêncio da meditação, que formei a primeira edição de  O Livro dos Espíritos , a qual apareceu em 18 de abril de 1857." (O que é o Espiritismo. Biografia de Allan Kardec. Henri Sausse) 

Allan Kardec também era médium de inspiração, sem saber.

Em 14 de setembro de 1863, em Paris, uma mensagem é dirigida a Kardec, no qual faz esta confirmação: 

"Quero falar-te de Paris, embora isso não me pareça de manifesta utilidade, uma vez que as minhas vozes íntimas se fazem ouvir em torno de ti e que teu cérebro percebe as nossas inspirações, com uma facilidade de que nem tu mesmo suspeitas. Nossa ação, principalmente a do Espírito de Verdade, é constante ao teu derredor e tal que não a podes negar." (Obras Póstumas. Imitação do Evangelho. Médium: Sr. d'A.../ Allan Kardec)

Sendo assim,  "Na Doutrina Espírita, não se dirá que Allan Kardec foi ultrapassado, de vez que os nossos princípios avançam com o fluxo evolutivo da própria vida e, à maneira da árvore que para mostrar a excelência do fruto não dispensa a raiz, tanto quanto o edifício vulgar para crescer em nova pavimentação não prescinde do alicerce, o Espiritismo não fugirá das diretrizes primeiras, a fim de ampliar-se em construções mais elevadas, com a segurança precisa." (Doutrina e vida. Em honra a Kardec. Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier)                   

  Allan Kardec fez a seguinte afirmação: "Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará. " (A Gênese. Cap. 1. Allan Kardec)       

"O programa da doutrina, portanto, não será invariável senão nos princípios que passaram ao estado de  verdades constatadas; quanto aos outros, ela não os admitirá, como sempre fez, senão a título de hipóteses, até a confirmação. Se lhe for demonstrado que está errada num ponto, ela se modificará nesse ponto.

A   VERDADE ABSOLUTA É ETERNA, e por isto mesmo invariável; mas quem se pode gabar de possuí-la toda inteira? No estado de imperfeição dos nossos conhecimentos, o que hoje nos parece falso, amanhã pode ser reconhecido como   verdadeiro, por força da descoberta de novas leis; é assim que as coisas acontecem tanto na ordem moral como na ordem física. É contra esta eventualidade que a doutrina jamais deve achar-se desprevenida. O princípio progressivo, que ela inscreve no seu código, será, como dissemos, a salvaguarda de sua perpetuidade, e sua unidade será mantida precisamente porque não repousa sobre o princípio da imobilidade." ( Revista Espírita.  Dezembro de 1868. Constituição transitória do Espiritismo. Item 3. Allan Kardec)

Diante do exposto, concluímos, que as leis divinas, isto é a verdade, reveladas pelos Espíritos Superiores e presididas pelo "Espírito de Verdade", que é o próprio Cristo, não se modificam,  porém a Doutrina Espírita é progressista.

A DOUTRINA ESPÍRITA NÃO ESTÁ PRONTA E ACABADA, pode haver novas revelações, entretanto, não há erros nas obras de Kardec como alguns Espíritos pseudo-sábios têm afirmado com o intuito de causar descrédito e desconfiança, pois isto não foi comprovado.

Segundo J. Herculano Pires "OS PRINCÍPIOS DA CODIFICAÇÃO NÃO PODEM SER ALTERADOS PELA OBRA DE UM ESPÍRITO ISOLADO. A Codificação não é obra de vidência, mas de pesquisa científica realizada por Kardec sob orientação e vigilância dos Espíritos Superiores." (Mediunidade. Cap. 3. J. Herculano Pires)     

" (...) o espírita tem deveres específicos, que são os da fidelidade à Doutrina, a preservação da sua pureza, evitando de desviá-la de seu  objetivo exclusivamente espiritual. "(O Centro Espírita.  Cap. 8. J. Herculano Pires)

"O Espiritismo reconhece a todas as criaturas humanas o direito de pensar como quiserem. Mas o Espiritismo também tem o seu direito, que deve ser respeitado. A palavra Espiritismo tem uma significação própria. Foi criada por Allan Kardec para designar a Doutrina dos Espíritos (que não era dele, Kardec) e essa doutrina é a que está em O Livro dos Espíritos. Os que discordam desse livro, discordando dos Espíritos que o ditaram e, portanto, do Espiritismo, não são espíritas e não podem usar a palavra Espiritismo para a nova doutrina que pretendem criar." (O mistério do bem e do mal. Cap. 35. J. Herculano Pires)

Portanto, os que se consideram Espíritas, porém acrescentam práticas estranhas que estão em desacordo com o Espiritismo dentro dos Centros Espíritas, deveriam mudar o nome da instituição para templo Espiritualista.  

"O Espiritismo, como religião, é uma conseqüência da Ciência Espírita. A terceira Revelação não nasceu da pregação de um messias ou profeta, mas da pesquisa científica dos fenômenos mediúnicos. Provada a sobrevivência da alma após a morte - cientificamente provada por Kardec e pelos grandes cientistas do século passado e deste século, que se interessaram pelo assunto - o problema espiritual escapou das mãos dos teólogos e dos místicos, do campo religioso tradicional.

(...) Quem não compreender isso não está apto a ensinar Espiritismo a ninguém. O beato espírita não é espírita, pois não conhece a doutrina e não estuda, não se liberta das superstições e dos erros do seu passado religioso. Pela sua crença ingênua, está sujeito a servir de instrumento a qualquer espírito mistificado e se apresentar como mestre, missionário, reencarnação de Kardec e outras tolices dessa ordem.

Os reformadores da doutrina, encarnados e desencarnados, nada mais são do que indivíduos pretensiosos, extremamente vaidosos, que se deixaram levar por espíritos trevosos, empenhados em semear joio na seara.

Nosso meio espírita está cheio de criaturas de boa vontade, ingênuas e bondosas, mas, nem por isso, livres da vaidade. Como Kardec demonstrou, já no seu tempo, esses elementos, quando se fanatizam, fazem mais mal ao Espiritismo do que os adversários da doutrina. Porque a ridicularizam, reduzem o Espiritismo a uma seita de beatos ignorantes.

O Espiritismo não é doutrina feita para sábios, mas para todos os que tenham um pouco de bom senso e de humildade. Os sábios também estão sujeitos à mistificação, pois há mistificadores sábios nas trevas, e muitos doutores andam por aí a pregar tolices em nome de um suposto progresso do Espiritismo, de sua suposta atualização. Ninguém é professor de Espiritismo. Todos somos aprendizes, todos. E, geralmente, maus aprendizes que, quando pretendem ensinar, deturpam a doutrina.

As obras de Kardec são a única fonte verdadeira do saber espírita. Quem não ler e estudar essas obras com humildade e vontade legítima de aprender, não conhece o Espiritismo. Os que realmente estudam e compreendem a doutrina sentem-se humildes diante da sua grandeza e não pretendem passar por mestres. São colegas mais aplicados que apenas se esforçam para ajudar os companheiros de escola no aprendizado necessário. A obra de Kardec ainda não foi suficientemente estudada. A maioria dos espíritas estudiosos não conseguiu ainda penetrar na essência dessa obra, que não foi escrita para um século, mas, para muitos séculos. Infeliz daquele que pretende ser o mestre de todos. Na verdade, é o cego do Evangelho que conduz outros cegos ao barranco. Precisamos ter muito cuidado para não entrarmos nessas filas de cegos ou nos colocarmos na posição ridícula de cego a guiar cegos.

Basta lembrarmos que a Ciência Espírita só apareceu depois do desenvolvimento das outras Ciências, para termos uma idéia da sua complexidade. Só agora os físicos, químicos, biólogos, botânicos, psicólogos, sociólogos e parapsicólogos estão descobrindo que os seus enganos já foram percebidos por Kardec, há mais de um século. Precisamos pensar nisso quando lermos um artigo ou um livro de pretensos mestres que se dizem descobridores da pólvora. Como disse Kardec, um grande sábio pode conhecer muito da sua especialidade, mas é ignorante em Espiritismo.

Porque só agora as Ciências estão começando a entrar no estudo e na pesquisa dos fenômenos espíritas e, assim mesmo, com muitos preconceitos.

Da Ciência Espírita nasceu a Filosofia Espírita. E, desta, nasceu a Religião Espírita. Isto foi bem ensinado por Kardec, mas os próprios espíritas ainda não entenderam o ensino, o que mostra o quanto ainda estamos longe da apregoada superação de Kardec.

(...) O maior exemplo de estudo sério e humilde do Espiritismo nos foi dado por Kardec. Ele era um sábio - filósofo, pedagogo, médico, mestre em Ciências, diretor de estudos na Universidade da França, com suas obras adotadas por essa Universidade, continuador da Pedagogia de Pestalozzi, pesquisador científico, conhecido pela sua prudência e rigor metodológico, louvado pelos sábios do seu tempo e, com tudo isso, entregou-se ao trabalho espírita com a modéstia socrática de simples aprendiz, de homem que buscava o saber, sabendo que nada sabia. Não lutava para conquistar as glórias terrenas, nem a glória eterna, mas para esclarecer os problemas que até hoje aturdem os homens em todo o mundo. (...) Viveu e morreu na pobreza, caluniado e insultado, respondendo sempre aos seus agressores gratuitos com palavras de esclarecimento e convites ao estudo e à pesquisa em favor da Humanidade. Que diferença entre ele e os seus pretensos reformadores, desde o pobre Roustaing do seu tempo, até os da atualidade, que, mais do que nunca, precisam ler e estudar as suas obras!" (O mistério do bem e do mal. Cap. 36. J. Herculano Pires)

O movimento Espiritualista Universalista Brasileiro de hoje não é diferente dos pretensos reformadores antigos, pois fazem críticas destrutivas ao Espiritismo e tem feito muita confusão na mente de muitos indivíduos, que não estudam as obras espíritas, por falta de estudo sério e humildade. Indecorosamente, os autores de alguns livros Espiritualistas Universalistas fazem críticas a Doutrina Espírita, desprezam seu aspecto religioso e científico, e levianamente deturpam a proposta do Espiritismo,  fazendo com que muitos acreditem que não exista a VERDADE ABSOLUTA, ou seja, leis divinas imutáveis, reveladas pelo Cristo e explicadas pelos Espíritos Superiores, que mostram o que devemos fazer ou deixar de fazer para alcançar a felicidade. Além disso, recusam-se a aceitar a metodologia científica (CUEE) empregada por Allan Kardec.

Não basta amar o Cristo, basear-se na intuição própria ou nas experiências alheias para se tornar um ser humano melhor, é preciso estudar as revelações feitas pelo Cristo e pelos Espíritos Superiores, colocar em prática estes ensinamentos, dar o exemplo de amor ao próximo e respeitar a crença alheia. A Doutrina Espírita não é ortodoxa, sectarista, exclusivista ou preconceituosa, como insunuam alguns Espiritualistas Universalistas, que fazem estas acusações nefastas. O Espiritismo apenas possui seus fundamentos e regulamentos que deveriam ser respeitados. 

"O Espiritismo proclama a liberdade de consciência como direito natural; reclama-a para os seus adeptos, do mesmo modo que para toda a gente. Respeita todas as convicções sinceras e faz questão da reciprocidade. (...)   Coerente com seus princípios, o Espiritismo não se impõe a quem quer que seja; quer ser aceito livremente e por efeito de convicção. Expõe suas doutrinas e acolhe os que voluntariamente o procuram. Não cuida de afastar pessoa alguma das suas convicções religiosas; não se dirige aos que possuem uma fé e a quem essa fé basta; dirige-se aos que, insatisfeitos com o que se lhes dá, pedem alguma coisa melhor. "(Revista Espírita. Setembro de 1869. Ligeira Resposta aos Detratores do Espiritismo. Allan Kardec)

De acordo com Léon Denis, "Espiritismo não é uma ortodoxia no sentido de doutrina fechada, de doutrina rígida, é simplesmente uma representação livre do pensamento, é uma evolução, é uma etapa para a verdade integral, para o infinito. " (Congresso Espírita internacional de Paris  em 1925. Léon Denis)

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