PODEMOS COMETER SUICÍDIO SEM TER A INTENÇÃO PREMEDITADA DO ATO?

"O suicídio não consiste somente no ato  voluntário  que produz a morte instantânea; ele consiste também em tudo o que se faz com conhecimento de causa e que pode apressar prematuramente a extinção das forças vitais."  (O Céu e o Inferno. Segunda Parte. Cap. 5. Allan Kardec)

Segundo Chico Xavier, "Vivemos como criaturas que se suicidam pouco a pouco; todo dia um suicidiozinho... Um ato de rebeldia, uma reclamação indébita, um ponto de vista infeliz... Atraímos vibrações negativas e operamos sobre nós esse  suicídio   lento,   indireto..." (O Evangelho de Chico Xavier. Suicídio indireto. Chico Xavier / Carlos A. Baccelli)

No livro ''Nosso Lar'' o Espírito André Luiz relata que permaneceu no umbral  por mais de oito anos consecutivos, devido ter encurtado a sua vida pela falta de cuidado com a saúde, por cultivar pensamentos levianos e pelo excesso de prazeres: " A ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com os semelhantes, aos quais muitas vezes ofendeu sem refletir, conduziam-no freqüentemente à esfera dos seres doentes e inferiores. (...)  Todo o aparelho gástrico foi destruído à custa de excessos de alimentação e bebidas alcoólicas, aparentemente sem importância. Devorou-lhe a sífilis energias essenciais. (...) O suicídio é incontestável." (Nosso Lar. Cap. 4.O Médico Espiritual. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier)

"Milhares de criaturas regressam do templo da carne, cada dia, no mundo, aos planos da Vida Espiritual. Raras, porém, abandonam a Terra, com o título do trabalhador que atendeu ao cumprimento das próprias obrigações. Quase todas deixam o corpo denso pelo suicídio indireto. Em todos os lugares do Planeta, vemos quem se envenena, metodicamente, pelos raios desvairados da cólera. Destacamos quem elimine a vida do estômago, superlotando o aparelho gástrico de viandas excitantes ou corrosivas. Reconhecemos quem se confia a vícios multiformes, criando monstruosos vermes mentais que se encarregam de aniquilar as possibilidades orgânicas. Identificamos quem anestesia as próprias forças, enregelando-se pela ociosidade sistemática. Encontramos quem arme laços fatais aos próprios pés, movimentando ambições inferiores nas quais se conduz na luta de cada hora. Vemos quem se asfixia ao calor das próprias paixões desenfreadas. Observamos quem se sufoca no pântano dos próprios pensamentos delituosos e escuros." (Harmonização. Problemas da morte. Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier)

"O pensamento sombrio adoece o corpo são e agrava os males do corpo enfermo. Se não é aconselhável envenenar o aparelho fisiológico pela ingestão de substâncias que o aprisionem ao vício, é imperioso evitar os desregramentos da alma que lhe impõem desequilíbrios aviltantes, quais sejam aqueles hauridos nas decepções e nos dissabores que adotamos por flagelo constante do campo íntimo.

Cultivar melindres e desgostos, irritação e mágoa é o mesmo que semear espinheiros magnéticos e adubá-los no solo emotivo de nossa existência, é intoxicar, por conta própria, a tessitura da vestimenta corpórea, estragando os centros de nossa vida profunda e arrasando, conseqüentemente, sangue e nervos, glândulas e vísceras do corpo que a Divina Providência nos concede entre os homens, com vistas ao desenvolvimento de nossas faculdades para a Vida Eterna.

Guardemos, assim, compreensão e paciência, bondade infatigável e tolerância construtiva em todos os passos da senda, porque somente ao preço de nossa incessante renovação mental para o bem, com o apoio do estudo nobre e do serviço constante, é que superaremos o domínio da enfermidade, aproveitando os dons do Senhor e evitando os reflexos letais que se fazem acompanhar do suicídio indireto. "(Pensamento e vida. Cap. 28. Enfermidade. Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier)

Será condenável uma imprudência que compromete a vida sem necessidade?
"Não há culpabilidade quando não há intenção ou consciência clara da prática do mal." (O Livro dos Espíritos. Questão 954. Allan Kardec)

Comete suicídio o homem que perece vítima de paixões que ele sabia lhe haviam de apressar o fim, porém a que já não podia resistir, por havê-las o hábito mudado em verdadeiras necessidades físicas?
"É um suicídio moral. Não percebeis que, nesse caso, o homem é duplamente culpado? Há nele então falta de coragem e bestialidade, acrescidas do esquecimento de Deus."(O Livro dos Espíritos. Questão 952  Allan Kardec)

Aqueles que viciam seu corpo físico devido a paixão desenfreada pelo álcool, cigarro, drogas, sabendo que são prejudiciais à saúde e que há possibilidade de haver consequências fatais, em curto ou longo prazo, não podem alegar ignorância a Deus .

Tal homem será mais, ou menos, culpado do que o que tira a si mesmo a vida por desespero?
"É mais culpado, porque tem tempo de refletir sobre o seu suicídio. Naquele que o faz instantaneamente, há, muitas vezes, uma espécie de desvairamento, que alguma coisa tem da loucura. O outro será muito mais punido, visto que as penas são sempre proporcionais à consciência que o culpado tem das faltas que comete." (O Livro dos Espíritos. Questão  952-a. Allan Kardec)

"Aqueles que por vezes diversas perderam vastas oportunidades de trabalho na Terra, pela ingestão sistemática de elementos corrosivos, como sejam o álcool e outros venenos das forças orgânicas, tanto quanto os inveterados cultores da gula, quase sempre atravessam as águas da morte como suicidas indiretos e, despertando para a obra de reajuste que lhes é indispensável, imploram o regresso à carne em corpos desde a infância inclinados à estenose do piloro, à ulceração gástrica, ao desequilíbrio do pâncreas, à colite e às múltiplas enfermidades do intestino que lhes impõem torturas sistemáticas, embora suportáveis, no decurso da existência inteira." (Ação e reação. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier)

No livro "Conduta Espírita" o Espírito André Luiz faz algumas recomendações para evitar o suicídio indireto, tais como:

"Cultivar a higiene pessoal, sustentando o instrumento físico qual se ele fosse viver eternamente...O corpo é o primeiro empréstimo recebido pelo Espírito trazido à carne. Precatar-se contra tóxicos, narcóticos, alcoólicos, e contra o uso demasiado de drogas que viciem a composição fisiológica natural do organismo. Existem venenos que agem gota a gota. Conduzir-se de modo a não exceder-se em atitudes superiores à própria resistência, nem confiar-se a intempestivas manifestações emocionais, que criam calamitosas depressões. O abuso das energias corpóreas também provoca suicídio lento. Distinguir no sexo a sede de energias superiores que o Criador concede à criatura para equilibrar-lhe as atividades, sentindo-se no dever de resguardá-la contra os desvios suscetíveis de corrompê-la. O sexo é uma fonte de bênçãos renovadoras do corpo e da alma. Fugir de alimentar-se em excesso e evitar a ingestão sistemática de condimentos e excitantes, buscando tomar as refeições com calma e serenidade. Grande número de criaturas humanas deixa prematuramente o Plano Terrestre pelos erros do estômago.

Sempre que lhe seja possível, respirar o ar livre, tomar banhos de água pura e receber o sol farto, vestindo-se com decência e limpeza, sem, contudo, prender-se à adoração do próprio corpo.

Critério e moderação garantem o equilíbrio e o bem-estar. Por motivo algum, desprezar o vaso corpóreo de que dispõe, por mais torturado que ele seja. Na Terra, cada Espírito recebe o corpo de que precisa."(Conduta Espírita. Cap. 34. Espírito André Luiz. Psicografado por Waldo Vieira)

Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, não morreremos se a nossa hora não chegou?

" Não, não morrerás, e tens disso milhares de exemplos. Mas quando chegar a tua hora de partir, nada te livrará. Deus sabe com antecedência qual o gênero de morte por que partirás daqui, e frequentemente teu Espírito também o sabe, pois isso lhe foi revelado quando fez a escolha desta ou daquela existência. "(O Livro dos Espíritos. Questão 853-a. Allan Kardec)

"Todas as leis que regem o conjunto dos fenômenos da Natureza têm consequências necessariamente fatais, isto é, inevitáveis, e essa fatalidade é indispensável à manutenção da harmonia universal. O homem, que sofre essas consequências, está, pois, sob alguns aspectos, submetido à fatalidade, em tudo quanto não depende de sua iniciativa. Assim, por exemplo, ele deve morrer fatalmente: é a lei comum, à qual ele não pode subtrair-se e, em virtude dessa lei, ele pode morrer em qualquer idade, quando chegar a sua hora; entretanto, se ele voluntariamente apressa a sua morte, pelo suicídio ou por seus excessos, age em virtude de seu livre-arbítrio, pois ninguém pode constrangê-lo a praticar esse ato. Ele deve comer para viver: é a fatalidade; mas se ele come além do necessário, pratica um ato de liberdade. "(Revista Espírita. Julho de 1868. A ciência da concordância dos números e a fatalidade. Allan Kardec)

"(...) um magistrado disse: "Prouvera a Deus que todo mundo fosse espírita! Nossos tribunais teriam menos que fazer e a ordem pública nada teria a temer." Ele enunciou assim uma grande e profunda verdade, pois já se começa a perceber a influência moralizadora que o Espiritismo exerce sobre as massas.
Não é um resultado maravilhoso ver homens, sob a influência dessa crença, renunciarem ao alcoolismo, aos hábitos do deboche, aos excessos degradantes e ao suicídio? Homens violentos tornarem-se comportados, suaves, pacíficos e bons pais de família? Homens que blasfemavam o nome de Deus, orando com fervor e piedosamente aproximando-se dos altares? (...) Rogai a Deus para que, se ainda estão reservados dias de provação à Humanidade, haja muitos espíritas, porque estes aprenderam a perdoar aos inimigos e consideram como primeiro dever do cristão estender-lhes a mão no momento do perigo, em vez de lhes pisar no pescoço." (Revista Espírita. Setembro de 1862. Perseguições. Allan Kardec) 

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