Os pinheiros, conto de Natal

        Havia em uma linda floresta de pinheiros. Alguns que  conversavam entre si. Um pinheiro dizia ao outro:  Estou cansado da floresta. Gostaria que um lenhador me cortasse e me levasse para ser um majestoso mastro de navio.  Como adoro o mar!  Como queria conhecer outros lugares, estar em cada porto. Deve ser emocionante!

        Outro pinheiro já pensava assim:

        Eu gostaria de ser levado para uma serraria e de que minha madeira  fosse transformada em um bonito móvel. Um piano por exemplo... onde um pianista sensível  fizesse vibrar as harmoniosas  sonoridade que sairiam do meu interior.  Como eu gostaria de ser um piano.

        Havia ainda, um lindo e pequenino pinheiro que suspirando dizia: Ah! Quem me dera ser uma árvore de Natal, em uma residência com grandes salas, ricos tapetes e lustres, espelhos e quadros. Finos cristais de festa. Muitas crianças a minha volta, e entre meus ramos  ricos presentinhos, bolas coloridas, velas multicores, balas doces e bombons. Que alegria, que felicidade! Nada poderia ser igual.

        No entanto na floresta a beleza da natureza não era apreciada pelos pinheiros descontentes. O sol todas as  manhãs vinha beijar-lhes a copa  esverdeada. Os pássaros cantavam em seus ramos e os insetos  zumbiam, zumbiam.

        O aroma das  pequenas flores  silvestres não os sensibilizavam. Os esquilos brincavam a sua volta e de vez em quando algumas lebres saltitantes apareciam para conversar, uma com as outras. Mas os pinheiros tinham outros sonhos. A claridade da lua, o frescor das madrugadas, não os enterneciam. Sonhavam com uma felicidade distante.

        Um dia, um lenhador, cortou-os e foram levados separadamente. Não sabemos  para onde todos foram, porem acompanhamos o mais pequenino que desejava ser árvore de Natal. Vamos encontra-lo, engalanado de enfeites e guloseimas, assim mesmo como houvera sonhado. Estava radiante! Que alegria, como estava bonito! As crianças brincavam ao seu redor. Tantos  presentes em caixas estavam colocados aos eus pés. A festa foi maravilhosa: porem o contentamento não durou muito. Lá pela meia noite todos queriam os presentes e as crianças, arrancaram-lhe todas as bolas e uma vela caiu acesa  e começou a queimar-lhe um galho - ai, ai, ai, gemeu o pobre pinheiro.

        No outro dia, puseram-no em  um porão junto a outras coisas velhas, e ali ficou , esquecido de todos. Seus ramos e folhas antes tão verdes e viçosos estavam agora amarelecidos e murchos. Estava triste e infeliz, arrependido de seu sonho. Sentia saudades da floresta  agora. O sol, os pássaros as borboletas, os coelhos e os esquilos pulando  e brincando ao seu redor distraiam-no tanto! Que saudades! Só os ratinhos visitavam-no, casualmente. Um dia um passou e  perguntou-lhe: 

        Sabe onde fica a  cozinha?  Estou com tanta fome,  com vontade de comer um naco de toucinho ou de queijo.  Não sei respondeu o pinheiro, mas estou tão só,  não me deixes,

        Fique aqui comigo.

        Não,   não  disse  o ratinho tenho que correr, correr... Lá se foi e aqui ficou o pobre pinheiro, chorando a sua solidão.

        Passou o tempo, foi-se o verão outono e já vinha o inverno e o nosso pinheiro  estava velho e seco. Um dia o dono da casa resolveu fazer uma limpeza no porão e tirou o pobre pinheiro  para o quintal, mandando o jardineiro cortá-lo  para o fogo. As crianças ainda acharam  uma estrela  que servira-lhe de enfeite, quando estivera na sala  como árvore de Natal. É minha disse o menino, e arrancou-lhe a peça, cheio de alegria.

        As últimas lágrimas, fluíram para a infeliz árvore.

        Feita em pedaços foi aproveitada para uma fogueira, e de seu tronco e poucas ramagens, restou apenas um punhado de cinzas.

        As crianças  estiveram ao seu redor, aproveitando o calor das chamas para o aquecimento de suas  de suas mãos. O pinheiro era matéria que se transformou em energia,  disse o menino maior que já conhecia ciência.

Moral:  devemos estar contentes onde Deus nos colocou.

Fazemos o nosso destino, dentro da Lei de Causa e Efeito.

Também nada se perde, tudo se transforma.

(autor desconhecido)

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