O rebelde sem causa

            Renato chegou da escola. Estava cansado. A aula tinha sido ¨tão chata¨! Quis ver um desenho na TV, mas o pai assistia ao jornal. De mau-humor, procurou alguns biscoitos: não havia mais nenhum. Aposto que a Aninha comeu todos, como sempre! pensou o garoto. Foi para o quarto. A mãe lhe sugeriu que arrumasse aquela bagunça toda, e...

         - Chega! Pensou o garoto. Estava revoltado.Não agüentava mais aquilo tudo: fazer os temas, arrumar o quarto, ajudar o pai, cuidar da irmã, fazer compras para a mãe, dar água para o cão... Era demais! Ele queria descansar, que lhe deixassem em paz! Afinal, ele não pediu pra nascer.

         - É isso mesmo! - refletiu. Não pedi para nascer, me colocaram no mundo sem pedir minha opinião! Então, não tenho obrigação de fazer o que eles me pedem!

         E foi decidido, comunicar as idéias ao pai.

         Nem chegou a abrir a boca porque viu, no noticiário da TV, algumas crianças... Eram mais novas que ele e usavam martelos, quebravam pedras, sentadas na terra. Trabalhavam para ajudar os pais pobres. Quase não acreditou: em uma semana de trabalho, elas ganhavam o mesmo que ele gastava no lanche do dia! E, depois do trabalho, as crianças ainda caminhavam muito até chegarem na escola para aprenderem a ler, escrever e, talvez, quando crescerem, conseguir um emprego melhor...

         Então, resolveu ir até a casa de Clara, sua melhor amiga. Renato lhe contou tudo: as idéias bobas que tivera, o que vira na TV.

         - Idéias bobas mesmo! - concordou Clara.

         E a menina explicou ao amigo que nós pedimos sim, e muito, para nascer; que nós mesmos ajudamos a escolher a família em que reencarnamos. Quando estávamos no mundo espiritual, pedimos para ter o pai, a mãe, os irmãos, a família que temos! E que nós já conhecemos eles em outras vidas que tivemos (com outros nomes, outros corpos...). Por isso os queremos conosco: para eles nos ajudarem a crescer; mas também para nós os ajudarmos! “Nossa família é o melhor lugar para aprendermos as coisas importantes da vida!”

         Renato escutava atento o que Clara dizia. Ficaram os dois a conversar, durante muito tempo, sobre aquelas crianças que sofriam tanto, tão cedo. Concluíram que devemos ser gratos à nossa família. E passaram a fazer planos sobre o que poderiam fazer para auxiliar as crianças mais necessitadas.

(Letícia Muller. Fonte: Grupo Espírita Seara do Mestre)

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