O ESPIRITISMO PROÍBE O CONSUMO DE CARNE?

"Na Terra os encarnados têm uma missão a cumprir; têm um Espírito, que deve ser nutrido pelo Espírito, e um corpo, que deve ser alimentado pela matéria; mas a natureza da matéria influi sobre a espessura do corpo e, em consequência, sobre as manifestações do Espírito, o que é facilmente compreensível. Os temperamentos bastante fortes para viver como os anacoretas fazem bem, porque o esquecimento da carne leva mais facilmente à meditação e à prece. Mas para viver assim, em geral seria necessária uma natureza mais espiritualizada que a vossa, o que é impossível com as condições terrestres. E como, antes de tudo, a Natureza jamais age com disparate, é impossível ao homem submeter-se impunemente a essas privações. Pode ser-se bom cristão e bom espírita e comer a seu gosto, contanto que seja razoável."  (Revista Espírita. Dezembro de 1863. Instruções dos Espíritos. Sobre a alimentação do homem.  Espírito Lamennais/ Allan Kardec)

O Espírito Humberto de Campos, no livro "Cartas e Crônicas"  faz a seguinte recomendação: 

"Comece a renovação de seus costumes pelo prato de cada dia.  Diminua gradativamente a volúpia de comer a carne dos animais. O cemitério na barriga é um tormento, depois da grande transição." (Cartas e Crônicas.  Treino para a morte. Espírito Humberto de Campos. Psicografado por Chico Xavier)

Em "O Livro dos Espíritos" de Allan Kardec, os Espíritos Superiores fazem o seguinte esclarecimento sobre este assunto:

722. Será racional a abstenção de certos alimentos, prescrita a diversos povos?

"Permitido é ao homem alimentar-se de tudo o que lhe não prejudique a saúde. Alguns legisladores, porém, com um fim útil, entenderam de interdizer o uso de certos alimentos e, para maior autoridade imprimirem às suas leis, apresentaram-nas como emanadas de Deus. "(O Livro dos Espíritos. Questão 722. Allan Kardec)

723. A alimentação animal é, com relação ao homem, contrária à lei da Natureza?

 "Dada a vossa constituição física, a carne alimenta a carne, do contrário o homem perece. A lei de conservação lhe prescreve, como um dever, que mantenha suas forças e sua saúde, para cumprir a lei do trabalho. Ele, pois, tem que se alimentar conforme o reclame a sua organização." (O Livro dos Espíritos. Questão 723. Allan Kardec)

734. Em seu estado atual, tem o homem direito ilimitado de destruição sobre os animais?

"Tal direito se acha regulado pela necessidade, que ele tem, de prover ao seu sustento e à sua segurança. O abuso jamais constitui direito."

735. Que se deve pensar da destruição, quando ultrapassa os limites que as necessidades e a segurança traçam? Da caça, por exemplo, quando não objetiva senão o prazer de destruir sem utilidade?

"Predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que excede os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. Os animais só destroem para satisfação de suas necessidades; enquanto que o homem, dotado de livre-arbítrio, destrói sem necessidade. Terá que prestar contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida, pois isso significa que cede aos maus instintos.”

De acordo com Raul Teixeira: "A resposta dos espíritos à questão 723 de O Livro dos Espíritos é bastante nítida a esse respeito, deixando o espírita bem à vontade para a necessária compreensão, até porque a alimentação vegetariana não indica nada sobre o caráter do vegetariano. Lembremo-nos que o "médium" Hitler era vegetariano e que o médium Francisco Cândido Xavier se alimenta com carne." (Diretrizes de segurança. Questão 86. Raul Teixeira/ Divaldo Franco)

Chico Xavier faz a seguinte elucidação sobre este tema: " Essa questão é uma questão antiga no mundo espiritualista. Nós temos nos apropriado da cooperação compulsiva dos animais, há muitos, muitos milênios. O nosso corpo espiritual está condicionado em grande maioria de nós outros à absorção das proteínas do reino animal. Então, se nós estamos ainda subordinados à necessidade de valores protéicos que recebemos da carne, nós não devemos entrar em regimes vegetarianos de um dia para outro e sim educar o nosso organismo para realizarmos essa adaptação. Nesse sentido, muitas vezes, quando a nossa vontade já não mais se dirige para a alimentação com base na carne, precisamos considerar o nosso problema de saúde, ouvir um médico amigo, que possa nos aconselhar quanto ao problema da nossa alimentação, para que os nossos problemas de nutrição sejam resolvidos com harmonia e segurança, para não cairmos na perda de memória e em determinados desastres orgânicos por falta de valores protéicos intensivos em nosso corpo celular. Vamos pensar nisto e muitos de nós precisamos ainda da alimentação com base na carne, embora essa alimentação tenha para nós um valor de terapêutica. Isso parece uma racionalização em Psiquiatria. Parece que nós estamos criando uma desculpa para comer a carne. Mas não é bem isso. A maioria de nós ainda necessita da carne e para dispensarmos esse tipo de concurso dos animais, precisamos tempo, para que a nossa reencarnação possa produzir os valores a que somos chamados. Nós todos somos chamados a produzir algo de bom e precisamos saúde, vida saudável, vida robusta. A pecuária ainda é um dos fatores da economia humana. Não podemos tratar estes casos com ingenuidade, conquanto os animais nos mereçam o máximo respeito e não devamos criar situações de extermínio desnecessário para eles. Nós precisamos ainda da carne, precisamos de leite, dos laticínios, precisamos de muitos modos da cooperação dos animais, na farmacologia, na nossa vida comum. Por enquanto não podemos dispensar, mas também não devemos estar como senhores absolutos da natureza. Queremos bife de filé; carne de cabrito e peixe e carneiro, tudo de uma vez. Um pedacinho de carne. " (Chico Xavier, dos hippies aos problemas do mundo . Entrevistas. Emmanuel/ Chico Xavier)

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