Metade de uma folha de papel

        Hoje partilho um conto do livro "Don't worry, be grumpy" chamado "Metade de uma folha de papel" sobre como um homem ultrapassou a sua raiva e falta de autoestima ao longo da vida.
        Uma viúva estava a apresentar o elogio fúnebre do seu marido. Segurava meia folha de papel, explicando que o seu marido mantinha esta folha na sua carteira desde os tempos antes de se terem casado e que esta folha o tinha impedido de ficar zangado com os outros ou negativo sobre si mesmo.
        O seu marido tinha-lhe contado que um dia, quando era adolescente e estudava num curso profissionalizante só de  rapazes, uma grande briga estava em vias de acontecer na sua turma. Tinham estado a "cozinhá-la" há dias. A professora, usando a última oportunidade de exercer a sua autoridade, ordenou que cada aluno ficasse na sua sala e retirasse cuidadosamente uma folha do seu caderno de exercícios. Disse-lhes então para escreverem no topo da página o nome do rapaz da turma que odiavam mais. Todos obedeceram. Depois disse-lhes para desenharem uma linha vertical no meio da página e escreverem do lado esquerdo dessa linha as razões pelas quais odiavam tanto esse rapaz. Todos seguiram essas instruções alegremente.
        Agora, ela ordenou, do lado direito da linha, escrevam as coisas que admiram e respeitam no rapaz que odeiam. Isto foi muito difícil para os jovens fazerem e ela teve que os obrigar a fazer.
        Depois disse-lhes: Dobrem cuidadosamente a folha ao longo da linha vertical e rasguem a folha por essa linha. Eu vou passar com uma cesta de lixo. Coloquem no lixo o lado esquerdo da folha, onde escreveram as razões pelas quais odeiam esse rapaz. O lado direito da folha, onde escreveram as coisas que admiram e respeitam no vosso inimigo, devem entregar educadamente  para ele. Façam-no!
        A viúva explicou que o pedaço de papel velho que ela estava a segurar era o pedaço que o pior inimigo do seu marido lhe tinha entregue naquela época que frequentou o curso técnico, descrevendo todas as coisas que ele respeitava e admirava no seu marido quando ele era um jovem rapaz.
        O seu marido voltava a ler essa folha sempre que se sentia entristecido ou zangado consigo mesmo. Se isto era o que o seu pior inimigo podia ver nele, talvez ele conseguisse ver qualidades redentoras nos seus inimigos interiores. Quando ele estava próximo de ficar deprimido, ele pensava que se o seu inimigo conseguia admirar essas qualidades nele, talvez ele próprio também as conseguisse ver em si mesmo. Por isso, ele conservou consigo aquela metade de folha de papel durante toda a sua vida. Isso o fez um homem contente.
(Texto adaptado do conto de Ajahn Brahm.  Fonte: https://www.objetivolua.com/autoestima-conflitos/)
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        "Não se esqueça, igualmente, de que: O maior inimigo de suas realizações mais nobres, a completa ou incompleta negação do idealismo sublime que você apregoa; A nota discordante da sinfonia do bem que pretende executar; O arquiteto de suas aflições e o destruidor de suas oportunidades de elevação — é você mesmo."(Agenda Cristã. Espírito André Luiz. Item 42 - Você mesmo. Psicografado por Chico Xavier)

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