Dinâmica - Controle universal do ensino dos Espíritos (CUEE)

Objetivo: Compreender que há necessidade de haver um controle universal do ensino dos Espíritos, para que anule todas as teorias contraditórias e haja garantia futura para a unidade do Espiritismo.
Participantes: Indefinido.
Tempo Estimado: 30min.
Material: 1/2 papel sulfite (conforme a quantidade de alunos),  lápis de escrever, borracha.
Descrição: Entregue para cada aluno 1/2 papel sulfite, lápis de escrever e borracha. Em seguida faça a seguinte pergunta: Se você fosse o codificador da Doutrina Espírita e tivesse que criar três regras principais para que haja um controle universal do ensino dos Espíritos , quais seriam estas regras ? Como você verificaria se os conteúdos das comunicações espíritas são verdadeiros? Sabemos que existem espíritos  pseudo-sábios que querem enganar os médiuns, impondo suas opiniões pessoais, de maneira imprudente, com a intenção de sugerir teorias absurdas  como  verdades absolutas. Diante disso, Allan Kardec criou algumas regras para que um homem ou um espírito não venha impor suas ideias pessoais na Doutrina Espírita e que a verdade (isto é, as leis divinas) seja mantida inalterável pela universalidade dos Espíritos que se comunicam em toda a Terra, por ordem de Deus. Quais seriam estas três regras para conseguir manter a unificação do Espiritismo, ou seja,  preservar a pureza doutrinária dos ensinos dos Espíritos Superiores e de Jesus? Neste momento dê 10min para que os alunos escrevam suas sugestões no papel. Após ouvir cada explicação, leia as verdadeiras regras propostas por Allan Kardec e veja quais alunos tiveram ideias semelhantes.

TRÊS REGRAS PARA O CUEE:
- 1. Toda teoria em manifesta contradição com o bom-senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos que se possui, por mais respeitável que seja a sua assinatura, deve ser rejeitada.
- 2. As revelações espontâneas devem ser realizadas por um grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em diversos lugares do mundo.
- 3. Deve haver uma concordância universal entre as revelações dos Espíritos que eles façam espontaneamente, ou seja, é necessário comparar as suas respostas e verificar se existe uma unanimidade da voz dos Espíritos.

Comentário: De acordo com Allan Kardec, " O primeiro controle é, sem sombra de dúvida, o da razão, ao qual é preciso submeter, sem exceção, tudo quanto vem dos Espíritos. TODA TEORIA EM MANIFESTA CONTRADIÇÃO COM O BOM SENSO, COM UMA LÓGICA RIGOROSA E COM OS DADOS  POSITIVOS JÁ ADQUIRIDOS, DEVE SER REJEITADA, por mais respeitável que seja o nome que traga como assinatura. (...)Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: A CONCORDÂNCIA QUE HAJA ENTRE AS REVELAÇÕES QUE ELES FAÇAM ESPONTANEAMENTE, SERVINDO-SE DE GRANDE NÚMERO DE MÉDIUNS ESTRANHOS UNS AOS OUTROS E EM VÁRIOS LUGARES. (...) Prova a experiência que, quando um princípio novo tem de ser enunciado, isso se dá espontaneamente em diversos pontos ao mesmo tempo e de modo idêntico, senão quanto à forma, quanto ao fundo. (...) Foi essa unanimidade que pôs por terra todos  os sistemas parciais que surgiram na origem do Espiritismo, quando cada um explicava à sua maneira os fenômenos, e antes que se conhecessem as leis que regem as relações entre o mundo visível e o mundo invisível. (...) Essa a base em que nos apoiamos, quando formulamos um princípio da doutrina. (...)Esse controle universal é uma garantia para a futura  unidade  do  Espiritismo e anulará todas as teorias contraditórias. É aí que , no futuro, será procurado o critério da verdade. O que fez o sucesso da doutrina formulada no Livro dos Espíritos e no Livro dos médiuns é que por toda parte cada um pôde receber dos Espíritos, diretamente, a confirmação do que eles encerram. (...)É evidente que, se um Espírito diz uma coisa de um lado, enquanto milhões de outros dizem o contrário algures, a presunção de verdade não pode estar com aquele que é o único ou quase o único de tal parecer. (...) Não será à opinião de um homem que se aliarão os outros, mas à voz unânime dos Espíritos; não será um homem, nem nós, nem qualquer outro que fundará a ortodoxia espírita; tampouco será um Espírito que se venha impor a quem quer que seja: será a universalidade dos Espíritos que se comunicam em toda a Terra, por ordem de Deus. Esse o caráter essencial da Doutrina espírita; essa a sua força, a sua autoridade. Quis Deus que a sua lei assentasse em base inamovível e por isso não lhe deu por fundamento a cabeça frágil de um só." (O Evangelho Segundo o Espiritismo.  Introdução. 2. Autoridade da Doutrina Espírita. Allan Kardec).
O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários.   (O Evangelho Segundo o Espiritismo.  Cap. 1. Item 6. Allan Kardec)
O Espiritismo não é obra de um só Espírito, nem de um só homem; é obra dos Espíritos em geral. Segue-se daí que a opinião de um Espírito sobre um princípio qualquer não é considerada pelos espíritas senão como opinião individual, que pode ser justa ou falsa, e só tem valor quando sancionada pelo ensino da maioria, dado em diversos pontos do globo. (Revista Espírita. Outubro de1865. Partida de um Adversário do Espiritismo para o Mundo dos Espíritos. Allan Kardec)
Nosso critério está na concordância universal, corroborada por uma lógica rigorosa, para as coisas que não podemos controlar com os próprios olhos. (Revista Espírita. Junho de1866. Notas Bibliográficas. Os Evangelhos explicados.  Allan Kardec)

Observação: No livro "Obras Póstumas", o próprio Allan Kardec explica como realizou este trabalho, ele diz assim: "No ano seguinte, em 1856, freqüentei ao mesmo tempo as reuniões espíritas que se celebravam à rua Tiquetone,  em casa do Sr. Roustan e Srta. Japhet, sonâmbula. Eram sérias essas reuniões e se realizavam com ordem. As comunicações eram transmitidas por intermédio da Srta. Japhet, médium, com auxílio da cesta de bico.
Estava concluído, em grande parte, o meu trabalho e tinha as proporções de um livro. Eu, porém, fazia questão de submetê-lo ao exame de outros Espíritos, com o auxílio de diferentes médiuns.
(...) Foi assim que mais de dez médiuns prestaram concurso a esse trabalho. Da comparação e da fusão de todas as respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes retocadas no silêncio da meditação, foi que elaborei a primeira edição de O Livro dos Espíritos, entregue à publicidade em 18 de abril de 1857."(Obras póstumas. A minha primeira iniciação no Espiritismo. Allan Kardec)
(Baseada no livro: O Evangelho Segundo o Espiritismo.  Introdução. 2. Autoridade da Doutrina Espírita. Allan Kardec).

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