Cura dum paralítico

        —  Ouçam agora como Jesus curou um paralítico.

        Um dia Jesus estava numa casa ensinando. A casa esta­va cheia de gente, de modo tal que era difícil a alguém entrar. Junto com ele havia muitos fariseus, doutores da lei e escri­bas que tinham vindo das aldeias da Galiléia e até mesmo de Jerusalém.

        Já sei que vocês vão perguntar quem eram os escribas, os doutores da lei e os fariseus, não é verdade? Prestem atenção:

        Doutor da lei e escriba são a mesma coisa; eram os que conheciam a fundo as Escrituras Sagradas e por isso as explicavam ao povo nas sinagogas. Fariseus eram os mem­bros de uma seita religiosa que tinha a pretensão de ser a ünica que bem observava a lei de Moisés. Os fariseus não se misturavam com ninguém e julgavam-se quase que santos. Mais tarde eu lhes contarei o que Jesus pensava deles. Entenderam?

        —  Sim, senhora, respondemos.

        —  É quando chegam uns homens trazendo deitado numa cama um paralítico. E queriam levá-lo para dentro da casa para pô-lo diante de Jesus. Mas não conseguiam porque o povo atravancava as portas e as janelas.

        O que fizeram então? Subiram ao telhado da casa, iça­ram o paralítico lá para cima, descobriram um pedaço do telhado e pelo buraco, com umas cordas, desceram o para­lítico em frente de Jesus.

        —  Que corajosos! exclamou a Joaninha.

        —  Sim, não só foram corajosos como demonstraram muita fé em Jesus. Quando ele viu diante de si aqueles ho­mens com o paralítico, cheios de fé, disse:

        —  “Homem, os teus pecados te são perdoados”.

        Porém os escribas e os fariseus não gostaram daquilo e se puseram a murmurar, dizendo que só Deus é que tem o    poder de perdoar pecados, e outras coisas mais contra Jesus.

        —  Que gente! Em vez de ficarem contentes! exclamou a Cecilia.

        —  Pois é. Jesus reprovou-os dizendo:

        —  “O que vocês estão ai falando? Para mim tanto faz dizer que os pecados lhe são perdoados, como que se levante e ande. Querem ver?

        E voltando-se para o paralítico, ordenou-lhe:

        —  “A ti te digo, levante-te, toma o teu leito e vai para tua casa”.

        O   paralítico pulou da cama, pegou-a de um lado e os homens que o tinham trazido do outro e foram para casa agradecendo a Deus.

        —  E os escribas e os fariseus, dona Lina? perguntou o Roberto.

        —  Ficaram boquiabertos, mas não tiveram outro remé­dio senão agradecer a Deus e exclamar:

        —  “Hoje vimos prodígios!”

        Bateram oito horas. Dona Lina mandou-nos para casa.

(O Evangelho da Meninada. Cap.17. Eliseu Rigonatti)

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