As reflexões de Manoelzinho

        Manoelzinho era um bom menino, forte e bem disposto nos seus treze anos de idade. Adorava seus pais, mas sem saber definir com clareza a causa de seu amor filial aos dedicados pais de seis filhos, o último com seis meses, um nenenzinho de colo.
         Manoelzinho estava preocupado porque a evangelizadora de sua Escola de Evangelização Espírita pediu que escrevesse sobre o mandamento: “HONRAR PAI E MÃE”, mas abordando o tema: “O QUE OS SEUS PAIS FAZEM POR VOCÊ E SEUS IRMÃOS?”
         Querendo escrever o seu trabalho, pensava: “nossa casa é boa, mas nos falta um automóvel ou uma moto, e também participar de um clube com piscina e quadras de esportes…”
         Assim pensando, ele relacionava a falta de um carro e a falta de ser sócio de um clube, como ausência de amor de seus pais por ele. Pensava ainda: “como não gozamos dessas necessidades modernas, não sei como escrever sobre o que os meus pais fazem por nós”.
         Cansado, Manoelzinho pensou: “vou dormir e deixar o trabalho da Escolinha para depois da excursão.”
         É que no dia seguinte não haveria aula na sua Escola e, aproveitando a folga, a Escola Espírita de Evangelização faria uma excursão aprazível a um sítio das redondezas. E foi dormir, porque o ônibus sairia às seis horas da manhã. Às cinco horas da madrugada, Manoelzinho acordou ouvindo movimento na cozinha, levantando-se imediatamente.
         — Mãe, você já está acordada?
         — Há muito tempo, meu filho. Já ia lhe chamar. Olha, o café está prontinho e também as torradas que fiz aproveitando o pão dormido. Além disso, fiz sanduíches para você levar, juntando também algumas laranjas e bananas.
         (Manoelzinho começou a refletir sobre as obrigações de sua mãe: “Quanto serviço, quantos deveres tão cedo…”)
         — E papai, aonde está?
         — Seu pai já tomou o café e foi para o trabalho. Ele saiu mais cedo para ir a pé, aproveitando a fresca da manhã. É necessário economizar a passagem de ônibus…
         (Manoelzinho voltou a refletir, agora sobre o sacrifício de seu pai).
         — Está na hora de ir, mãe, disse Manoelzinho, beijando-a.
         Daí a minutos, Manoelzinho, já dentro do ônibus, apreciava a cidade na sua madrugada, quando viu o seu pai caminhando com outras pessoas, alegremente, rumo ao trabalho.
         (Manoelzinho tornou aos seus pensamentos íntimos, meditando no sacrifício de seu pai, para fazer economia de passagem de ônibus).
         O dia de Manoelzinho e seus colegas durante a excursão foi ótimo, proporcionando a todos muita alegria e proveito, com jogos esportivos, música elevada e, como ponto alto, um teatro da “Parábola do Filho Pródigo”.
         Quando o ônibus voltava, cerca de sete horas da noite, passando nas imediações do trabalho de seu pai, ele o viu novamente, regressando das horas extraordinárias, a pé.
         (Manoelzinho juntou as suas reflexões mais esse exemplo vivo de seu pai)
         Muito tempo depois que Manoelzinho já se encontrava em casa, chegou seu pai, visivelmente cansado, mas com um grande sorriso para o filho e um beijo terno na esposa.
         Já era tarde, por isso Manoelzinho foi dormir, cansado e com um pouco de dor no estômago.
         Seus pais ficaram na cozinha conversando, enquanto sua mãe passava nova leva de fraldas do nenê.
         No quarto, Manoelzinho começou a suar frio e sentir a boca amarga… Choroso, procurou os seus genitores, que, aflitos, o ajudaram a vomitar.
         Um chá quentinho foi prontamente preparado por sua mãe, enquanto o seu pai se mantinha ao seu lado, solidário, orando em silêncio.
         Tudo serenado, recolheram-se para merecido descanso. Na cama, quase dormindo, Manoelzinho ainda teve tempo de refletir. (refletir sobre o carinho que acabava de receber de seus queridos pais.)
         Às seis horas da manhã seguinte, Manoelzinho levantou-se com fome, aguçado pelo aroma do café que enchia toda casa.
         Seus bons pais, quando o viram se alegraram muito, perguntando os dois a um só tempo:
         — Você está bem, Manoelzinho?
         Alegres, tomaram café juntos.
         — Mãe, pai, disse Manoelzinho, eu já sei o que escrever para fazer o meu trabalho sobre o mandamento “HONRAR PAI E MÃE…”
         — O que, filho, de que você está falando?
         — Devo fazer uma composição sobre o Mandamento, mas com o título: “O QUE OS SEUS PAIS FAZEM POR VOCÊ E SEUS IRMÃOS?”
         — Mas por que só agora você sabe o que vai escrever?
         Levantando-se e abraçando aos dois no mesmo carinho, Manoelzinho, quase chorando, confessou:
         Porque só agora percebo o quanto vocês, queridos pais, se sacrificam em favor de nós todos deste abençoado lar, enchendo-o de alegria, bom ânimo, abnegação, renúncia, amor, trabalho e dedicação…
         Continuou, contendo as lágrimas:
         - Porque só agora eu vejo que os verdadeiros bens são os do amor e da dedicação que enchem nossa casa e felicitam a nossa família.
         Obrigado meus queridos pais, por tudo de bom que fazem por nós, agora eu sei que devo honrá-los, mas com muito amor…

(História retirada do site da Aliança Municipal Espírita de Juiz de Fora (AME-JF) - Departamento de Evangelização da Criança (DEC) AULA NR. 41 - II CICLO “B)

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