A literatura infantil na Evangelização

Na evangelização da infância, aplicamos os seguintes gêneros da literatura:

1) Estória

2) Conto

3)Poesia

4)Crônica

5) Teatro

 

            O gênero literário mais utilizado na evangelização é a  Estória.

- A estória:  A arte de narrar estórias é um capítulo da literatura infantil. Não constitui criação recente; pelo contrário, data de épocas remotas. As normas e os preceitos de sua aprendizagem é que são recentes.

            A estória na Antiguidade era contada para distrair e fazer dormir uma criança: qualquer babá era versátil na arte de contar estórias.

            Atualmente, contar estórias traz objetivos mais amplos, como: interessar, evangelizar, educar, formar atitudes positivas, etc. Tal arte deve ser um aspecto cuidado e desenvolvido com habilidade necessária a um evangelizador.

            Segundo Malba Tahan, uma pessoa inculta poderá narrar um fato ou uma ocorrência, com graça, clareza e interesse, assim como uma pessoa culta poderá fazer a sua narração confusa, monótona e desinteressante, se não possuir as habilidades necessárias a um bom narrador. Conclui-se pois, que o dom de ''bem narrar'' desenvolve-se e expande-se quando bem cuidado nos aspectos de clareza, graça, vivacidade e interesse.  

            Pautando princípios de Claparéde: '' A infância foi feita para brincar e imitar'', não se poderia de forma alguma imaginar uma escola, qualquer seja o seu objetivo, sem a Hora do Conto, que constitui uma atividade indispensável para a criança. Para Francis Parker, todo educador deve ser necessariamente um bom contador de estórias.

            As estórias se apresentam em  dois tipos: Reais e imaginárias.

            -Reais: São mais importantes que as imaginárias, por contarem a verdade dos fatos e coisas. São as estórias reais de grande importância, pela verdade moral e aplicação imediata. A estória real não só ensina, como também deixa evidente a vitória do Bem.

            Os fatos históricos fazem parte das estórias reais: trazem o passado histórico ao conhecimento da criança.

            Aventuras cotidianas são estórias reais comuns à natureza humana - mostram à criança, problemas de nossa vida, tipos de pessoas, padrão de comportamento, etc.

            Estórias regionais mostram a vida de certas regiões do pais .

            As biografias são uma lição de coragem, de fé, de bravura, com as quais as crianças tem oportunidade de conhecer padrões de valor. Ao contarmos por exemplo, a biografia de Emmanuel ou a do Dr. Bezerra de Menezes, trazemos fatos reais de suas vidas, cheios de testemunhos de caridade e tarefa redentora de muitos.

            Imaginárias: São inventadas, fruto da imaginação, irreais. Fazem parte das estórias imaginárias: parábola, fábula, apólogo, lenda e o conto de fadas.

1) Parábola - É uma narração alegórica, que encerra uma verdade importante ou um preceito de moral. É uma das mais conhecidas formas de ensinar (a moral). Surgiu na Grécia. Era difundida entre os árabes e hindus, mas permaneceu pela excelência dos ensinamentos trazidos por Jesus.  Ex.: Parábola da ovelha perdida, Parábola do Bom Samaritano, etc.

2) Fábula - É uma estória imaginária, em que os animais assumem característica e falam, sentindo como o homem. Encerra sempre uma lição de moral. É um gênero literário de tradição popular dos gregos e outros povos. O espírito geral é realista e irônico. A temática varia: a vitória da bondade sobre a astúcia, da fraqueza sobre a força, demonstração de piedade para com os que não a possuem, a derrota dos presunçosos, dos orgulhos, etc. Quanto à sua origem, existia entre os assírios e babilônios, na forma que veio a ser fixada por Esopo, no século VI A.C.. No século I D.C. assumiu categoria artística e mais tarde, nos tempos modernos, ganhou forma de refinamento literário com Jean de La Fontaine. As fábulas visam atingir os adultos. As estórias comuns usadas no Jardim e no Primário, em que os animais falam, não são fábulas pois dirigem-se à criança e contém moral velada. Ex.: '' O lobo e o cordeiro''; ''A raposa e as uvas''.

3) Apólogo - É semelhante à fábula, porém são as plantas e os objetos que falam, assumindo características humanas. Contém profundo ensinamento moral. Ex.: A bota e a sandália de veludo''; O carvalho e o caniço''; " A agulha e a linha''. etc.

4) Lenda - É uma estória imaginária que, embora baseando-se num fato real, este foi fantasiado, modificado e ampliado de tal forma que dificilmente poder-se-ia distinguir o elemento fictício do verdadeiro. Ex.: Negrinho do Pastoreio''; O Saci''; ''A Danças dos Tangarás'', etc.

5) Conto de Fada - É uma narrativa menos intensa, com acentuada característica moral que se revela, sempre recompensando a virtude e punindo o mal. Sendo imediatistas as crianças manifestam profundo agrado pelos contos de fadas. Apesar disso, aconselhamos o uso de Conto de Fadas em aulas e principalmente em comemorações e festividades (teatro), porém sem abuso, a fim de não confundir o entendimento da ação dos espíritos benfeitores, com a ação fictícia das fadas.

            As estórias imaginárias apresentam-se ainda de forma repetitiva e acumulativa.

            Repetitivas - São expressões que se repetem diversas vezes na estória: Tonho, o elefante''; ''Ninguém escutava André''.

            Acumulativas - As expressões se repetem, mas em cada repetição surge um elemento novo. Ex.: ''A casa do João''. ''A formiguinha e a neve'', etc.

            A estória e a evolução dos interesses infantis - Quando a estória está apropriada à idade do pequeno ouvinte, ela suscita interesse e prende-lhe a atenção. Sempre as estórias devem ser apresentadas de acordo com o desenvolvimento de seus interesses.

            Ciclo Jardim (4 a 6 anos): A criança deste período acha-se presa às coisas e fatos concretos do meio em que vive. Está diretamente ligada aos seus familiares (irmãos, avós, tios...) com o cãozinho, o gatinho, o cavalinho, etc. As estórias nesta fase podem envolver tais figuras ou personagens. Logo, estórias para crianças nesta fase ou faixa de idade, devem ser simples, com poucos e conhecidos personagens.  

            São muito apreciadas nesta fase de desenvolvimento mental, estórias entremeadas com rimas e sons onomatopaicos. Sons que imitam vozes dos personagens, sejam eles humanos, de animais ou coisas. Assim, o roque-roque do Ratinho, o troc, troc, troc do cavalinho, despertam logo a atenção e o agrado das crianças. Os estribilhos também oferecem nas estórias, verdadeiro enlevo. Nesta fase de desenvolvimento a criança não pode acompanhar grandes enredos.

            Ciclo Primário (7 a 10 anos): A imaginação da criança torna-se exuberante e criadora, e intervém na sua vida.É a fase da fantasia. Um pedaço de pau pode representar um boneco que fala e anda; uma pedrinha, para todos os efeitos, é um cãozinho amigo; uma caixa se transforma em casa de bichinhos, etc.

            Nesta fase, ouve a mesma estória sempre com o mesmo encantamento e interesse.

            Ciclo intermediário (11 a 14 anos): A criança passa de um período de pura imaginação para um período de realidade. Agora agradam-lhe as aventuras, anseia por conquistas. É a fase das coisas reais, que estão distante, mas com possibilidades de serem alcançadas; diríamos, é a fase da aventura.

            Estórias reais podem satisfazer esses interesses. Há personalidades, que se destacaram pela nobreza, pela inteligência, pelo idealismo, pela coragem, servindo a humanidade. Suas biografias podem e devem ser apresentadas, dentro de uma linguagem acessível, viva e cheia de interesse.

            Normalmente, a menina lê mais que o menino, interessando-se pelos assuntos familiares, sociais escolares e atividades domésticas. O interesse dos meninos reside em biografias, aventuras, fatos policiais, mistérios, etc. O programa para o Intermediário satisfaz essa fase: Velho e Novo Testamento, Vida de José, Moisés, Jesus, Paulo de Tarso etc.    

            A divisão em idades, separando a evolução dos interesses da criança, não é rígida. As fases se interpenetram, apresentando-se muitas vezes simultâneas, porém, em determinada idade, há predominância de interesses. Diferenciam-se ainda quanto ao sexo e interesses diversificados devido à proveniência sócio econômica e nível intelectual.

            Forma de Apresentar as Estórias: São suas as formas pelas quais podemos apresentar as estórias: ler ou contar.

            Estórias Lidas - Quando o valor da estória também estiver na beleza da linguagem, ela poderá ser apresentada através da leitura, principalmente para os ciclos Primário e Intermediário (último ano do Primário e todas os anos do Intermediário). Há pormenores descritivos de ambiente, de cores, há originalidade de expressões que elevam pela graça, que na estória contada não poderiam ser reproduzidas com a fidelidade do trecho, mesmo que o narrador fosse ''versátil'', a menos que o narrador tivesse memorizado o trecho.

            Devem ser lidos os trechos ou as estórias, das quais, contadas roubaríamos a graça, a riqueza das expressões.

            O evangelizador que se dispuser a utilizar essa forma de apresentação, além de dominar perfeitamente o mecanismo da leitura,  deve ainda  estar preso a estes cuidados:

a) Evitar a monotonia: efetuar leitura fluente, graciosa, movimentada, observando bem as pausas. A voz do narrador dará vida, graça e movimento ao trecho;

b) Olhar de vez em quando para os ouvintes: levantar os olhos, fixando ora uns, ora outros.

            Estórias Contadas - Devem ser contadas as estórias que trazem a graça a beleza, o interesse, mais no enredo que na forma. São estórias que apesar de contadas, não perdem seu encanto, pois seu valor está no enredo. Normalmente, são as estórias contadas a forma de apresentação que as crianças mais preferem. Proporcionam maior comunicação entre o evangelizador e os alunos.

            A estória poderá ainda ser lida e contada, ao mesmo tempo, desde que haja trechos importantes, rimados, com estribilhos, etc.

            Como contar Estórias - Muitos julgam facílimo contar uma estória. Puro engano. São poucos os bons contadores de estórias. Vejamos estas sugestões:

1) Nunca conte estórias que não interessem ao nível da classe.

2) É muito importante que as crianças estejam, fisicamente bem próximas ao evangelizador, se possível, dispostas em semi-círculo, para sentirem-se próximas mentalmente.

3) Nunca quebrar a narração para fazer comentários (mesmo ligados à estória) nem mesmo para chamar a atenção de alguma criança.

4) Conhecer bem a estória a ser narrada. O evangelizador que ler a estória pouco antes da aula, não está apto a narrá-la.

5) Planejar a apresentação da estória antes de contá-la, treinando antes a sequência dos fatos, ligando-os à apresentação das gravuras ou cartazes a serem utilizados durante a narrativa.

6) Verificar se a estória contém passagens que necessitem de anterior explicação. Caso exista, simplificar ao máximo, passando à sua necessária explicação.

7) Verificar se a estória ainda não é do conhecimento das crianças. O prévio conhecimento, diminuiria muito o interesse.

8) Não ponhas ênfase em pormenores em importância. Além de cansar, tiraria o valor das partes principais.

9) Contar com naturalidade, usando uma linguagem simples e correta. A linguagem deve estar à altura do entendimento das crianças.

10) Modular a voz, encarando os ouvintes, sem fixar-se em nenum.

11) Nunca interrompa a narrativa, e conte a estória com velocidade crescente.

12) Verificar se as crianças estão bem acomodadas. Acumulo de crianças tende a quebrar o interesse.

13) Fale sempre em tom agradável, nem depressa, nem devagar.

14) Evite comentários inúteis, pois cansam a criança.

15) Evite balbuciência (hesitação e timidez)

16) Evite tartareio: Trocar ''tá'' por está; ''né'' pois não é; ''ocê'' por você.

17) Evite cacoetes: Dizer sempre ao fim da frase...Não é? Certo? Entende? Compreende? Aliás...etc.

            Etapas de como contar Estórias:

1) Incentivo inicial - Nunca entramos diretamente no início da estória. Através de conversações, gravuras, vários tipos de material didático, perguntas e outros recursos, aguçamos a curiosidade e o interesse da criança com relação a ouvir e conhecer a estória.    

2) Apresentação de expressões e passagens desconhecidas das crianças - Devem ser explicadas anteriormente, a fim de que não haja incompreensão, durante a narração.

3) Apresentação da estória - Ao ouvir, as crianças devem estar em simi-círculo, se possível.

4) Comentário da estória - Marcar bem a passagem principal, passando a fixar o objetivo da estória, relativo ao tema.

5) Atividades de desenvolvimento - perguntas individuais, gerais, reprodução da estória e avaliação do aprendido. Pode-se aqui, apresentar ainda a respeito do tema: dramatização, desenho, coro falado (jogral), canções e composições de outras estórias referentes ao tema.

            Características do Bom contador de Estórias:

a) Conhecer o enredo seguramente, evitando quebras de atenção e desconfiança por parte das crianças.

b) Confiar em si mesmo, preparando-se convenientemente.

c) Não ser afetado, narrar com toda a naturalidade.

d) Não ter gestos bruscos, movimentando-se tranquilamente.

e) Evitar tiques, estribilhos e cacoetes a fim de não distrair a atenção dos pequenos.

f) Atender a todos com igualdade.

g) Tom de voz agradável e não cansativa.

h) Sentir o que conta, permanecendo atento aos fatos.

            Plano de Aula de Estória:

Tema: O Anjo da Guarda

Ciclo: Jardim

Estória: '' Franguinha Pintada'' (adaptação)

1) Incentivação - Sugestão: Do ovinho da galinha, o que é que nasce? (pintinho) - Quando o pintinho vai crescendo, vai ficando gordinho, o que ele se torna antes de ficar uma galinha? (franguinha) - isso mesmo. Hoje vou contar para vocês a estória de uma franguinha, mas uma franguinha muito passadeira, que passou por um grande apuro.

2) Apresentação e explicação de algum vocábulo desconhecido pelas crianças.

3) Contar a seguinte estória: Pintada era uma franguinha muito passadeira. Sua mãe sempre lhe dizia: - Pintada, você passeia demais e sempre vai muito longe. Qualquer dia, você não encontra o caminho de volta para casa. Vai ficar aflita.

            Mas Pintada não atendia aos conselhos de sua mãe.

            Um dia, saiu a passear e ficou perdida. A noite chegou e Pintada estava longe de casa. Ela ficou encolhidinha, debaixo de uma árvore, esperando alguém passar.

            De repente, ouviu uns barulhinhos nas folhagens e perguntou:

            - Onde posso encontrar um lugar para ficar? Não tenho onde passar a noite. Eu estou perdida e não encontro o caminho de casa!

            - Venha comigo, eu sei onde você vai passar a noite, disse o desconhecido.

            Pintada foi acompanhando o desconhecido. Andaram, andaram...E onde Pintada foi parar?

            Pintada foi parar no ninho da raposa amarela. Vocês sabem que as raposas gostam muito de comer franguinhos? Pois quando Pintada percebeu onde estava, começou a chorar.

            A raposa esperta, levou-lhe algumas palhas, e disse-lhe:

            - Pode dormir aqui. Hoje não vou comê-la porque estou muito cansada. Mas amanhã eu a comerei.

            A raposa foi-se, fechando a porta e apagando a luz.

            Pintada tremia de medo. Chorava e rezava baixinho. Pedia a ajuda do Anjo da Guarda. Prometia nunca mais passear tão longe de casa. E rezando com muita vontade, de repente, ela viu que a porta foi abrindo de mansinho e surgiu uma linda moça, cheia de luz, com um sorriso muito bondoso, que lhe disse:

            - Pintada, vou ajudá-la a sair deste apuro! Mas só esta vez eu vou ajudar você, porque acho que agora, com este susto, você aprendeu a obedecer a mamãe. Sabia que a mamãe também é um anjo da guarda para seus filhinhos.   

             Pintada saiu depressa, muito feliz por estar livre. A noite ainda estava muito escura. Acompanhando a luz de seu Anjo da Guarda, Pintada conseguiu andar depressa, quase correndo, com medo de a raposa acordar e alcançá-la. E assim, guiada pelo Anjo amigo, Pintada chegou em casa. Papai e mamãe abraçaram-na felizes e reunidos, rezaram ao bondoso Anjo agradecendo o auxílio recebido.

            Pintada deitou-se, ainda tremendo do grande susto, dormiu contente.

4) Comentário :

-  Como se chamava a franguinha desobediente?

- O que aconteceu com Pintada?

- Onde Pintada foi parar?

- O que a raposa queria fazer?

- Quem salvou Pintada?

- O que fez Pintada para chamar o seu Anjo da Guarda?

- Como Pintada conseguiu chegar em casa?

- Pintada fez bem em passear longe de casa?

- A raposa foi bondosa?

- Quem é o Anjo da Guarda?

5) Atividade de recreação: Pintar a cena em que o Anjo da Guarda abre a porta para Pintada.

            Elementos essenciais da estória: São quatro (4) os elementos essenciais da estória: introdução, Enredo, Clímax e Conclusão.

a) Introdução - É a forma pela qual o evangelizado inicia a narração, procurando interessar a criança pelo conhecimento da estória. Deve ser curta e chamar a atenção. Deve-se localizar a estória no tempo e no espaço (quando e onde aconteceu) apresentando-se os personagens com suas características próprias.

Apesar de muitos professores acadêmicos, hodiernamente combaterem o inicio da introdução da estória com o clássico ''Era uma vez...'', adiantamos que essa fórmula é do inteiro agrado da criança, podendo o evangelizador variar, a fim de não padronizar. Ex.: ''Há muito tempo...'', ''Certo dia...''; Vivia em tal lugar...

b) Enredo - (ou sucessão de fatos) - É a sucessão da ação dos personagens. É o desencadear dos fatos que compõe a estória. A sequência dos fatos deve ser regular, de intensidade emocional crescente, até atingir o clímax da estória. É importante velar o fim ou o desfecho da estória até o final da mesma, para que as crianças não percam o interesse. O enredo deve ser movimentado, interessante, ter moral implícita, unicidade e surpresas.   

c) Clímax acentuado - É o ponto máximo da estória, e o suspense, a surpresa que toda a curiosidade e consequentemente o interesse da criança. Quanto mais imprevisto for o clímax, tanto mais valiosa será a estória.

d) Conclusão ou desfecho - Após o clímax, a estória deve chegar rapidamente à conclusão. É interessante que, sempre ao terminarmos de contar uma estória, ao invés de apontarmos a moral da mesma, levemos a criança a raciocinar e tirar suas próprias conclusões a respeito. Normalmente, quando a estória se ajusta ao nível da criança, não é preciso que o evangelizador pregue a moral, pois a própria criança  alcança a sutileza da moral implícita. Caso a criança não saiba tirar sozinha as conclusões sobre a moral da estória, é porque a estória esteve acima de sua capacidade de compreender.  

            Como Adaptarmos uma Estória:

            Muitas vezes, a estória encontrada não se ajusta às necessidade do tema, estando em desacordo aos objetivos a serem atingidos. Outras vezes, não apresenta as características necessárias a uma boa estória, daí então surge a premência de procedermos à uma análise minuciosa, a fim de adaptarmos convenientemente às exigências previstas.

            Na adaptação utilizamo-nos do seguinte critério:

a) Nível mental da classe - Primeiramente, verificar se a estória serve ao nível da classe a que se destina. Caso não sirva, simplificá-la, ampliá-la ou facilitá-la, tornando-a ajustada à percepção das crianças.

b) Assunto - Verificar se a estória gira em torno do tema, cuja moral desejamos ensinar. Eliminamos o desnecessário, construindo fatos que seguem naturalmente a lógica, e que virão contribuir para marcar o tema, com a moral implícita. Convém não esquecermos que o objetivo da estória não é apenas ensinar a moral, mas também recrear.

c) Elementos Essenciais da estória - Deve haver obediência aos elementos essenciais da estória, contendo a adaptação: introdução que interesse e seja curta; bom enredo, contendo o número e as características dos personagens próprios para o nível mental da classe; clímax que impressione; e conclusão que permita ao evangelizador findar a estória, penetrando suavemente na consecução do objetivo moral.         

d) Extensão da estória - O ciclo Jardim, exige estórias curtas e poucos fatos. As estórias muito extensas tendem a cansar as crianças. No ciclo Primário, as estórias poderão ser mais extensas, porém com sequência de fatos marcantes, do contrário gera-se a monotonia.  

            Quando a estória a ser adaptada é longa demais, ou curta demais, adaptação é feita de acordo com as necessidades da classe a que ela se destina. Eliminamos e aumentamos os fatos, sempre com lógica, de acordo com as necessidades.

            1) Estórias curtas demais: devem ser ampliadas, construindo-se fatos de valor, que prendam a atenção e bastante relacionados com a estória. Marcar o clímax, permitindo que o desfecho cumpra com o objetivo.

            2) Estórias extensas demais: Resumir a estória, não permitindo o desaparecimento dos fatos marcantes, relativos aos elementos essenciais da estória. Os incidentes indispensáveis devem permanecer, sintetizados, cortando-se minúcias descritivas e conversações próprias para o nível superior.

            e) Erros doutrinários - verificar se em algum ponto, a estória colide com a doutrina. Não deve haver choque algum.

 

A Literatura infantil e o código de ética

A literatura infantil empregada na Escola de Moral Cristã, deve ser utilizada como:

- meio de educação e elevação das probidades individuais e sociais.

- exaltação da tarefa dos educadores e dos pais.

- higiene mental e recreação para a criança.

- respeito a todas as crenças e povos.

- respeito às autoridades locais, do Estado e do País.

- respeito à família.

- ensino da lei e da justiça, triunfando sobre o crime e a perversidade.

Evitar:

- cenas chocantes, anomalias, relações sexuais, sedução ou cenas do gênero (depravação)

- pornografia

- gíria, e se inevitável, fazê-lo com moderação

- estórias de terror, sadismo e masoquismo

- ficção. 

 

( Programa para a infância. Federação Espírita do Estado de São Paulo. Área da infância, juventude e mocidade, 1998).

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