É ERRADO DESEJAR TER PRAZERES MATERIAIS?

Em "O Livro dos Espíritos" de Allan Kardec, os Espíritos Superiores fazem o seguinte esclarecimento sobre este assunto:

Merece censura o homem, por procurar o bem-estar?

"É natural o desejo do bem-estar. Deus só proíbe o abuso, por ser contrário à conservação. Ele não condena a procura do bem-estar, desde que não seja conseguido à custa de outrem e não venha a diminuir-vos nem as forças físicas, nem as forças morais." (O Livro dos Espíritos. Questão 719. Allan Kardec)

"Permitido é ao homem alimentar-se de tudo o que lhe não prejudique a saúde . "(O Livro dos Espíritos. Questão 722. Allan Kardec)

"Os prazeres têm  limites fixados  pela Natureza: o limite da necessidade. Pelos excessos, chegamos à saciedade." É a moral do virtuoso Horácio, um dos pais do Espiritismo. (Revista Espírita. Janeiro de 1861.  "La. Bibliouraphie catholique" - Contra o Espiritismo. Allan Kardec - Vide: O Livro dos Espíritos. Questão 713. Allan Kardec)

É natural o desejo de possuir?

"Sim, mas quando o homem deseja possuir para si somente e para sua satisfação pessoal, o que há é egoísmo." (O Livro dos Espíritos. Questão 883. Allan. Kardec)

Não será, entretanto, legítimo o desejo de possuir, uma vez aquele que tem de que viver a ninguém é pesado?

"Há homens insaciáveis, que acumulam bens sem utilidade para ninguém, ou apenas para saciar suas paixões. Julgas que Deus vê isso com bons olhos? Aquele que, ao contrário, junta pelo trabalho, tendo em vista socorrer os seus semelhantes, pratica a lei de amor e caridade, e Deus abençoa o seu trabalho." (O Livro dos Espíritos. Questão 883-a. Allan. Kardec)

Tem o homem o direito de defender os bens que haja conseguido juntar pelo seu trabalho?

"Não disse Deus: "Não roubarás?" E Jesus não disse: "Dai a César o que é de César?"

"O que, por meio do trabalho honesto, o homem junta constitui legítima propriedade sua, que ele tem o direito de defender, porque a propriedade que resulta do trabalho é um direito natural, tão sagrado quando o de trabalhar e de viver." (O Livro dos Espíritos. Questão 882. Allan. Kardec)

Com que fim pôs Deus atrativos no gozo dos bens materiais?

"Para instigar o homem ao cumprimento da sua missão e para experimentá-lo por meio da tentação." (O Livro dos Espíritos. Questão 772. Allan. Kardec)

Qual o objetivo dessa tentação?

"Desenvolver-lhe a razão, que deve preservá-lo dos excessos."

Se o homem só fosse instigado a usar dos bens terrenos pela utilidade que têm, sua indiferença houvera talvez comprometido a harmonia do Universo. Deus imprimiu a esse uso o atrativo do prazer, porque assim é o homem impelido ao cumprimento dos desígnios providenciais. Mas, além disso, dando àquele uso esse atrativo, quis Deus também experimentar o homem por meio da tentação, que o arrasta para o abuso, de que deve a razão defendê-lo. (O Livro dos Espíritos. Questão 772-a. Allan. Kardec)

Segundo Carlos Toledo Rizzini, "No curso da evolução, o espírito encarnado é, de vez em quando, submetido a exames pela vida com o fim de verificar o aproveitamento na posição em que se acha. Criam-se situações em torno do indivíduo envolvendo algumas de suas fraquezas, de maneira a despertá-lo. Situações que estimulam fraquezas (ou impulsos inferiores) são denominadas tentações. A tentação é a situação que revela a posição do Espírito -mostra o que somos de acordo com as nossas tendências. Liga-se sempre a uma fraqueza, ou seja, a um impulso ao qual temos dificuldade para resistir; somos tentados onde somos fracos. Por exemplo: a bebida, o sexo, o jogo, o furto, etc. A prova é um exame que consiste em ser submetido a uma tentação para avaliar o progresso realizado e sua firmeza. (...)Todos aqueles que têm compromissos de trabalho espiritual, envolvendo o progresso e a redução do mal, são compelidos a passar por provas ou, segundo expressão clássica, testemunhos antes de dar-lhes início. (...)Em muitos casos, homens com missões importantes no planeta vêem-se na contingência de uma renúncia aos bens e prazeres materiais ou de não desempenharem o seu papel e fracassam. Sócrates renunciou à política, Buda ao palácio, Kardec à direção de educandários, Gandhi aos favores da casta, Ubaldi à fazenda, e até você, leitor que se julga insignificante, terá de fazer suas renunciazinhas... ou permanecer dominado pelas inferioridades da vida exclusivamente material. A prova, impondo-lhe uma tentação no campo de uma fraqueza patente, mede o seu aproveitamento ".  (Evolução para o terceiro milênio. Carlos Toledo Rizzini)

O médium Chico Xavier também foi um verdadeiro exemplo de homem de bem que fez renúncia aos bens e prazeres materiais para dedicar-se ao próximo...

Segundo Allan Kardec, "o verdadeiro médium tem uma missão a cumprir e deve, quando necessário, sacrificar gostos, hábitos, prazeres, tempo e mesmo interesses materiais ao bem dos outros. "(O Livro dos Médiuns. Segunda Parte. Cap. 16. Allan Kardec)

Muitos indivíduos relatam que seus maiores prazeres materias são o sexo, comer alimentos não saudáveis, consumir bebidas alcoólicas, fumar cigarro, usar drogas, participar de jogos, fazer compras, realizar viagens de turismo e se divertir em festas. 

De modo geral, o Espírito Emmanuel faz a seguintes considerações em torno do sexo:

"Não proibição, mas educação.

Não abstinência imposta, mas emprego digno, com o devido respeito aos outros e a si mesmo.

Não indisciplina, mas controle.

Não impulso livre, mas responsabilidade.

Fora disso, é teorizar simplesmente, para depois aprender ou reaprender com a experiência." (Vida e sexo. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)

"A Doutrina Espírita vê o sexo, de uma forma geral, como uma forma de energia sublimada voltada para a finalidade de assegurar a reencarnação e a comunhão entre as almas.

É importante lembrar que no campo da sexualidade devem prevalecer os sentimentos elevados, a pureza no relacionamento entre as pessoas, ao invés da sensualidade e do prazer desenfreados. Devemos compreender que existem muitas outras coisas boas além do sexo, e que este deve ser disciplinado desse modo. (...)Na medida que conseguimos colocar os bons sentimentos acima de tudo, a disciplinar nossos desejos e a canalizar essas energias para outros propósitos edificantes, a sexualidade assumirá outro valor. "(Plantão de respostas. Homossexualismo. Emmanuel/ Chico Xavier)

Com relação ao uso  de bebidas alcoólicas, no livro "Sexo e Destino", capítulo 6,  o Espírito André Luiz relata um caso em que  um alcoólatra  atraiu espíritos vampirizadores. Ele descreve a cena da seguinte forma: "Diante de nós, ambos os desencarnados infelizes, que surpreendêramos à entrada, surgiram de repente, abordaram Cláudio e agiram sem-cerimônia. Um deles tateou-lhe um dos ombros e gritou, insolente:

- Beber, meu caro, quero beber! (...) O resultado não se fez demorar. (...) Cláudio abrigou a sugestão, convicto de que se inclinava para um trago de uísque exclusivamente por si. "(Sexo e destino. Cap. 6 e 13. Espírito André Luiz.  Psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira)

O Irmão Saulo explica que "Os Espíritos vampirescos são viciados que morreram no vício e continuam no mundo espiritual inferior, aqui mesmo na Terra, buscando ansiosamente os seus "tragos". Satisfazem-se com as emanações alcoólicas de suas vítimas e continuam a sugá-las como vampiros psíquicos." (Diálogo dos vivos. Álcool e Obsessão. Chico Xavier/ J. Herculano Pires)  

Num outro trecho do mesmo livro, no capítulo 13, André Luiz observa um dos vampirizadores absorvendo fluídos dos encarnados  e relata o episódio da seguinte maneira: " instalara-se na cadeira de Cláudio e com Cláudio, de tal modo, que, certo, se alimentava tão claramente quanto ele, através de um dos numerosos processos em que se catalogam as ações da osmose fluídica " ,ou seja, percebeu que ocorria uma espécie de simbiose de encarnado e desencarnado durante a refeição. (Sexo e destino. Cap. 6 e 13. Espírito André Luiz.  Psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira)

A obsessão mundial pelo sexo desenfreado, álcool em exagero, alimentação em excesso, cigarros e drogas, no Plano Humano, corresponde a um quadro apavorante de vampirismo no Plano Espiritual. 

"Em um dos constantes desdobramentos astrais ocorridos com o nosso médium maior, durante o sono, Emmanuel conduziu o duplo-astral de Chico Xavier a uma imensa cidade espiritual, situada na região do Umbral. Esta lhe pareceu extremamente inferior e bastante próxima da crosta planetária. Era uma cidade estranha não só pelo seu aspecto desarmônico e antiestético, como pelas manifestações de luxúria, degradação de costumes e sensualidade de seus habitantes, exibidas em todos os logradouros públicos, ruas, praças, etc. Emmanuel informou ao Chico que aquela vasta comunidade espiritual era governada por entidades mentalmente vigorosas porém negativas em termos de ética e sentimentos humanos. Eram estes maiorais que davam as ordens e faziam-se obedecer, exercendo sobre aquelas entidades um poder do tipo da sugestão hipnótica, ao qual tais Espíritos estariam submetidos, ainda mesmo depois de reencarnados. Pelas ruas da referida cidade estranha, desfilavam, de maneira semelhante a cordões carnavalescos, multidões compostas de entidades que se esmeravam em exibições de natureza pornográfica, erótica e debochada." (Sexo e obsessão. A cidade estranha. Extraído da Folha Espírita - Janeiro/1990. Divaldo. P. Franco)

"Ante a situação deplorável em que muitos estorcegam nas apertadas malhas dos vícios sexuais e daquele outros que os acompanham, tais o alcoolismo, o tabagismo, a toxicodependência, a banalização dos valores éticos e da vida, a Lei de destruição, conforme assevera Allan Kardec, em O LIVRO DOS ESPÍRITOS (questões 728 a 733 - Nota do Autor espiritual) exercerá a sua função, destruindo para renovar, isto é, chamando ao sofrimento e aos desastres coletivos, às aflições chocantes, às lutas ensandecidas, aos trágicos acontecimentos, para que, por fim, os Espíritos rebeldes despertem para a realidade, para o significado da existência terrena, para os objetivos que têm pela frente, utilizando-se do corpo, do sexo, mas não vivendo apenas e exclusivamente deles ou para eles. Esse abuso resultante da utilização descabida responde pela loucura generalizada que a Vida se encarregará de eliminar." (Sexo e obsessão. Cap. 15. Manoel Philomeno de Miranda. Divaldo. P. Franco)

No livro "Ação e reação", o autor explica as consequências para o nosso organismo físico, quando abusamos do álcool,  produtos tóxicos ou consumimos alimentação em excesso:  

"Aqueles que por vezes diversas perderam vastas oportunidades de trabalho na Terra, pela ingestão sistemática de elementos corrosivos, como sejam o álcool e outros venenos das forças orgânicas, tanto quanto os inveterados cultores da gula, quase sempre atravessam as águas da morte como suicidas indiretos e, despertando para a obra de reajuste que lhes é indispensável, imploram o regresso à carne em corpos desde a infância inclinados à estenose do piloro, à ulceração gástrica, ao desequilíbrio do pâncreas, à colite e às múltiplas enfermidades do intestino que lhes impõem torturas sistemáticas, embora suportáveis, no decurso da existência inteira." (Ação e reação. Cap. 19. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier)

Segundo os Espíritos Superiores, "O homem que se considera feliz na Terra porque pode satisfazer às suas paixões é o que menos esforços emprega para se melhorar. Muitas vezes começa a expiação desses  prazeres  efêmeros já nessa mesma vida, mas certamente os expiará noutra existência tão material quanto aquela." (O Livro dos Espíritos. Questão 983. Allan. Kardec)

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