COMO É POSSÍVEL DIFERENCIAR UMA DOENÇA MENTAL OU FÍSICA DE UMA DOENÇA ESPIRITUAL?

"Inácio Ferreira (novos Rumos à Medicina, 1º vol., 1949) propõe uma atitude lógica e  simples diante de qualquer enfermo da mente ou das emoções. Procurar, primeiro, o fator interno, isto é, algum morbo ou lesão no organismo. Em segundo lugar, buscar o fator externo, ligado ao ambiente e aos meios de vida, que pudesse desequilibrar o indivíduo (perda de um ente querido ou do emprego, etc..). Não achando nem o fator pessoal (doença física), nem a condição mesológica e social - em terceira instância, sair empós do fator invisível (...) , ou seja, investigar a possível atuação patogênica de uma entidade espiritual livre do corpo material ou de recordações emergentes de alguma vida anterior. Em ambos os casos a etiologia é uma só: conseqüências do mal feito ao próximo e a si mesmo (vícios, etc.) logo, causa moral; a patogenia, porém, é mais variada; lembranças perniciosas, experiências traumatizantes, obsessão, lesões perispirituais, fixação mental em situações e sentimentos, irradiações fluídicas maléficas, entre outros. NÃO HÁ O FATOR ORGÂNICO; INEXISTE O FATOR AMBIENTAL - PROCURA-SE, ENTÃO, O FATOR ESPIRITUAL. "( Evolução para o terceiro milênio.  Carlos Toledo  Rizzini)

Certa vez, fizeram a seguinte pergunta a Chico Xavier:

Como podemos distinguir um surto psicótico de uma obsessão? Quais "sintomas" identificam uma ou outra ocorrência?

"R. Os sintomas são muito próximos uns dos outros. A grosso modo, não se pode diferenciar, somente com o acompanhamento sistemático persistente e acuidade clínico-doutrinária pode-se chegar a um diagnóstico. O fato é que se sabe somente que era obsessão depois do tratamento por meio de passes e orações. Fora isso, ficam nossos irmãos nas internações sucessivas. Muitos dos chamados loucos sofrem é uma possessão como cobrança de um passado tenebroso." (Plantão de respostas. Entrevistas. Loucura e obsessão. Espírito Emmanuel/ Chico Xavier)

Segundo Allan Kardec, "A (verdadeira) loucura provém de um certo estado patológico do cérebro, instrumento do pensamento; estando o instrumento desorganizado, o pensamento fica alterado. A loucura é, pois, um efeito consecutivo, cuja causa primeira é uma predisposição orgânica, que torna o cérebro mais ou menos acessível a certas impressões; e isto é tão real que encontrareis pessoas que pensam excessivamente e não ficam loucas, ao passo que outras enlouquecem sob o influxo da menor excitação.

(...)Entre as causas mais numerosas de superexcitação cerebral, devemos contar as decepções, as desgraças, as afeições contrariadas, que são, ao mesmo tempo, as causas mais frequentes do suicídio.

(...)Dentre as causas de loucura, devemos também colocar o medo, principalmente do diabo, que já tem perturbado mais de um cérebro. Sabe-se o número de vítimas que se tem feito, ferindo as imaginações fracas com esse quadro que, por detalhes horrorosos, se empenham em tornar mais assustador? O diabo, dizem por aí, só causa medo às crianças e é um freio para corrigi-las; sim, como o papão e o lobisomem, que as contém por algum tempo, tornando-se elas piores que antes quando lhes perdem o medo; mas, em troca desse pequeno resultado, não levam em conta as epilepsias que têm sua origem nesse abalo de cérebros tão delicados.

Não se deve confundir a loucura patológica com a obsessão; esta não provém de nenhuma lesão cerebral, mas da subjugação que Espíritos malévolos exercem sobre certos indivíduos, e que, muitas vezes, têm as aparências da loucura propriamente dita." (O que é o Espiritismo. Cap. 1. Item 31. Allan Kardec)

Desempenham os Espíritos algum papel nos fenômenos que se dão com os indivíduos chamados convulsionários?

"Sim e muito importante, bem como o magnetismo, que é a causa originária de tais fenômenos. " (O Livro dos Espíritos. Questão 481. Allan Kardec)

No Evangelho narra um episódio que serve como exemplo:  

"Um homem da multidão bradou: "Mestre, rogo-te que dês atenção ao meu filho, pois é o único que tenho. Um espírito o domina; de repente ele grita, lança-o em convulsões e o faz espumar; quase nunca o abandona e o está destruindo. Roguei aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram". Respondeu Jesus: "Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com vocês e terei que suportá-los? Traga-me aqui o seu filho". Quando o menino vinha vindo, o demônio o lançou por terra, em convulsão. Mas Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou de volta a seu pai. (Lucas 9:38-42)

Na Revista Espírita de 1864, o Sr. Dombre relata também um caso deste tipo, dizendo: "Eu fui advertido por um dos membros de nossa Sociedade Espírita, das crises violentas que todas as tardes, regularmente, há oito meses, sofria a chamada Tereza B.... Dia 11 de janeiro último, às quatro e meia da tarde, acompanhado do Sr. L..., médium, fui a uma casa vizinha à da doente, tentar testemunhar a crise que, conforme se dava todos os dias, devia ocorrer às cinco horas. (...) Começaram as  convulsões . O corpo se dobrava; a cabeça tendia a tocar os calcanhares; o peito arfava. Numa palavra, era desagradável à vista. Entrando eu e o médium na casa vizinha, perguntamos ao Espírito de Louis David, guia espiritual do médium, se era uma obsessão ou um caso patológico. O Espírito respondeu:
"Pobre menina! Com efeito, ela se acha sob uma fatal influência, muito perigosa mesmo. Vinde em seu auxílio. Teimoso e mau, esse Espírito resistirá por muito tempo. Evitai, tanto quanto estiver ao vosso alcance, que ela seja tratada por medicamentos, que lhe prejudicariam o organismo. A causa é totalmente moral. Tentai evocar esse Espírito e moralizai-o com habilidade, que nós vos auxiliaremos. Que todas as almas sinceras que conheceis se reúnam para orar e combater a muito perniciosa influência desse Espírito malvado. Pobre pequena vítima do ciúme! LOUIS DAVID." (Revista Espírita. Junho de 1864. Cura da jovem obsedada de Marmande. Allan Kardec)

"Está demonstrado pela experiência que os Espíritos perversos não só agem sobre o pensamento, mas também sobre o corpo, com o qual se identificam e do qual se servem como se lhes pertencesse. Eles provocam atos ridículos, gritos, movimentos desordenados com toda a aparência da loucura ou da monomania.

(...) É necessário, pois, distinguir a loucura patológica da loucura obsessiva. A primeira é produzida por uma desordem nos órgãos da manifestação do pensamento. Notemos que nesse estado de coisas não é o Espírito que é louco, porque ele conserva a plenitude de suas faculdades, como o demonstra a observação. Contudo, estando desorganizado o instrumento de que se serve para manifestar-se, o pensamento, ou melhor, a expressão do pensamento é incoerente.
Na loucura obsessiva não há lesão orgânica. É o próprio Espírito que se acha afetado pela subjugação de um Espírito estranho que o domina e comanda. No primeiro caso é preciso tentar curar o órgão doente; no segundo, basta livrar o Espírito doente do hóspede importuno, a fim de restituir-lhe a liberdade."  (Revista Espírita. Abril de 1862. Epidemia demoníaca na Sabóia. Allan Kardec)

No entanto, "A obsessão  muito prolongada  pode ocasionar desordens patológicas e reclama, por vezes, tratamento simultâneo ou consecutivo, quer magnético, quer médico, para restabelecer a saúde do organismo. Destruída a causa, resta combater os efeitos. "( O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap 28. Item 84. Allan Kardec)

Na Revista Espírita de 1867, o grupo cura Marmande relata um caso em que  somente o passe magnético, aliado a evocação do obsessor seriam necessários para obter a cura, pois os fluídos maléficos ainda não haviam atingido o organismo físico da doente. Vejamos a seguir:

"A Sra. D.., de 22 anos, da comuna de Sainte-Marthe, não longe de Marmande, caía em crises extraordinárias e violentas; rugia, mordia, rolava, sentia golpes terríveis no estômago, desfalecia e às vezes ficava quatro ou cinco horas inconsciente; uma vez passou oito horas sem recobrar a lucidez. Em vão o Dr. T... lhe havia prestado cuidados. O marido, depois de correr para profissionais, sacerdotes da região reputados como curadores e exorcistas, de adivinhos ─ pois confessou havê-los consultado ─ dirigiu-se a nós, pedindo que nos ocupássemos de sua mulher se, como lhe haviam contado, estivesse em nós o poder de curá-la. Prometemos escrever-lhe, para indicar o que ele deveria fazer.
"Consultados, nossos guias disseram: Cessem qualquer  tratamento  médico, pois os remédios seriam inúteis; que o marido eleve sua alma a Deus, imponha as mãos sobre a fronte da esposa e lhe faça passes fluídicos com amor e confiança; que observe pontualmente as recomendações que lhe vamos fazer, seja qual for a contrariedade que ele possa experimentar (seguem as recomendações, absolutamente pessoais), e se ele se compenetrar da ideia que elas são necessárias e em proveito de sua pobre aflita, em breve terá sua recompensa.
"Também nos disseram que chamássemos e moralizássemos o Espírito obsessor, sob o nome de Lucie Cédar. Esse Espírito revelou a causa que o levava a atormentar a Sra. D... (...)Tendo-se conformado a tudo, ele teve a satisfação de ver sua mulher completamente livre no espaço de dez dias. Ele me disse: (...) Se eu me tivesse dirigido a vós desde o começo, teria 150 francos no bolso, que aí já não estão, pois gastei em medicamentos. "(Revista Espírita. Junho 1867. Grupo curador de Marmande. Allan Kardec)

De acordo com Allan Kardec, "A subjugação obsessional, designada outrora sob o nome de possessão, é um constrangimento físico exercido sempre por Espíritos da pior espécie e que pode ir à neutralização do livre-arbítrio do paciente. Ela se limita, muitas vezes, a simples impressões desagradáveis; porém, muitas vezes provoca movimentos desordenados, atos insensatos, gritos, palavras injuriosas ou incoerentes, de que o subjugado, às vezes, compreende o ridículo, mas não pode abster-se. Este estado difere essencialmente da loucura patológica com que erradamente a confundem, pois na possessão não há lesão orgânica alguma; sendo diversa a causa, outros devem ser também os meios de curá-la.
A aplicação do processo ordinário das duchas e tratamentos corporais poderá, muitas vezes, determinar o aparecimento de uma verdadeira loucura, onde só havia uma causa moral.
Na loucura propriamente dita, a causa do mal é interna; importa restituir o organismo ao seu estado normal; na subjugação, essa causa é externa, e tem-se necessidade de libertar o doente de um inimigo invisível, não lhe opondo remédios materiais, porém uma força moral superior à dele. A experiência prova que nunca, em tal caso, os exorcismos produziram resultado satisfatório: antes agravaram que minoraram a situação.
Indicando a verdadeira fonte do mal, só o Espiritismo pode dar os meios de combatê-lo, fazendo a educação moral do Espírito obsessor; por conselhos prudentemente dirigidos, chega-se a torná-lo melhor e a fazê-lo renunciar voluntariamente à atormentação do enfermo, que então fica livre." (O que é o Espiritismo. Cap. 2.  Item 73 e 74. Allan Kardec)

"O Espiritismo, que abre novos horizontes a todas as ciências, vem esclarecer também a questão muito obscura das doenças mentais, assinalando uma causa que até agora não era levada em conta, uma causa real, evidente, provada pela experiência e cuja verdade mais tarde será reconhecida. Mas como convencer a admitirem tal causa aqueles que estão sempre dispostos a mandar para o  hospício   quem quer que tenha a fraqueza de acreditar que temos alma? Como convencê-los de que a alma representa um papel nas funções vitais, e que ela sobrevive ao corpo e pode atuar sobre os vivos?
Graças a Deus as ideias espíritas, para o bem da Humanidade, fazem maior progresso entre os médicos do que era dado esperar, e tudo leva a crer que em futuro não muito remoto a Medicina sairá, enfim, da rotina materialista."
(Revista Espírita. Abril de 1862. Epidemia demoníaca na Sabóia. Allan Kardec)

Diante do exposto, já que é tão difícil distinguir se a doença do indivíduo é física, mental ou/e espiritual, recomenda-se consultar primeiramente um médico psiquiatra ou/e neurologista (de preferência Espírita) para analisar o caso, e simultaneamente, frequentar um Centro Espírita sério, que possua Reunião de Dessobsessão (reservada), para realizar o tratamento espiritual, aliado ao passe magnético e oração, caso seja indicado.

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