Anjos desconhecidos

Reunião pública de 24-11-61

1ª Parte, cap. VII, § 20

Ha guardiães espirituais que te apóiam a existência no plano físico e ha tutores da alma que te protegem a vida mesmo na Terra.

Frequentemente centralizas a atenção nos poderosos do dia, sem ver os companheiros anônimos que te ajudam na garantia do pão. Admiras os artistas renomados que dominam nos cartazes da imprensa e esquecem facilmente os braços humildes que te auxiliam a plasmar, no santuário da própria alma, as obras-primas da esperança e da paciência. Aplaudes os heróis e tribunos que se agigantam nas praças; todavia, não te recordas daqueles que te sustentaram a infância, de modo a desfrutares as oportunidades que hoje te felicitam. Ouves, em êxtase, a biografia de vultos famosos e quase nunca te dispões a conhecer a grandeza silenciosa de muitos daqueles que te rodeiam, na intimidade domestica, invariavelmente dispostos a te estenderem

generosidade e carinho.

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Homenageia, sim, os que te acenam dos pedestais que conquistaram, merecidamente, a custa de inteligência e trabalho; contudo, reverencia também aqueles que talvez nada te falem e que muito fizeram e ainda fazem por ti, muitas vezes ao preço de sacrifícios pungentes.

São eles pais e mães que te guardaram o berço, professores que te clarearam o entendimento, amigos que te guiaram a fé e irmãos que te ensinaram a confiar e servir... Vários deles jazem agora, na retaguarda, acabrunhados e encanecidos, experimentando agoniada carência de afeto ou sentindo o frio do entardecer; alguns prosseguem obscuros e devotados, no amparo as gerações que retomam a lide terrestre, enquanto outros muitos, embora enrugados e padecentes, quais cireneus do caminho, carregam as cruzes dos semelhantes.

Pensas nesses anjos desconhecidos que se ocultam na armadura da carne e, de quando em quando, unge-lhes o coração de reconhecimento e alegria. Para isso, não desejam transfigurar se em fardos nos teus ombros. Quase sempre, esperam de ti, simplesmente, leve migalha das sobras que atiras pela janela ou uma frase de estimulo, uma prece ou uma flor.

(Justiça divina. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)

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