A banda

         Numa classe, a professora estava tendo dificuldade em explicar aos seus pequenos alunos sobre os cuidados que se deve ter com o próprio corpo. Dizia ela:
         — É preciso cuidarmos de nosso corpo para que ele possa funcionar bem. Cada órgão tem uma função própria e trabalha para executar a sua tarefa, obedecendo à harmonia do conjunto. Por exemplo: o coração é responsável por bombear o sangue, levando-o a todas as partes do corpo através das artérias; o estômago processa a comida; os rins filtram o sangue; os pulmões cuidam da respiração. Tudo isso sob o comando do cérebro. Entenderam?
         Os alunos olhavam com cara de dúvida, mas o pequeno Rogério meneou a cabeça, afirmando, convicto:
         — Não.
         A professora tentou explicar de novo, de maneira diferente, mas viu que eles continuavam sem entender direito.
         Aí ela teve uma idéia. Aproveitando o desejo de realizar um projeto que tinha em mente, perguntou:
         — Vocês têm em casa algum instrumento musical de brinquedo?
         Muitos levantaram a mão.
         — Eu tenho um tamborzinho, professora! — disse Rogério.
         — E eu, um pianinho! — afirmou Aline.
         — Tenho uma sanfona! — gritou Maurício, do fundo da sala.
         Assim, apareceram mais três cornetas, duas flautas, uma gaita, um prato e duas violas.
         Satisfeita, a professora pediu que trouxessem os brinquedos no dia seguinte. Apesar de não saberem qual a intenção da professora, as crianças obedeceram.
         No dia seguinte chegaram, curiosas, portando seus instrumentos musicais.
         Entrando na sala, a professora explicou:
         — Com esses instrumentos, vamos formar uma banda. O que acham?
         As crianças adoraram. A professora ordenou:
         — Muito bem! Agora prestem atenção! Quando eu der sinal, vocês começam a tocar.
         E assim ela fez. Disse “já”, e todos começaram a tocar ao mesmo tempo.
         Foi uma confusão! Barulho ensurdecedor tomou conta da classe.
         A outro sinal, elas pararam.
         Os alunos estavam horrorizados. Alguns até taparam os ouvidos para o ruído infernal que se fizera.
         — O que acharam? — perguntou a professora.
         — Horrível! — respondeu o pequeno Rogério, ao que todos concordaram.
         A professora sorriu e explicou:
         — Realmente, estava muito ruim. Para tocar em conjunto, é preciso aprender. Só assim teremos um som bonito e harmonioso. Mas, não se preocupem. Vocês vão aprender!
         Dali em diante passou a orientá-los, ensinando como cada um deveria tocar seu instrumento até que estivessem todos afinados. Muitos dias depois, quando já estavam em condições de tocar em conjunto, ela resolveu fazer o ensaio geral.
         Sob a regência da professora, eles começaram a tocar o que tinham aprendido. Ficou lindo! Os sons saíram dos instrumentos na hora certa, na medida exata, numa integração harmoniosa e agradável ao ouvido.
         As crianças estavam maravilhadas! Jamais esperavam que pudesse sair tão bonita a melodia simples que tocaram.
         Bateram palmas, se abraçaram, pulando de satisfação e de alegria.
         Quando os alunos se acalmaram, a professora perguntou:
         — E então? Perceberam a diferença? É que, agora, ninguém toca o que quer, como quer. Cada um toca uma parte diferente da mesma música, seguindo uma ordem e com disciplina. Isto é um conjunto!
         Fez uma pausa e indagou:
         — Será que essa bandinha tem alguma relação com nosso corpo?
         Para sua satisfação, foi Rogério quem respondeu:
         — Claro que tem, professora! Acho que os músicos são como os órgãos do corpo! E eu sou o coração, porque toco tambor e dou o ritmo!
         — Isso mesmo! Parabéns, Rogério!
         O regente representa o cérebro, que comanda o corpo, não é professora? — concluiu outra aluna.
         — Certo! Vocês entenderam muito bem! Então, para que o corpo funcione bem é preciso que cada parte, cada órgão, cumpra direitinho sua função. Já pensaram se cada órgão do corpo resolver trabalhar como quiser? Seria um caos! Assim, temos que cuidar da higiene, nos alimentarmos de forma sadia, protegendo e cuidando do corpo que Deus nos concedeu, para termos saúde orgânica. Manter o pensamento elevado, cultivar a paz, para termos equilíbrio e saúde espiritual. Entenderam?
         Todos tinham entendido.
         A partir desse dia, o sucesso da bandinha foi tanto que passaram a se apresentar em todas as festas da escola, agradando a todos. Deram até um nome para a banda: CORPO MUSICAL.

 

(Célia Xavier Camargo - O consolador - Revista Semanal de Divulgação Espírita)

Passatempo Espírita © 2013 - 2024. Todos os direitos reservados.

Desenvolvido por Webnode