Utilize o conteúdo da aula, designado por "Subsídio para o Evangelizador", para desenvolver palestras espíritas para jovens e adultos.

Aula 67 - Honrar pai e mãe

Ciclo 1 - História:  A família das tartarugas  -  Atividade:  LE - L3 - Cap. 11 - 4 - Amor maternal e filial ou/e Cartão - Dia dos pais.

Ciclo 2 - História:  As reflexões de manoelzinho -  Atividade: ESE - Cap. 14 - 1. Piedade filial ou/e   Flor - Dia das mães 

Ciclo 3 - História:  O que Jesus nos pede -  Atividade: ESE - Cap. 14 - 4 - A ingratidão  dos filhos e os laços de família ou/e Pedir para que escreva dentro de um coração um lindo verso de agradecimento, a Maria de Nazaré, a nossa doce mãezinha.

Mocidade - História: Filha rebelde  -  Atividade: 3 - Composição literária: Os adolescentes deverão fazer uma poesia sobre a mãe (ou pais) com quatro estrofes e com quatro versos cada (com desenhos) e depois colocá-la dentro de um envelope para dar para sua mãe (ou pais) . Mostre um exemplo: Os pais.
 

Dinâmicas: Flor do amorBilhete paternalJogral para o Dia das mãesTarefas Domésticas (Presente de Dia das Mães).

Mensagens Espíritas: PaisFilhosMãe.

Sugestão de vídeo infantil: História: Mãezinha - Pai Nosso. Meimei/Chico Xavier (Dica: pesquise no Youtube)

Sugestão de livros infantis: - Coleção Valores e Virtudes - É importante falar de amor. Madalena Parisi Duarte. Editora BrasilLeitura.

- O Gato Lindinho. Cecília Rocha e Zaira Silveira. Editora FEB.

 

Leitura da Bíblia: Êxodo - Capítulo 20


20.12   Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá.


 

 Provérbios - Capítulo 9


9.26   O filho que rouba o pai e expulsa a mãe é causador de vergonha e desonra.


 

Marcos - Capítulo 10 (Lucas 18:20 ; Mateus 19:18-19)


10.19   Tu sabes os mandamentos: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não dirás falsos testemunhos; não defraudarás alguém; honra a teu pai e a tua mãe.


 

Tópicos a serem abordados:

- Segundo o dicionário, a palavra ''Honrar'' significa: reverenciar, tratar com respeito, reconhecer o seu valor.

- Entretanto, quando o Senhor nos ordena que honremos a nosso pai e a nossa mãe, implica em um dever a mais para com eles: a piedade filial .  A piedade filial é a mais significativa manifestação de amor que o espírito se deve impor e a esse sentimento devemos acrescentar outros deveres: a gratidão, o respeito ,  a obediência, socorrê-los nas necessidades, proporcionar-lhes repouso na velhice, cercá-los de carinho e cuidados como fizeram conosco quando éramos pequeninos.

- Quando tiverem bem velhinhos poderemos cantar para eles (se tivermos esse dom aflorado) e contar histórias que possam alegrá-los.

-  Entretanto, este conceito expresso em ''Honrar pai e mãe'' não se restringe somente ao afeto. Quando estiverem velhos, cansados, doentes,  os filhos têm como obrigação trabalhar para seus pais, do mesmo modo que os pais trabalharam para seus filhos quando eram crianças. Mas não devem dar aos seus pais pobres somente o necessário, devem também lhe oferecer , na medida do que puderem as pequenas alegrias do supérfluo , os cuidados amáveis, a atenção, como pagamento de uma dívida sagrada.

-  Esse dever se estende naturalmente às pessoas que fazem as vezes de pai e de mãe, pois também possuem todo o mérito.

- Pensemos na dívida de gratidão que devemos a nossos pais: de quantos perigos eles nos livraram; que esforços eles ainda fazem para que possamos progredir. Para chegarmos a ser o que somos, quantas noites mal dormidas, quantos dias de sacrifícios, quanto trabalho eles tiveram (1).

- Entretanto, existem alguns pais que não cumprem os seus deveres, ou seja, não são para os filhos o que deviam ser; mas é Deus que compete puni-los e não os seus filhos.  Os filhos não devem censurá-los, pois a lei da caridade manda que se pague o mal com o bem, que não se diga mal do próximo e perdoe os seus erros. Os filhos devem tomar como regra de conduta para com seus pais todos os ensinamentos trazidos por Jesus.   

- Assim considerando, os filhos devem aos pais, mesmo quando estes não conseguem cumprir o seu compromisso, gratidão e respeito pela oportunidade abençoada do renascimento no corpo físico, no lar de que necessitam para evoluir.

- A primeira escola dos filhos é o lar, portanto é preciso que mantenham a obediência e atenção, para que desenvolvam os valores elevados do sentimento e da razão.

- Ninguém se vincula por laços parentescos a uma família sem justas razões, o acaso não existe nas obras da Criação. Um Espírito pode escolher nascer na família daquele com quem brigou em vidas anteriores, com objetivo de se reconciliar com ele.

- Os filhos de agora serão os pais de amanhã, cabendo à reencarnação propiciar-lhes o futuro de acordo com as suas obras. Portanto, não devemos ser ingratos e abandonar os nossos pais.

 

Comentário (1): 52 Lições de Catequismo Espírita. 32a Lição. Eliseu Rigonatti.

 

Perguntas para fixação:

1. O que devemos fazer para honrarmos os nossos pais?

2. Qual é a dívida que devemos a nossos pais?

3. O que nossos pais fizeram e fazem por nós?

4. Qual é a obrigação material que devemos ter para com os nossos pais quando estiverem velhos?

5. Como demonstramos a nossos pais o amor que lhes consagramos?

6. Quais ensinamentos devem ser utilizados como regra de conduta para com os pais?

7. Estamos reunidos numa mesma família por acaso?

 

Subsídio para o Evangelizador:

            Segundo o dicionário Michaelis o verbo ''honrar'' significa: Exaltar-se, enobrecer-se, lisonjear-se, ufanar-se;  reverenciar, tratar com respeito, venerar. (https://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=honrar)

            O mandamento: "Honrai a vosso pai e a vossa mãe" é um corolário da lei geral de caridade e de amor ao próximo, visto que não pode amar o seu próximo aquele que não ama a seu pai e a sua mãe; mas, o termo honrai encerra um dever a mais para com eles: o da piedade filial. Quis Deus mostrar por essa forma que ao amor se devem juntar o respeito, as atenções, a submissão e a condescendência, o que envolve a obrigação de cumprir-se para com eles, de modo ainda mais rigoroso, tudo o que a caridade ordena relativamente ao próximo em geral. Esse dever se estende naturalmente às pessoas que fazem as vezes de pai e de mãe, as quais tanto maior mérito têm, quanto menos obrigatório é para elas o devotamento. Deus pune sempre com rigor toda violação desse mandamento.

            Honrar a seu pai e a sua mãe, não consiste apenas em respeitá-los; é também assisti-los na necessidade; é proporcionar-lhes repouso na velhice; é cercá-los de cuidados como eles fizeram conosco, na infância. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 14. Item 3 . Allan Kardec).

            O Espírito Scheilla recomenda: ''Nunca deixes um velho sem o teu sorriso ou um aperto de mãos. Vê o que podes fazer por ele, com alegria e afeto. Se já chegou a velhice dele, a tua se encontra a caminho, não te iludas. E poderás ser mais necessitado que ele.

            (...) Trata os velhos com benevolência. Canta para eles, se tiveres esse dom aflorado. Lê para eles, e conta histórias que possam alegrá-los. Mais tarde, escutarás, de outros lábios, a fala e a música, cujas sementes plantastes, nos corações dos que estavam partindo para a espiritualidade.'' (Chão de Rosas. Espírito Scheilla. João Nunes Maia).

            Nesse sentido, a piedade filial é das mais significativas manifestações de amor que o Espírito se deve impor, ampliando a área dos sentimentos e acrescentando outros deveres, quais os de gratidão, respeito e ternura impostergáveis.
            Quando se trata de pessoas não vinculadas através do sangue, mas que se tornaram pais adotivos ou os representam, esse é ainda muito maior, considerando-se que o afeto de que se fizeram objeto possui um caráter mais grandioso, porque destituído da obrigatoriedade que a injunção carnal impõe, quando ocorre a edificação da família. Esse formoso conceito expresso no amar pai e mãe, não se restringe somente ao afeto, à consideração enquanto se encontrem sob sua dependência econômica e civil, mas sobretudo, quando lhes advêm a velhice, o cansaço, a enfermidade e as necessidades que devem ser supridas mediante carinho e devotamento.
            O declínio das forças físicas e mentais através das enfermidade e do envelhecimento, que atinge todos quantos têm a existência prolongada, é a fase mais significativa para que os filhos mostrem o seu reconhecimento e amor pelos pais, porquanto, no quebrantar das energias, a amargura, a insegurança e a satisfação transformam-se em verdadeiros calvários para as criaturas humanas. Como o jovem de hoje inevitavelmente, não desencarnando antes, experimentará o processo de alteração celular, o bem que oferte aos genitores, além de dever, é também sementeira para o próprio amanhã. (Jesus e o Evangelho à Luz da psicologia profunda. Cap. 20 - Amor filial. Joanna de Ângelis. Divaldo P. Franco).
            A lei da Natureza impõe aos filhos a obrigação de trabalharem para seus pais?

            Certamente, do mesmo modo que os pais têm que trabalhar para seus filhos. Foi por isso que Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento natural. Foi para que, por essa afeição recíproca, os membros de uma família se sentissem impelidos a ajudarem-se mutuamente, o que, aliás, com muita freqüência se esquece na vossa sociedade atual. (O Livro dos Espíritos. Questão 681. Allan Kardec).

            Sobretudo para com os pais sem recursos é que se demonstra a verdadeira piedade filial. Obedecem a esse mandamento os que julgam fazer grande coisa porque dão a seus pais o estritamente necessário para não morrerem de fome, enquanto eles de nada se privam, atirando-os para os cômodos mais ínfimos da casa, apenas por não os deixarem na rua, reservando para si o que há de melhor, de mais confortável? Ainda bem quando não o fazem de má-vontade e não os obrigam a comprar caro o que lhes resta a viver, descarregando sobre eles o peso do governo da casa! Será então aos pais velhos e fracos que cabe servir a filhos jovens e fortes? Ter-lhes-á a mãe vendido o leite, quando os amamentava? Contou porventura suas vigílias, quando eles estavam doentes, os passos que deram para lhes obter o de que necessitavam? Não, os filhos não devem a seus pais pobres só o estritamente necessário, devem-lhes também, na medida do que puderem, os pequenos nadas supérfluos, as solicitudes, os cuidados amáveis, que são apenas o juro do que receberam, o pagamento de uma dívida sagrada. Unicamente essa é a piedade filial grata a Deus.

            Ai, pois, daquele que olvida o que deve aos que o ampararam em sua fraqueza, que com a vida material lhe deram a vida moral, que muitas vezes se impuseram duras privações para lhe garantir o bem-estar. Ai do ingrato: será punido com a ingratidão e o abandono; será ferido nas suas mais caras afeições, algumas vezes já na existência atual, mas com certeza noutra, em que sofrerá o que houver feito aos outros. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 14. Item 3.  Allan Kardec)

            A ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo. Revolta sempre os corações honestos. Mas, a dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais odioso. E, em particular, desse ponto de vista que a vamos considerar, para lhe analisar as causas e os efeitos. Também nesse caso, como em todos os outros, o Espiritismo projeta luz sobre um dos grandes problemas do coração humano.

            Quando deixa a Terra, o Espírito leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza e se aperfeiçoa no espaço, ou permanece estacionário, até que deseje receber a luz. Muitos, portanto, se vão cheios de ódios violentos e de insaciados desejos de vingança; a alguns dentre eles, porém, mais adiantados do que os outros, é dado entrevejam uma partícula da verdade; apreciam então as funestas conseqüências de suas paixões e são induzidos a tomar resoluções boas. Compreendem que, para chegarem a Deus, lima só é a senha: caridade. Ora, não há caridade sem esquecimento dos ultrajes e das injúrias; não há caridade sem perdão, nem com o coração tomado de ódio.

            Então, mediante inaudito esforço, conseguem tais Espíritos observar os a quem eles odiaram na Terra. Ao vê-los, porém, a animosidade se lhes desperta no íntimo; revoltam-se à idéia de perdoar, e, ainda mais, à de abdicarem de si mesmos, sobretudo à de amarem os que lhes destruíram, quiçá, os haveres, a honra, a família. Entretanto, abalado fica o coração desses infelizes. Eles hesitam, vacilam, agitados por sentimentos contrários. Se predomina a boa resolução, oram a Deus, imploram aos bons Espíritos que lhes dêem forças, no momento mais decisivo da prova.

            Por fim, após anos de meditações e preces, o Espírito se aproveita de um corpo em preparo na família daquele a quem detestou, e pede aos Espíritos incumbidos de transmitir as ordens superiores permissão para ir preencher na Terra os destinos daquele corpo que acaba de formar-se. Qual será o seu procedimento na família escolhida? Dependerá da sua maior ou menor persistência nas boas resoluções que tomou. O incessante contacto com seres a quem odiou constitui prova terrível, sob a qual não raro sucumbe, se não tem ainda bastante forte a vontade. Assim, conforme prevaleça ou não a resolução boa, ele será o amigo ou inimigo daqueles entre os quais foi chamado a Viver. E como se explicam esses ódios, essas repulsões instintivas que se notam da parte de certas crianças e que parecem injustificáveis. Nada, com efeito, naquela existência há podido provocar semelhante antipatia; para se lhe apreender a causa, necessário se torna volver o olhar ao passado.

            Ó espíritas! compreendei agora o grande papel da Humanidade; compreendei que, quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; inteirai-vos dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes. Os vossos cuidados e a educação que lhe dareis auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bem estar futuro. Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do filho confiado à vossa guarda? Se por culpa Vossa ele se conservou atrasado, tereis como castigo vê-lo entre os Espíritos sofredores, quando de vós dependia que fosse ditoso. Então, vós mesmos, assediados de remorsos, pedireis vos seja concedido reparar a vossa falta; solicitareis, para vós e para ele, outra encarnação em que o cerqueis de melhores cuidados e em que ele, cheio de reconhecimento, vos retribuirá com o seu amor.

            Não escorraceis, pois, a criancinha que repele sua mãe, nem a que vos paga com a ingratidão; não foi o acaso que a fez assim e que vo-la deu. Imperfeita intuição do passado se revela, do qual podeis deduzir que um ou outro já odiou muito, ou foi muito ofendido; que um ou outro veio para perdoar ou para expiar. Mães! abraçai o filho que vos dá desgostos e dizei convosco mesmas: Um de nós dois é culpado. Fazei-vos merecedoras dos gozos divinos que Deus conjugou à maternidade, ensinando aos vossos filhos que eles estão na Terra para se aperfeiçoar, amar e bendizer. Mas oh! muitas dentre vós, em vez de eliminar por meio da educação os maus princípios inatos de existências anteriores, entretêm e desenvolvem esses princípios, por uma culposa fraqueza, ou por descuido, e, mais tarde, o vosso coração, ulcerado pela ingratidão dos vossos filhos, será para vós, já nesta vida, um começo de expiação.

            A tarefa não é tão difícil quanto vos possa parecer. Não exige o saber do mundo. Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio, e o Espiritismo lhe facilita o desempenho, dando a conhecer a causa das imperfeições da alma humana. Desde pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz da sua existência anterior. A estudá-los devem os pais aplicar-se. Todos os males se originam do egoísmo e do orgulho. Espreitem, pois, os pais os menores indícios reveladores do gérmen de tais vícios e cuidem de combatê-los, sem esperar que lancem raízes profundas. Façam como o bom jardineiro, que corta os rebentos defeituosos à medida que os vê apontar na árvore. Se deixarem se desenvolvam o egoísmo e o orgulho, não se espantem de serem mais tarde pagos com a ingratidão. ( Santo Agostinho. Paris, 1862. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 14. Item 9. Allan Kardec)

            Quando os filhos são rebeldes e incorrigíveis, impermeáveis a todos os processos educativos, como devem proceder aos pais?

            Depois de movimentar todos os processos de amor e de energia no trabalho de orientação educativa dos filhos, é justo que os responsáveis pelo instituto familiar, sem descontinuidade da dedicação e do sacrifício, esperem a manifestação da Providência Divina para o esclarecimento dos filhos incorrigíveis, compreendendo que essa manifestação deve chegar através de dores e de provas acerbas, de modo a semear-lhes, com êxito, o campo da compreensão e do sentimento. ( O Consolador. Questão 190. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Como poderão os pais despertar no íntimo do filho rebelde as noções sagradas do dever e das obrigações para com Deus Todo-Poderoso, de quem somos filhos?

            Depois de esgotar todos os recursos a bem dos filhos e depois da prática sincera de todos os processos amorosos e enérgicos pela sua formação espiritual, sem êxito algum, é preciso que os pais estimem nesses filhos adultos, que não lhes apreenderam a palavra e a exemplificação, os irmãos indiferentes ou endurecidos de sua alma, comparsas do passado delituoso, que é necessário entregar a Deus, de modo que sejam naturalmente trabalhados pelos processos tristes e violentos da educação do mundo.

            A dor tem possibilidades desconhecidas para penetrar os espíritos, onde a linfa do amor não conseguiu brotar, não obstante o serviço inestimável do afeto paternal, humano. Eis a razão pela qual, em certas circunstâncias da vida, faz-se mister que os pais estejam revestidos de suprema resignação, reconhecendo no sofrimento que persegue os filhos a manifestação de uma bondade superior, cujo buril oculto, constituído por sofrimentos, remodela e aperfeiçoa com vistas ao futuro espiritual. (O Consolador. Questão 191. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Quando os filhos causam desgostos aos pais, não têm estes desculpa para o fato de lhes não dispensarem a ternura de que os fariam objeto, em caso contrário?

            Não, porque isso representa um encargo que lhes é confiado e a missão deles consiste em se esforçarem por encaminhar os filhos para o bem . Demais, esses desgostos são, amiúde, a conseqüência do mau feitio que os pais deixaram que seus filhos tomassem desde o berço. Colhem o que semearam. (O Livro dos Espíritos. Questão 892. Allan Kardec).

            São responsáveis os pais pelo transviamento de um filho que envereda pelo caminho do mal, apesar dos cuidados que lhe dispensaram?

            Não; porém, quanto piores forem as propensões do filho, tanto mais pesada é a tarefa e tanto maior o mérito dos pais, se conseguirem desviá-lo do mau caminho. (O Livro dos Espíritos. Questão 583. Allan Kardec).

            Quando os pais hão feito tudo o que devem pelo adiantamento moral de seus filhos, se não alcançam êxito, não têm de que se inculpar a si mesmos e podem conservar tranqüila a consciência. A amargura muito natural que então lhes advém da improdutividade de seus esforços, Deus reserva grande e imensa consolação, na certeza de que se trata apenas de um retardamento, que concedido lhes será concluir noutra existência a obra agora começada e que um dia o filho ingrato os recompensará com seu amor.

            Deus não dá prova superior às forças daquele que a pede; só permite as que podem ser cumpridas. Se tal não sucede, não é que falte possibilidade: falta a vontade. Com efeito, quantos há que, em vez de resistirem aos maus pendores, se comprazem neles. A esses ficam reservados o pranto e os gemidos em existências posteriores. Admirai, no entanto, a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento. Vem um dia em que ao culpado, cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os braços para receber o filho pródigo que se lhe lança aos pés. As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus. E um momento supremo, no qual, sobretudo, cumpre ao Espírito não falir murmurando, se não quiser perder o fruto de tais provas e ter de recomeçar. Em vez de vos queixardes, agradecei a Deus o ensejo que vos proporciona de vencerdes, a fim de vos deferir o prêmio da vitória. Então, saindo do turbilhão do mundo terrestre, quando entrardes no mundo dos Espíritos, sereis aí aclamados como o soldado que sai triunfante da refrega.  ( Santo Agostinho. Paris, 1862. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 14. Item 9. Allan Kardec)

            Alguns pais, é certo, descuram de seus deveres e não são para os filhos o que deviam ser; mas, a Deus é que compete puni-los e não a seus filhos. Não compete a estes censurá-los, porque talvez hajam merecido que aqueles fossem quais se mostram. Se a lei da caridade manda se pague o mal com o bem, se seja indulgente para as imperfeições de outrem, se não diga mal do próximo, se lhe esqueçam e perdoem os agravos, se ame até os inimigos, quão maiores não hão de ser essas obrigações, em se tratando de filhos para com os pais! Devem, pois, os filhos tomar corno regra de conduta para com seus pais todos os preceitos de Jesus concernentes ao próximo e ter presente que todo procedimento censurável, com relação aos estranhos, ainda mais censurável se torna relativamente aos pais; e que o que talvez não passe de simples falta, no primeiro caso, pode ser considerado um crime, no segundo, porque, aqui, à falta de caridade se junta a ingratidão. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 14. Item 3.  Allan Kardec)

            O mandamento maior preconizado por Jesus, recomenda o amor deve ser incessante e inevitável, coroando-se de perdão pelas ofensas recebidas. No grupo familial, esse amor deve mais expressivo, conduzindo o perdão a um tão elevado grau, que quaisquer ressentimentos de ocorrências infelizes se façam ultrapassados pela compreensão das dificuldades emocionais em que os genitores viviam, em razão da sua imaturidade moral, e mesmo de sutis causas que remanesciam de existências anteriores gerando antipatia e mal-estar, que não raro se fazem recíprocos. Na exteriorização desse sentimento de amor, a caridade é chamada a contribuir, por superar os impositivos afligentes, sustentando o ser moral e amparando-lhe as aspirações do bem, da beleza e da solidariedade, no sadio desejo de contribuir em favor da felicidade geral.  (Jesus e o Evangelho à Luz da psicologia profunda . Cap. 20 - Amor filial. Joanna de Ângelis. Divaldo P. Franco).

            A irresponsabilidade dos progenitores de forma alguma justifica a falência dos deveres morais por parte da prole. Ninguém se vincula a outrem através dos vigorosos liames do corpo somático, da família, sem justas, ponderosas razões. (Leis morais da vida. Cap. 17. Joanna de Ângelis. Divaldo P. Franco).

            Todo laço de parentesco possui razão de ser?

             Ninguém possui sem razão esse ou aquele laço de parentesco, de vez que o acaso não existe nas obras da Criação.

            O que foram, em vidas anteriores, os pais despóticos?

             Quase sempre, os pais despóticos de hoje são aqueles filhos do passado, em cuja mente inoculamos o egoísmo e a intolerância.

            E o filho rebelde?

            O filho rebelde e vicioso é o irmão que arrojamos, um dia, à intemperança e à delinqüência.

            E a filha desatinada?

            A filha detida nos desregramentos do coração é a jovem que, noutro tempo, induzimos ao desequilíbrio e à crueldade. (Leis de Amor. Cap. 2. Questões 8, 9, 10 e 17. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Estando em a Natureza o amor materno, como é que há mães que odeiam os filhos e, não raro, desde a infância destes?

            Às vezes, é uma prova que o Espírito do filho escolheu, ou uma expiação, se aconteceu ter sido mau pai, ou mãe perversa, ou mau filho, noutra existência . Em todos os casos, a mãe má não pode deixar de ser animada por um mau Espírito que procura criar embaraços ao filho, a fim de que sucumba na prova que buscou. Mas, essa violação das leis da Natureza não ficará impune e o Espírito do filho será recompensado pelos obstáculos de que haja triunfado. (O Livro dos Espíritos. Questão 891. Allan Kardec).

            Amantes que se corromperam, e se abandonaram, renascem na condição de pais e filhos, a fim de alterarem o comportamento afetivo e sublimarem as aspirações; inimigos que se atiraram em duelos políticos, religiosos, afetivos, esgrimindo armas e ferindose, matandose, retornam quase sempre na mesma consanguinidade, a fim de superarem as antipatias que remanescem; traidores de ontem agora se refugiam ao lado das vítimas para conseguirem o seu perdão, vestindo a indumentária do parentesco próximo, porque ninguém foge dos seus atos. Onde vai o ser, defrontase com a sua realidade, que se pode apresentar alterada, porém, no âmago, é ele próprio.

            A família, desse modo, é o laboratório moral para as experiências da evolução, que caldeia os sentimentos e trabalha as emoções, proporcionando oportunidade de equilíbrio, desde que o amor seja aceito como o grande equacionador dos desafios e das dificuldades.

            Invariavelmente, por falta de estrutura espiritual e desconhecimento da Lei das reencarnações, as pessoas que se reencontram na família, quase sempre, dão vazão aos seus sentimentos e, ao invés de retificar os negativos, mais os fixam nos painéis do inconsciente, gerando novas aversões que complicam o quadro do relacionamento fraternal. (Adolescência e vida. Cap. 4. Espírito Joanna de Ângelis. Divaldo P. Franco).

            Muitas vezes os arroubos juvenis, os anseios de gozos, levam os jovens ao esquecimento dos pais, incidindo em grave erro, de que se arrependerão no momento próprio, especialmente quando se tornarem também genitores, dando surgimento a transtornos psicológicos perturbadores sob o açodar da consciência de culpa. (Jesus e o Evangelho à Luz da psicologia profunda. Cap. 20 - Amor filial. Joanna de Ângelis. Divaldo P. Franco).

            Os filhos estão marcados por divinos deveres, junto daqueles aos quais foram confiados pelo Supremo Senhor, na senda humana. É indispensável prestar obediência aos progenitores, dentro do espírito do Cristo, porque semelhante atitude é justa.

            Se muitas vezes os pais se furtam à claridade do progresso espiritual, escolhendo o estacionamento em zonas inferiores, nem mesmo nas circunstâncias dessa ordem seria razoável relegá-los ao próprio infortúnio. Claro está que os filhos não devem descer ao sorvedouro da insensatez ou do crime por atender-lhes aos venenosos caprichos, mas encontrarão sempre o recurso adequado para retribuírem aos benfeitores os inestimáveis dons que lhes devem. (Vinha de Luz. Item 136. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

             Assim considerando, os filhos devem aos pais, mesmo quando estes não conseguem desincumbir-se de maneira feliz do compromisso abraçado, gratidão e respeito pela oportunidade abençoada do renascimento no corpo físico, no lar de que necessitam para evoluir.

            Trabalhando o próprio caráter e aprimorando-o, cumpre-lhes manter obediência e atenção, de modo a desenvolver os valores elevados do sentimento e da razão.

            (...)Ser filho é uma oportunidade de aprendizagem para tornar-se genitor.

            Não sabendo conduzir-se na condição de submissão e obediência, dificilmente saberá orientar e fazer-se compreender.

            Enquanto os pais têm graves responsabilidades para com a prole, que não podem ser desconsideradas, aos filhos cumpre exercitar os deveres do afeto e do trabalho para o próprio desenvolvimento, assim como a preparação para o futuro, quando deverão proteger os pais idosos ou enfermos, quer deles nec    essitem ou não.

            Os filhos de agora serão os genitores de amanhã, cabendo à reencarnação propiciar-lhes o futuro de acordo com a sementeira do presente.

            Graças, portanto, ao mecanismo sábio das reencarnações, alteram-se as paisagens afetivas nos relacionamentos no lar, desenvolvendo a real fraternidade que deverá viger em todos os segmentos da sociedade.

            Amar, desse modo, respeitando os pais, mesmo quando aparentemente não o mereçam, é impositivo da lei divina no processo da evolução do espírito, que os filhos não podem desconsiderar, porquanto a oportunidade do renascimento constitui verdadeira bênção da vida em favor da felicidade.

            Devem os filhos ter em mente, quando descendentes de genitores negligentes ou inescrupulosos, perversos ou cruéis, que eles são mais enfermos do que maus, compreendendo que, nesse lar, é que se encontraram os mecanismos necessários à regularização do passado infeliz, agradecendo, assim mesmo, àqueles que lhes concederem a roupagem orgânica, quando poderiam tê-la negado e não o fizeram. (Constelação familiar. Cap. 4 - Os Filhos. Joanna de Ângelis. Divaldo P. Franco).

            Os pais lembram alunos, em condições mais avançadas de tempo, no currículo de lições, ao passo que os filhos recordam aprendizes iniciantes, quando surgem na arena de serviço terrestre, com acesso na escola, sob o patrocínio dos companheiros que os antecederam, por ordem de matrícula e aceitação. E que os filhos jamais acusem os pais pelo curso complexo ou difícil em que se vejam no colégio da existência humana, porquanto, na maioria das ocasiões, foram eles mesmos, os filhos, que, na condição de

Espíritos desencarnados, insistiram com os pais, através de afetuoso constrangimento ou suave processo obsessivo, para que os trouxessem, de novo, à oficina de valores físicos, de cujos instrumentos se mostravam carecedores, a fim de seguirem rumo correto, no encalço da própria emancipação. (Vida e Sexo. Cap. 18. Pais e filhos. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)

            Identifiquemos no lar a escola viva da alma. O Espírito, quando retorna ao Plano Físico, vê nos pais as primeiras imagens de Deus e da Vida. (Vida e Sexo. Cap. 4. Ambiente Doméstico. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)

            Deus disse: "Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará." Por que promete ele como recompensa a vida na Terra e não a vida celeste? A explicação se encontra nestas palavras: “que Deus vos dará” , as quais, suprimidas na moderna fórmula do Decálogo, lhe alteram o sentido. Para compreendermos aqueles dizeres, temos de nos reportar à situação e às idéias dos hebreus naquela época. Eles ainda nada sabiam da vida futura, não lhes indo a visão além da vida corpórea. Tinham, pois, de ser impressionados mais pelo que viam, do que pelo que não viam. Fala-lhes Deus então numa linguagem que lhes estava mais ao alcance e, como se dirigisse a crianças, põe-lhes em perspectiva o que os pode satisfazer. Achavam-se eles ainda no deserto; a terra que Deus lhes dará e a Terra da Promissão, objetivo das suas aspirações. Nada mais desejavam do que isso; Deus lhes diz que viverão nela longo tempo, isto é, que a possuirão por longo tempo, se observarem seus mandamentos.

            Mas, ao verificar-se o advento de Jesus, já eles tinham mais desenvolvidas suas idéias. Chegada a ocasião de receberem alimentação menos grosseira, o mesmo Jesus os inicia na vida espiritual, dizendo: "Meu reino não é deste mundo; lá, e não na Terra, é que recebereis a recompensa das vossas boas obras." A estas palavras, a Terra Prometida deixa de ser material, transformando-se numa pátria celeste. Por isso, quando os chama à observância daquele mandamento: "Honrai a vosso pai e a vossa mãe", já não é a Terra que lhes promete e sim o céu. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 14. Item 4.  Allan Kardec)

 

Bibliografia:

- O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 14. Itens 3 , 4 e 9 . Allan Kardec.

- O Livro dos Espíritos. Questão 583, 681, 891, 892. Allan Kardec.

- O Consolador. Questões 190 e 191. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

- Vinha de Luz. Item 136. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

- Vida e Sexo. Capítulos 4 e  18. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

- Leis de Amor. Cap. 2. Questões 8, 9, 10 e 17. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

- Jesus e o Evangelho à Luz da psicologia profunda. Cap. 20 - Amor filial. Joanna de Ângelis. Divaldo P. Franco.

- Leis morais da vida. Cap. 17. Joanna de Ângelis. Divaldo P. Franco.

- Adolescência e vida. Cap. 4. Espírito Joanna de Ângelis. Divaldo P. Franco.

- Chão de Rosas. Espírito Scheilla. João Nunes Maia.

- Site: https://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=honrar.

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