Utilize o conteúdo da aula, designado por "Subsídio para o Evangelizador", para desenvolver palestras espíritas para jovens e adultos.

Aula 31 - O passe e a água fluidificada *

Ciclo 2 - História: Chico Xavier e amor aos animais - Atividade: PH - Jesus - A cura de um cego ou/e  11. Imposição das mãos .

Ciclo 3 - História: A epidemia - Atividade:  ESE - Cap. 19 - 5 - A fé divina e a fé humana ou/e Desenho livre: desenhar um médium passista doando energia para alguém.

Mocidade - História: O que acha o irmão?  -  Atividade:  14 - Palavras cruzadas:   PH - Allan Kardec - 10 - O passe.

 

Dinâmicas: Transmissão de energiaO passe.

Mensagens Espíritas: PasseÁgua fluidificada.

Sugestão de vídeo:  Música Espírita: Benção do passe (Dica: pesquise no Youtube).

Sugestão de livro infantil: Andrezinho - Espiritismo em quadrinhos. Paulo José. 2a Edição - Janeiro/ 2005. Editora Mundo maior. (Obs.: Ler a história ''A Providência'').  

 

Leitura da Bíblia: Mateus - Capítulo 19 (Vide: Marcos - 10:14-16)


19.13   Trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse; mas os discípulos os repreendiam.


19.14   Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus.


19.15   E, tendo-lhes imposto as mãos, retirou-se dali.


 

Lucas - Capítulo 13


13.10   Ora, ensinava Jesus no sábado numa das sinagogas.


13.11   E veio ali uma mulher possessa de um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; andava ela encurvada, sem de modo algum poder endireitar-se.


13.12   Vendo-a Jesus, chamou-a e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade;


13.13   e, impondo-lhe as mãos, ela imediatamente se endireitou e dava glória a Deus.


 

Marcos - Capítulo 8


8.22   Então, chegaram a Betsaida; e lhe trouxeram um cego, rogando-lhe que o tocasse.


8.23   Jesus, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia e, aplicando-lhe saliva aos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: Vês alguma coisa?


8.24   Este, recobrando a vista, respondeu: Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando.


8.25   Então, novamente lhe pôs as mãos nos olhos, e ele, passando a ver claramente, ficou restabelecido; e tudo distinguia de modo perfeito.


 

Atos dos Apóstolos - Capítulo  28


28.7   Perto daquele lugar, havia um sítio pertencente ao homem principal da ilha, chamado Públio, o qual nos recebeu e hospedou benignamente por três dias.


28.8   Aconteceu achar-se enfermo de disenteria, ardendo em febre, o pai de Públio. Paulo foi visitá-lo, e, orando, impôs-lhe as mãos, e o curou.


28.9   À vista deste acontecimento, os demais enfermos da ilha vieram e foram curados,


28.10   os quais nos distinguiram com muitas honrarias; e, tendo nós de prosseguir viagem, nos puseram a bordo tudo o que era necessário.


 

1Timóteo - Capítulo 2


2.8   Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda.


 

Mateus - Capítulo 10


10.42   E quem der a beber, ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.


 

Tópicos a serem abordados:

- O passe não é uma prática inventada pelo Espiritismo, no Evangelho encontra-se a aplicação do passe feita por Jesus e pelos seus discípulos.

- O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos usada e ensinada por Jesus. O mestre colocava as suas mãos sobre as crianças e orava, curou uma mulher encurvada, que sofria de enfraquecimento da coluna vertebral  (a cura se operou por efeito da aplicação de fluidos apropriados a restituir o órgão enfraquecido (1)) , assim como também curou um cego e outros doentes. Ele é o maior médico que conhecemos.  

- Assim como a transfusão de sangue representa uma renovação das forças físicas, o passe é uma transfusão de fluidos que pode curar e aliviar os males físicos e espirituais. Não possui qualquer tipo de contra indicação, todas pessoas podem tomá-lo. O passe pode ser considerado um remédio, mas ele não se compra na farmácia ou se pega no posto de saúde, ele é dado de graça por pessoas de boa vontade.

-Todos os seres vivos estão revestidos por uma energia, chamada de fluído vital. A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres. Este fluido se  pode ser transmitido de um indivíduo a outro, através do passe. Aquele que o tiver em maior quantidade pode dá-lo a um que o tenha de menos.

- Existem três tipos de passe:

1. O magnetismo humano, o passista doa parte do seu fluido vital,  sem necessariamente usar a prece como recurso.

2. O magnetismo espiritual, são fluidos espirituais doados diretamente pelos os Espíritos sobre uma pessoa (Espírito encarnado), através da prece.

3. O magnetismo misto (ou humano-espiritual) é a combinação do fluido vital do passista com o fluido espiritual dos Espíritos, no qual utiliza-se o recurso da prece, para pedir auxílio dos Bons Espíritos.

- A oração, representa elemento indispensável para que o passista estabeleça sintonia com os Espíritos do Bem, favorecendo, assim, o recebimento das energias do alto.

- Além da oração, o passista deve cultivar as seguintes qualidades: ter boa vontade e fé; humildade e mente pura; elevação de sentimentos e amor. 

- Enquanto estamos recebendo o passe, é aconselhável manter-se em oração e silêncio,  a fim de que  possamos assimilar as energias recebidas do passista.Existem pessoas  que oferecem extraordinária receptividade aos fluidos; são aquelas que possuem fé sincera, a sua mente e o seu coração funcionam à maneira de poderoso Imã, atraindo as forças curativas. Já com o descrente (que não acredita), que trata com desprezo (que zomba) e o duro de coração, acontece o oposto, ele afasta (repele) esses fluidos benéficos. 

- Além do passe, a água fluidificada também pode ser utilizada como medicamento, pois ela absorve facilmente as energias  direcionadas pelo pensamento em prece.  Se desejas a ajuda dos bons Espíritos, na solução de  alguns problemas de saúde , coloque um recipiente de água filtrada à frente de tuas orações, espera e confia. Os amigos espirituais  colocarão remédios na água, que ajudarão a curar ou aliviar o sofrimento.

 

Comentário (1): Elucidações evangélicas. Cap. 23. Mulher doente, curvada. Antônio Luiz Sayão.

 

Perguntas para fixação:

1. O passe é uma técnica inventada pelo Espiritismo?

2. Quem utilizava a prática da imposição das mãos, descrita no Evangelho?

3. O que é o passe?

4. Para que serve o passe?

5. Todo mundo pode receber o passe?

6. Como deve estar o nosso pensamento para receber o passe?

7. Quais são as qualidades que o médium passista precisa ter para dar o passe?

8. O passe pode ser transmitido de três maneiras. Quais são elas?

9.  Além do passe, qual é o outro elemento que pode ser utilizado como medicamento após ser fluidificado?   

 

 

Subsídio para o Evangelizador

         O socorro, através de passes, aos que sofrem do corpo e da alma, é instituição de alcance fraternal que remonta aos mais recuados tempos.

            O Novo Testamento, para referir-nos apenas ao movimento evangélico, é valioso repositório de fatos nos quais Jesus e os apóstolos aparecem dispensando, pela imposição das mãos ou pelo influxo da palavra, recursos magnéticos curadores. (Estudando a mediunidade. Cap. 26. Martins Peralva).

           O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos usada e ensinada por Jesus como se vê nos Evangelhos.    Desde as origens da vida humana na terra encontramos os ritos de aplicação dos passes, não raro acompanhados de rituais, como sopro, a fricção das mãos, a aplicação de saliva e até mesmo (resíduo do rito do barro), a mistura de saliva e terra para aplicação nos doentes. No próprio Evangelho vemos a descrição da cura de um cego por Jesus usando essa mistura. Mas Jesus agiu sempre, em seus atos e em suas práticas, de maneira que essas descrições, feitas entre quarenta e oitenta anos após a sua morte, podem ser apenas influência de costumes religiosos da época. Todo o seu ensino visava afastar os homens das superstições vigentes no tempo. Essas incoerências históricas, como advertiu Kardec, não podem provir dele, mas dos evangelistas; caso contrário, Jesus teria procedido de maneira incoerente no tocante aos seus ensinos e seus exemplos, o que seria absurdo.  (Obsessão, Passe e Doutrinação. Cap. 2. J. Herculano Pires).

            Todos os seres vivos, por isso, dos mais rudimentares aos mais complexos se revestem de um “halo energético” que lhes corresponde à natureza.

          No homem, contudo, semelhante projeção surge profun­damente enriquecida e modificada pelos fatores do pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do campo celular, lhe modelam, em derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo de algumas escolas espiritualistas, duplica­ta mais ou menos radiante da criatura.( Evolução em dois mundos. Cap. 17. Espírito André Luiz. Psicografado por Waldo Vieira e Chico Xavier).

            Os órgãos se impregnam, por assim dizer, desse fluido vital e esse fluido dá a todas as partes do organismo uma atividade que as põe em comunicação entre si, nos casos de certas lesões, e normaliza as funções momentaneamente perturbadas.  

            A quantidade de fluido vital não é absoluta em todos os seres orgânicos. Varia segundo as espécies e não é constante, quer em cada indivíduo, quer nos indivíduos de uma espécie. Alguns há, que se acham, por assim dizer saturados desse fluido, enquanto os outros o possuem em quantidade apenas suficiente.

            O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tiver em maior porção pode dá-lo a um que o tenha de menos e em certos casos prolongar a vida prestes a extinguir-se (O Livro dos Espíritos. Questão 70. Allan Kardec).

            Nos processos de cura, como deveremos compreender o passe?

            Assim como a transfusão de sangue representa uma renovação das forças físicas, o passe é uma transfusão de energias psíquicas,com a diferença de que os recursos orgânicos são retirados de um reservatório limitado, e os elementos psíquicos o são do reservatório ilimitado das forças espirituais. (O Consolador. Questão 98. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Podemos dizer que o tratamento mediante passes pode ser feito diretamente, com o enfermo presente aos trabalhos, ou através de irradiações magnéticas, com o enfermo a distância.

            No passe direto, depois de orar silenciosamente, o médium é inteiramente envolvido pelos fluidos curadores hauridos no Plano Superior e que se canalizam para o organismo do doente; no passe a distância, que é uma modalidade de irradiação, o médium, sintonizando-se com o necessitado, a distância, para ele canaliza igualmente fluidos salutares e benéficos. (Estudando a mediunidade. Cap. 27. Martins Peralva).

           Allan Kardec explica que, " A cura se opera mediante a substituição de uma molécula  malsã  por uma molécula sã. O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada; mas, depende também da energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou Espírito. Os fluidos que emanam de uma fonte impura são quais substâncias medicamentosas alteradas." (A Gênese. Cap. 14. Item 31. Allan Kardec)

         (...) O médium tem uma ação mais poderosa sobre certos indivíduos do que sobre outros, e não cura todas as doenças. Compreende-se que assim deva ser, quando se conhece o papel capital que representam as afinidades fluídicas em todos os fenômenos da mediunidade. Algumas pessoas só gozam dela acidentalmente e para um determinado caso. Seria, pois, um erro crer que, pelo fato de termos obtido uma cura, mesmo difícil, podem ser obtidas  todas , pela razão que o fluido próprio de certos doentes é refratário ao fluido do médium. A cura é tanto mais fácil quanto mais naturalmente se opera a assimilação dos fluidos. Assim, é surpreendente que algumas pessoas frágeis e delicadas exerçam uma ação poderosa sobre indivíduos fortes e robustos. É que nesse caso, essas pessoas são bons condutores do fluido espiritual, ao passo que homens vigorosos podem ser maus condutores. Eles têm somente seu fluido pessoal, fluido humano que jamais tem a pureza e o poder reparador do fluido depurado dos bons Espíritos. (Revista Espírita. Abril de 1865. Poder curativo do magnetismo espiritual. Allan Kardec)

        (...) Esse fluido, embora etéreo, não deixa de ser matéria; que pela corrente que lhe imprime, o Espírito pode com ele impregnar e saturar todas as  moléculas da parte doente; que ele pode modificar suas propriedades, como o magnetizador modifica as da água, dando-lhe uma virtude curativa adequada às necessidades. (Revista Espírita. Setembro de 1865.  Cura de uma fratura - Pela magnetização espiritual.  Allan Kardec)

           Na Revista Espírita, Allan  Kardec  relata um caso de uma cura difícil feita apenas com a simples imposição das mãos sobre a cabeça do doente, da seguinte forma: "Conhecemos em Paris uma pessoa há oito meses atingida de exostoses na anca e no joelho, que lhe causam grandes sofrimentos e a prendem ao leito. Um de seus jovens amigos, dotado dessa preciosa faculdade, lhe deu cuidados pela simples  imposição   das   mãos , durante alguns minutos, sobre a cabeça, e pela prece, que o doente acompanhava com fervor edificante. Este último experimentava, no momento, uma crise muito dolorosa, análoga à sentida pela Sra. G..., logo seguida de uma calma perfeita. Então sentia a impressão enérgica de várias   mãos , que massageavam e estiravam a perna, que se via alongar-se de 10 a 12 centímetros. Nele já há uma melhora muito sensível, porque começa a andar, mas a antiguidade e a gravidade do mal necessariamente tornam a cura mais difícil e mais demorada que uma simples entorse." (Revista Espírita. Abril de 1865. Poder curativo do magnetismo espiritual. Allan Kardec)

            São extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre os doentes, de acordo com as circunstâncias. Algumas vezes é lenta e reclama tratamento prolongado, como no magnetismo ordinário; doutras vezes é rápida, como uma corrente elétrica. Há pessoas dotadas de tal poder, que operam curas instantâneas nalguns doentes, por meio apenas da imposição das mãos, ou, até, exclusivamente por ato da vontade. Entre os dois pólos extremos dessa faculdade, há infinitos matizes. Todas as curas desse gênero são variedades do magnetismo e só diferem pela intensidade e pela rapidez da ação. O princípio é sempre o mesmo: o fluido, a desempenhar o papel de agente terapêutico e cujo efeito se acha subordinado à sua qualidade e a circunstâncias especiais.

            A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras:

            1º pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e, sobretudo, à qualidade do fluido;

            2º pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito;

            3º pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto, semiespiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece. Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde espontâneo, porém, as mais das vezes, provocado por um apelo do magnetizador. (A Gênese. Cap. 14. Itens 32 e 33. Allan Kardec). 

            Convém lembrarmos que, em qualquer dessas modalidades, o passe procede sempre de Deus.

            Esta certeza deve contribuir para que o médium seja uma criatura humilde, cultivando sempre a idéia de que é um simples intermediário do Supremo Poder, não lhe sendo lícito, portanto, atribuir a si mesmo qualquer mérito no trabalho.

            Qualquer expressão de vaidade, além de constituir insensatez, significará começo de queda.

            Além da humildade, deve o passista cultivar as seguintes qualidades:

a) — Boa vontade e fé;

b) — Prece e mente pura;

c) — Elevação de sentimentos e amor.

            «Àquele que mais tem, mais lhe será dado», afirmou Jesus.

            Nas palavras do Senhor encontramos valioso estímulo a todos os continuadores de sua obra, inclusive aos que viriam depois, à conquista dos bens divinos, a se expressarem pela multiplicação dos recursos de ajudar e servir em seu nome.

            As qualidades ora enumeradas constituem fatores positivos para o médium passista.

            A prece, especialmente, representa elemento indispensável para que a alma do passista estabeleça comunhão direta com as forças do Bem, favorecendo, assim, a canalização, através da mente, dos recursos magnéticos das esferas elevadas.

            «A oração é prodigioso banho de forças, tal a vigorosa corrente mental que atrai.»

            Por ela, consegue o passista duas coisas importantes e que asseguram o êxito de sua tarefa:

a) — “Expulsar do próprio mundo interior os sombrios pensamentos remanescentes da atividade comum, durante o dia de lutas materiais;

b) — Sorver do plano espiritual as substâncias renovadoras» de que se repleta, a fim de conseguir operar com eficiência, a favor do próximo». (Estudando a mediunidade. Cap. 26. Martins Peralva).

            Segundo Allan Kardec, ''a faculdade de curar pela imposição das mãos deriva evidentemente de uma força excepcional de expansão, mas diversas causas concorrem para aumentá-la, entre as quais são de colocar-se, na primeira linha: a pureza dos sentimentos, o desinteresse, a benevolência, o desejo ardente de proporcionar alívio, a prece fervorosa e a confiança em Deus; numa palavra: todas as qualidades morais. A força magnética é puramente orgânica; pode, como a força muscular, ser partilha de toda gente, mesmo do homem perverso; mas, só o homem de bem se serve dela exclusivamente para o bem, sem idéias ocultas de interesse pessoal, nem de satisfação de orgulho ou de vaidade. Mais depurado, o seu fluido possui propriedades benfazejas e reparadoras, que não pode ter o do homem vicioso ou interesseiro.

            (...) A ação fluídica, ao demais, é poderosamente secundada pela confiança do doente, e Deus quase sempre lhe recompensa a fé, concedendo-lhe o bom êxito.'' (Obras póstumas. Cap.6 - Dos Médiuns.  Item 52 e 53. Allan Kardec )

         O Espírito André Luiz no livro ''Os mensageiros'' relata o efeito da oração de Ismália sob a transfusão de fluídos:

            ''Suave calor, todavia, apossava-se-me da alma. E tão intensa era essa nova sensação de conforto, que interrompi a concentração em mim mesmo, a fim de olhar em torno. Fixando instintivamente o alto, enxerguei, maravilhado, grande quantidade de flocos esbranquiçados, de tamanhos variadíssimos, a caírem copiosamente sobre nós que orávamos, exceto sobre os que dormiam. Tive a impressão de que eram derramados do céu sobre nossa fronte, caindo com a mesma abundância sobre todos, desde Ismália ao último dos servidores. Não cabia em mim de admiração, quando novo fenômeno me surpreendeu. Os flocos leves desapareciam ao tocar-nos, começando, porém, a sair de nossa fronte e do peito grandes bolhas luminosas, com a coloração da claridade de que estávamos revestidos, elevando-se no ar e atingindo as múmias numerosas. Ainda aí, reparava o problema da gradação espiritual. As luzes emitidas por Ismália eram mais brilhantes, intensas e rápidas, alcançando muitos enfermos de uma só vez. Em seguida, vinham as fornecidas pelas senhoras do seu círculo pessoal. Depois, tínhamos as de Aniceto, de Alfredo e dos demais. Os servos de corpo obscuro emitiam vibrações fracas, mas visivelmente luminosas. Cada qual, naquele instante de contacto com o plano superior, revelava o valor próprio na cooperação que podia prestar.

            Observando-me o assombro, Aniceto falou-me aos ouvidos:

            – Na prece encontramos a produção avançada de elementos força. Eles chegam da Providência em quantidade igual para todos os que se dêem ao trabalho divino da intercessão, mas cada Espírito tem uma capacidade diferente para receber.

            Essa capacidade é a conquista individual para o mais alto. E como Deus socorre o homem pelo homem e atende a alma pela alma, cada, um de nós somente poderá auxiliar os semelhantes e colaborar com o Senhor, com as qualidades de elevação já conquistadas na vida. (Os Mensageiros. Cap. 24. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier)

            A nossa mente é um canal.

            Mente purificada é canal desobstruido. Mencionados os fatores positivos, é mister enumeremos, agora, os negativos.

            Relacionemos, assim, aqueles que reduzem as possibilidades do seareiro invigilante.

            Especifiquemos as qualidades que lhe não permitem dar quanto e como devia.

            Ei-las, em síntese:

            a) — Mágoas excessivas e paixões;

            b) — Alimentos inadequados e alcoólicos;

            o) — Desequilíbrio nervoso e inquietude.

            Sendo o passista, naturalmente, um medianeiro da Espiritualidade Superior, deve cuidar da sua saúde física e mental.

            Alimentação excessiva favorece a vampirização da criatura por entidades infelizes, o mesmo ocorrendo com os alcoólicos em demasia.

            O equilíbrio do sistema nervoso e a ausência de paixões obsidentes propiciam um estado receptivo favorável à transmissão do passe.

            Não podemos esquecer que o passe é “transfusão de energias psicofísicas”. (Estudando a mediunidade. Cap. 26. Martins Peralva).

            Segundo Divaldo Franco, "O passe deve ser sempre dado em estado de lucidez e absoluta tranqüilidade, no qual o passista se encontre com saúde e com perfeito tirocínio, a fim de que possa atuar na condição de agente, não como paciente. Então, acreditamos que os passes praticados sob a ação de uma incorporação propiciam resultados menos valiosos, porque, enquanto o médium está em transe, ele sofre um desgaste. Aplicando passe, ele sofre outro desgaste, então experimenta uma despesa dupla.

            Os espíritos, para ajudarem, principalmente no socorro pelo passe, não necessitam, compulsoriamente, de retirar o fluido do médium, nele incorporando. Podem manipular, extrair energia, sem o desgastar, não sendo, pois, necessário o transe." (Diretrizes de segurança. Questão  69. Divaldo P. Franco)

            Por que se costuma diminuir a claridade dos ambientes, onde se processam serviços de aplicação de passes?

            A princípio, não há nenhuma necessidade essencial, da diminuição da luminosidade, para a aplicação dos recursos dos passes. Poderemos operá-los tanto à noite, quanto com o dia claro.

            A providência de diminuir-se a claridade tem por objetivo evitar a dispersão da atenção das pessoas, além de facilitar a concentração, ao mesmo tempo em que temos que levar em conta que certos elementos constitutivos dos ectoplasmas, que costumam ser liberados pelos médiuns em quantidades as mais diversas, sofrem um processo de desagregação com a incidência da luz branca. (Diretrizes de segurança. Questão  72. J. Raul Teixeira )

            Para a aplicação do passe, o médium deve resfolegar, gemer, estalar os dedos, soprar ruidosamente, dar conselhos?

            Todo e qualquer passe, como toda técnica espírita, se caracteriza pela elevação, pelo equilíbrio. Se uma pessoa cortês se esforça para ser gentil, na vida normal, porque, na hora das questões transcendentais, deverá permitir- se desequilíbrios? Se é um labor de paz, não há razão para que ocorram desarmonias ou se dêem conselhos mediúnicos.

            Se se trata, porém, de aconselhamento, não se justificará que haja o passe. É necessário situar as coisas nos seus devidos lugares. A hora do passe é especial. Se se pretende adentrar em conselhos e orientações, tome- se de um bom livro e leia-se, porque não pode haver melhores diretrizes do que as que estão exaradas em O Evangelho Segundo o Espiritismo e nas obras subsidiárias da Doutrina Espírita. (Diretrizes de segurança. Questão  73. Divaldo P. Franco  )

            Há necessidade do médium tocar ou encostar as mãos na pessoa que recebe o passe?

            Desde que se trata de permuta de energias, deve-se mesmo, por medida de cautela e de zelo ao próprio bom nome, e ao do Espiritismo, evitar tudo aquilo que possa comprometer, como toques físicos, abraços, etc. (Diretrizes de segurança. Questão  75. Divaldo P. Franco  )

            Na aplicação dos passes, há necessidade de que os médiuns passistas retirem de seus braços, de suas mãos os adornos, como pulseiras, relógios, anéis? Isso tem alguma implicação magnética ou é apenas para evitar ruídos e dar-lhes maior liberdade de ação?

             Em nossa forma de ver, a eliminação dos adornos não tem uma implicação direta no efeito positivo ou negativo do passe. Devem ser retirados porque é mais cômodo e o seu chocalhar produz dispersão, comprometendo a concentração nos benefícios do momento. (Diretrizes de segurança. Questão  78. Divaldo P. Franco  )

            Muitos que aplicam passes, logo após, sentam-se para recebê-los de outros afim de se reabastecerem. Que pensar de tal prática?

            Tal prática apenas indica o Pouco entendimento que tem as pessoas com relação ao que fazem.

            Quando aplicamos passes, antes de atirarmos as energias sobre o paciente, nos movimentos ritmados das mãos, ficamos envolvidos por essas energias, por essas vibrações que nos chegam dos Amigos Espirituais envolvidos nessa atividade, o que indica que, antes de atendermos aos outros, Somos nós, a princípio, beneficiados e auxiliados para que Possamos auxiliar, por nossa vez.

            Tal prática incorre numa situação no mínimo estranha: o fato de que aquele que aplicar o passe por último estaria desfalcado, sem Condições de ser atendido por outra pessoa. (Diretrizes de segurança. Questão  80. J. Raul Teixeira  )

            Quando é admissível fazerem-se passes fora do Centro Espírita, isto é, fazerem-se passes a domicílio? Quais as conseqüências dessa prática para o médium?

            Somente se devem aplicar passes a domicílio, quando o paciente, de maneira nenhuma, pode ir ao local reservado para o mister, que são o hospital espírita, ou a escola espírita, ou o próprio Centro Espírita.

            As conseqüências de um médium andar daqui para ali aplicando passes são muito graves, porque ele não pode pretender estar armado de defesas para se acautelar das influências que o aguardam em lugares onde a palavra superior não é ventilada, onde as regras de moral não são preservadas, e onde o bom comportamento não é mantido. Devemos, sim, atender a uma solicitação, vez que outra. Mas, se um paciente tem um problema orgânico muito grave, chama o médico e este faz o exame local, encaminhando-o ao hospital para os exames complementares, tais como as radiografias, os eletrocardiogramas, eletroencefalogramas, e outros, o paciente vai, e por quê? Porque acredita no médico. Se, porém, não vai ao Centro Espírita é porque não acredita, por desprezo ou preconceito. Crê mais na falsa pudicícia do que na necessidade legítima. (Diretrizes de segurança. Questão  81. Divaldo P. Franco)

            Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não manipulando-os como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade.

            (...) Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. Pode-se pois dizer, sem receio de errar, que há, nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros.       

            (...) Sendo esses fluidos o veículo do pensamento e podendo este modificar-lhes as propriedades, é evidente que eles devem achar-se impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os fazem vibrar, modificando-se pela pureza ou impureza dos sentimentos. (A Gênese. Cap. 14. Itens 14, 15 e 16. Allan Kardec).

             Esta teoria nos fornece a solução de um fato bem conhecido em magnetismo, mas inexplicado até hoje: o da mudança das propriedades da água, por obra da vontade. O Espírito atuante é o do magnetizador, quase sempre assistido por outro Espírito. Ele opera uma transmutação por meio do fluido magnético que, como atrás dissemos, é a substância que mais se aproxima da matéria cósmica, ou elemento universal. Ora, desde que ele pode operar uma modificação nas propriedades da água, pode também produzir um fenômeno análogo com os fluidos do organismo, donde o efeito curativo da ação magnética, convenientemente dirigida. (O Livro dos Médiuns. Cap. 8. Item 131. Allan Kardec)

           Suponhamos, então, que quisesse fazer uma substância venenosa. Se uma pessoa a ingerisse, ficaria envenenada?
           Teria podido, mas não faria, por não lhe ser isso permitido.
           Poderá fazer uma substância salutar e própria para curar uma enfermidade? E já se terá apresentado algum caso destes?
           Já, muitas vezes. (O Livro dos Médiuns. Cap. 8. Item 128. Perguntas 11 e 12. Allan Kardec)

           Para curar pela terapêutica ordinária, não bastam os primeiros medicamentos que surgem; são precisos puros, não avariados ou adulterados, e convenientemente preparados. Pela mesma razão, para curar pela ação fluídica, os fluidos mais depurados são os mais salutares; já que esses fluidos benfazejos são os próprios fluidos dos Espíritos superiores, é o concurso destes últimos que se deve obter. Por isto a prece e a invocação são necessárias. Mas para orar e, sobretudo, orar com fervor, é preciso fé. Para que a prece seja ouvida, é preciso que seja feita com humildade e ditada por um real sentimento de benevolência e de caridade. Ora, não há verdadeira caridade sem devotamento, nem devotamento sem interesse. Sem estas condições o magnetizador, privado da assistência dos Espíritos bons, fica reduzido às suas próprias forças, muitas vezes insuficientes, ao passo que com o concurso deles, elas podem ser centuplicadas em poder e em eficácia. Mas não há licor, por mais puro que seja, que não se altere ao passar por um vaso impuro; dá-se o mesmo com o fluido dos Espíritos superiores, ao passar pelos encarnados. Daí, para os médiuns nos quais se revela essa preciosa faculdade, e que querem vê-la crescer e não se perder, a necessidade de trabalharem o seu melhoramento moral. (Revista Espírita. Janeiro de 1864. Médiuns Curadores. Allan Kardec).

            Como deve ser recebidos e dados o passe?

            O passe poderá obedecer à fórmula que forneça maior porcentagem de confiança, não só a quem o dá, como a quem o recebe. Devemos esclarecer, todavia, que o passe é a transmissão de uma força psíquica e espiritual, dispensando qualquer contacto físico na sua aplicação. (O Consolador. Questão 99. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

           O passe espírita não comporta as encenações e gesticulações em que hoje se envolveram alguns teóricos improvisados, geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista. Todo o poder e toda a eficácia do passe espírita dependem do espírito e não da matéria, da assistência espiritual do médium passista e não dele mesmo. Os passes padronizados e classificados derivam de teorias e práticas mesméricas, magnéticas e hipnóticas, de um passado já há muito superado. Os espíritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas coisas, mas a prece e a imposição das mãos. Toda a beleza espiritual do passe espírita, que provém da fé racional no poder espiritual, desaparece ante as ginásticas pretensiosas e ridículas gesticulações.

            As encenações preparatórias: mãos erguidas ao alto e abertas, para suposta captação de fluidos pelo passista, mãos abertas sobre os joelhos, pelo paciente, para melhor assimilação fluídica, braços e pernas descruzados para não impedir a livre passagem dos fluidos, e assim por diante, só serve para ridicularizar o passe, o passista e o paciente. A formação das chamadas pilhas mediúnicas, com o ajuntamento de médiuns em torno do paciente, as correntes de mãos dadas ou de dedos se tocando sobre a mesa – condenadas por Kardec – nada mais são do que resíduos do mesmerismo do século passado, inúteis, supersticiosos e ridicularizantes. (Obsessão, Passe e Doutrinação. Cap. 2. J. Herculano Pires).

            A chamada “benzedura”, conhecida nos meios populares, será uma modalidade do passe?

            As chamadas “benzeduras”, tão comuns no ambiente popular, sempre que empregadas na caridade, são expressões humildes do passe regenerador, vulgarizado nas instituições espirituais de socorro e de assistência. Jesus nos deu a primeira lição nesse sentido, impondo as mãos divinas sobre os enfermos e sofredores, no que foi seguido pelos apóstolos do Cristianismo primitivo.

            “Toda boa dádiva e dom perfeito vêm do Alto” – dizia o apóstolo, na profundeza de suas explanações.A prática do bem pode assumir as fórmulas mais diversas. Sua essência,porém, é sempre a mesma diante do Senhor. ( O consolador. Questão 100. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Há criaturas que oferecem extraordinária receptividade aos fluidos magnéticos. São aquelas que possuem fé robusta e sincera, recolhimento e respeito ante o trabalho que, a seu e a favor de outrem, se realiza.

        Na criatura de fé, no momento em que recebe o passe, a sua mente e o seu coração funcionam à maneira de poderoso Imã, atraindo e aglutinando as forças curativas.

            Já com o descrente, o irônico e o duro de coração o fenômeno é naturalmente oposto. Repele ele os jorros de fluidos que o médium canaliza para o seu organismo.

            É aconselhável, a nosso ver, ore o indivíduo, em silêncio, enquanto recebe o passe, a fim de que a sua organização psicofísica incorpore e assimile, integralmente, as energias projetadas pelo passista. (Estudando a mediunidade. Cap. 27. Martins Peralva).

            O processo de socorro pelo passe é tanto mais eficiente quanto mais intensa se faça a adesão daquele que lhe re­colhe os benefícios, de vez que a vontade do pa­ciente, erguida ao limite máximo de aceitação, de­termina sobre si mesmo mais elevados potenciais de cura. (Mecanismos da Mediunidade. Cap. 22. André Luiz. Psicografado por Chico Xavier).            

            No trecho do livro " Missionários da Luz " o Espírito André Luiz recebe do instrutor espiritual mais esclarecimentos sobre este assunto:

            – Vejamos esta irmã – exclamou Anacleto, prontificando-se ao auxilio afetuoso –, observe-lhe o coração e, principalmente, a válvula mitral. Detive-me em acurado exame da região mencionada e, efetivamente, descobri a existência de tenuíssima nuvem  negra, que cobria grande extensão da zona indicada, interessando ainda a válvula aórtica e lançando filamentos quase imperceptíveis sobre o nódulo sino-auricular.

            Expus ao novo amigo minhas observações, ao que me respondeu:

            – Assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual pode absorver elementos de degradação que lhe corroem os centros de força, com reflexos sobre as células materiais. Se a mente da criatura encarnada ainda não atingiu a disciplina das emoções, se alimenta paixões que a desarmonizam com a realidade, pode, a qualquer momento, intoxicar-se com as emissões mentais daqueles com quem convive e que se encontrem no mesmo estado de desequilíbrio. Às vezes, semelhantes absorções constituem simples fenômenos sem maior importância; todavia, em muitos casos, são suscetíveis de ocasionar perigosos desastres orgânicos. Isto acontece, mormente quando os interessados não têm vida de oração, cuja influência benéfica pode anular inúmeros males.

            Indicou o coração de carne da irmã presente e continuou:

            – Esta amiga, na manhã de hoje, teve sérios atritos com o esposo, entrando em grave posição de desarmonia íntima. A pequena nuvem que lhe cerca o órgão vital representa matéria mental fulminatória. A permanência de semelhantes resíduos no coração pode ocasionar-lhe perigosa enfermidade. Atendamos ao caso. Sempre sob minha observação, Anacleto assumiu nova atitude, dando-me a entender que ia favorecer suas expansões irradiantes e, em seguida, começou a atuar por imposição. Colocou a mão direita sobre o epigástrio da paciente, na zona inferior do esterno e, com surpresa, notei que a destra, assim disposta, emitia sublimes jatos de luz que se dirigiam ao coração da senhora enferma, observando-se nitidamente que os raios de luminosa vitalidade eram impulsionados pela força inteligente e consciente do emissor. Assediada pelos princípios magnéticos, postos em ação, a reduzida porção de matéria negra, que envolvia a válvula mitral, deslocou-se vagarosamente e, como se fora atraída pela vigorosa vontade de Anacleto, veio aos tecidos da superfície, espraiando-se sob a mão irradiante, ao longo da epiderme. Foi então que o magnetizador espiritual iniciou o serviço mais ativo do passe, alijando a maligna influência. Fez o contacto duplo sobre o epigástrio, erguendo ambas as mãos e descendo-as, logo após, morosamente, através dos quadris até aos joelhos, repetindo o contacto na região mencionada e prosseguindo nas mesmas operações por diversas vezes. Em poucos instantes, o organismo da enferma voltou à normalidade.

            Eu estava admirado. E como o assunto envolvia problemas espirituais de elevada significação, assim que o instrutor terminou o trabalho, indaguei:

            – Perdoe-me a pergunta, mas, na hipótese de não se socorrer esta irmã, da colaboração de uma casa espiritista, como se haveria com a doença oculta? Estaria ao abandono?

            – De modo algum – respondeu Anacleto, sorrindo. – Há verdadeiras legiões de trabalhadores de nossa especialidade amparando as criaturas que, através de elevadas aspirações, procuram o caminho certo nas instituições religiosas de todos os matizes. A manifestação de fé não se limita a simples afirmação mecânica de confiança. O homem que vive mentalmente, visceralmente, a religião que lhe ensina a senda do bem, está em atividade intensa e renovadora, recebendo, por isto mesmo, as mais fortes contribuições de amparo espiritual, porquanto abre a porta viva da alma para o socorro de Mais Alto, através da oração e da posição ativa de confiança no Poder Divino.

            O novo companheiro indicou a irmã que se libertara da desastrosa influenciação e esclareceu, depois de uma pausa:

            – Nossa amiga está procurando a verdade, cheia de sincera confiança em Jesus. Ovelha fustigada pela tempestade do mundo e inexperiente na esfera do conhecimento, volta-se para o Divino Pastor, como a criança frágil, sequiosa do carinho materno. Estivesse orando numa igreja católica romana ou num templo budista, receberia o socorro de nossa Esfera, por intermédio desse ou daquele grupo de trabalhadores do Cristo. Naturalmente aqui, no seio de uma organização indene das sombras do preconceito e do dogmatismo, nosso concurso fraternal pode ser mais eficiente, mais puro, e as suas possibilidades de aproveitamento são muito mais vastas. É preciso assinalar, porém, que os auxiliadores magnéticos transitam em toda parte, onde existam solicitações da fé sincera, distribuindo o socorro do Divino Mestre, dentro da melhor divisão de serviço. Onde vibre o sentimento sincero e elevado, aí se abre um caminho para a Proteção de Deus. (Missionários da Luz.  Cap. 19. Passes. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier )

            Nos tempos atuais tem cabido ao Espiritismo, na sua feição de Consolador Prometido, conservar e difundir largamente essa modalidade de socorro espiritual, embora as crônicas registrem semelhante atividade no seio da própria Igreja, através de virtuosos sacerdotes.

            Os centros espíritas convertem-se, assim, numa espécie de refúgio para aqueles que não encontram na terapêutica da Terra o almejado lenitivo para os seus males físicos e mentais. (Estudando a mediunidade. Cap. 26. Martins Peralva).

             Muitas pessoas, depois de exaustas com sua “via-crucis” pelos consultórios médicos, hospitais cirúrgicos ou pelas estações terapêuticas, já decepcionadas e descrentes das chapas radiográficas, dos eletrocardiogramas, das radioterapias, dos encefalogramas ou mutiladas por cirurgias, aceitam incondicionalmente os princípios morais e espirituais da doutrina depois de serem curadas extraordinariamente pela água fluidificada (1), pelos passes mediúnicos ou medicamentos receitados pelos espíritos desencarnados.( Revista Cristã de Espiritismo 02, 18-1-2007).

 

Comentário (1): A água potável, por absorver facilmente as partículas magnéticas sutis que lhe são projetadas pelo pensamento em prece, pelos sentimentos de amor, bondade e confiança e pelo desejo de se harmonizar com os bons espíritos e servir o próximo, pode ser fluidificada, isto é, receber energias magnéticas e fluídicas e medicação do Céu, adquirindo grande valor terapêutico. Por isso nos recomenda Emmanuel, através de Chico Xavier: “Se desejas o concurso dos Amigos Espirituais, na solução de tuas necessidades fisiológicas ou dos problemas de saúde e equilíbrio dos companheiros, coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações, espera e confia. O orvalho do Plano Divino magnetizara o liquido, com raios de amor, em forma de benção, e estarás, então, consagrando o sublime ensinamento do copo de água pura, abençoado nos Céus.( Doenças Cura e Saúde à Luz  do Espiritismo. Geziel Andrade) .

            A água pode ser fluidificada, de modo geral, em benefício de todos; todavia, pode sê-lo em caráter particular para determinado enfermo, e, neste caso, é conveniente que o uso seja pessoal e exclusivo. (O Consolador. Questão 103. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).

            Na Terra quase ninguém cogita seriamente de conhecer a importância da água. Em "Nosso Lar", contudo, outros são os conhecimentos. (...)Conhecendo-a mais intimamente, sabemos que a água é veículo dos mais poderosos para os fluidos de qualquer natureza. Aqui, ela é empregada sobretudo como alimento e remédio.

            O homem é desatento, há muitos séculos... ; o mar equilibra-lhe a moradia planetária, o elemento aquoso fornece-lhe o corpo físico, a chuva dá-lhe o pão, o rio organiza-lhe a cidade, a presença da água oferece-lhe a bênção do lar e do serviço; (...)     Compreenderá, então, que a água, como fluido criador, absorve, em cada lar, as características mentais de seus moradores. A água, no mundo, meu amigo, não somente carreia os resíduos dos corpos, mas também as expressões de nossa vida mental. Será nociva nas mãos perversas, útil nas mãos generosas e, quando em movimento, sua corrente não só espalhará bênção de vida, mas constituirá igualmente um veículo da Providência Divina, absorvendo amarguras, ódios e ansiedades dos homens, lavando-lhes a casa material e purificando-lhes a atmosfera íntima. (Nosso Lar. Cap. 10.  Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier).

 

Bibliografia:

- O Livro dos Espíritos. Questão 70. Allan Kardec.

- O Livro dos Médiuns. Cap 8. Item 128 e 131. Allan Kardec.

-  A Gênese. Cap. 14. Itens 14, 15 e 16, 31, 32 e 33. Allan Kardec.

- Obras póstumas. Cap.6 - Dos Médiuns.  Item 52 e 53. Allan Kardec.

Revista Espírita. Abril de 1865. Poder curativo do magnetismo espiritual. Allan Kardec.

- Revista Espírita. Setembro de 1865.  Cura de uma fratura - Pela magnetização espiritual.  Allan Kardec.

- Evolução em dois mundos. Cap. 17. Espírito André Luiz. Psicografado por Waldo Vieira e Chico Xavier.

- Nosso Lar. Cap. 10.  Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier.

- Mecanismos da Mediunidade. Cap. 22. André Luiz. Psicografado por Chico Xavier.

- Os Mensageiros. Cap. 24. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier.

- Missionários da Luz.  Cap. 19. Passes. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier.

- O Consolador. Questões 98 e 103. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier.

- Obsessão, Passe e Doutrinação. Cap. 2. J. Herculano Pires.

- Estudando a mediunidade. Cap. 26 e 27. Martins Peralva.

- Revista Cristã de Espiritismo 02, 18-1-2007.

- Doenças Cura e Saúde à Luz  do Espiritismo. Geziel Andrade.

- Diretrizes de segurança. Questões 69, 72, 73, 75, 78, 80 e 81. Divaldo P. Franco / J. Raul Teixeira.

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